quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Como ficar com os nervos em franja com uma aula de yoga


Agora que se aproxima o novo ano, facto que, para mim, é irrelevante em determinados aspectos (não espero que 2007 seja melhor que 2006, não espero que me aconteça algo fantástico - até porque a Maya já previu que o meu signo vai ser o pior em 2007 - , enfim, não faço promessas nem pedidos de ano novo. O que está quase a terminar foi muito bom, muito bom mesmo, a vários níveis, por isso, não espero que se repita em 2007, até porque tudo o que é bom, acaba um dia e só acontece uma vez), decidi procurar uma actividade para me entreter. Janeiro é sempre um bom mês para começar alguma coisa nova. Pensei no yoga, por dois motivos: tenho um centro muito perto do meu trabalho e queria alguma coisa para relaxar ao final do dia. Dirijo-me ao local e peço informações, com ênfase para o facto de NUNCA ter praticado nada do género. Dizem-me que posso assistir a uma aula e até fazer uma, se quiser. Prefiro assistir, apenas, não me apetece fazer figura de ursa a tentar fazer tocar o dedo do pé na costela n.º 15. A aula decorreu a um ritmo tipo slow motion, o que, ao contrário do que eu pensava, não me acalmou. Começou a mexer-me nos nervos aquela lentidão. A música não me fez relaxar minimamente e aquelas posições são tudo menos fáceis de fazer, nem com 3 anos de prática. Digamos que se assemelham às posições do Kama Sutra, tirando meia-dúzia delas, são impraticáveis até para os artistas do Circo de Soleil. Ao fim de 30 minutos de aula, eu já estava com aquela cara de enfado misturada com uma expressão altamente nervosa e achei por bem retirar-me. Chiça, que nervos!

Moral da história: nada como uma boa aula de body combat para relaxar! Ginásio, aqui vou eu!

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Top 5

Participei na votação da Radar para eleger os melhores discos e concertos de 2006. Não foi fácil, tenho dificuldade em escalonar as minhas preferências. Ainda assim, esta foi a minha votação, com referências ainda a "Tv On The Radio - Return to the Cookie Mountain", "Tom Yorke - The Eraser" e "Scissor Sisters - Ta-Dah":

1.º Nouvelle Vague - Band à part

2.º Maximilien Hecker - I'll be a Virgin (...)

3.º Final Fantasy - He Poos Clouds

4.º Damien Rice - q

5.º Beck - The Information

Quanto ao melhor concerto, escolhi dois: Franz Ferdinand e The Strokes. Não assisti, com MUITA, MUITA pena, a muitos outros.
O resultado está aqui e, como é óbvio, não agrada a toda a gente. Não concordo com os 3 primeiros lugares, mas compreendo o resultado, tal o sucesso que estas bandas tiveram em 2006. Os álbuns são bons, porém, longe de serem os melhores do ano. Não quero com isto dizer que a minha votação seja a correcta, mas, além de escolher os álbuns com algum significado para mim, procurei escolher os que me surpreenderam e que, acho, trouxeram alguma coisa de novo. Daí dizer que aquele top 3 não é representativo do que de melhor se fez em 2006.
Uma especial nota para a prenda que a Radar deixou no blog...

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Conversa à Gato Fedorento

Amoreiras, hora de almoço, voltinha do costume para ver mais um presente. Uma das meninas do Citibank aborda-me.

"Boa tarde! Já conhece todas as vantagens do cartão Citibank? É gratuito para toda a vida."
"Obrigada..." e continuo a caminhar. Ela bloqueia-me a passagem.
"São só dois minutos. peço-lhe que colabore comigo, por favor." Imbuída pelo espírito natalício ou talvez intimidada por aquele ar ameaçador da meia leca, concordei.
Mal chego ao balcão, ela estende um formulário pronto a ser preenchido.
"Desculpa, mas eu não quero o cartão."
"Mas é gratuito, não paga anuidade para o resto dos seus dias e pode usá-lo em qualquer parte do mundo."
"Eu já tenho um cartão de crédito, que raramente uso, por isso não me interessa."
"Mas este é gratuito".
"O meu também. Já agora, se este cartão não custa nada, quais são as vantagens para o Citibank?"
"Além de ser a maior instituição bancária em todo o mundo, ganhamos porque as pessoas fazem compras a crédito."
"Pois, mas eu não quero. Uso muito pouco o cartão de crédito. Seria apenas mais um para ter e encher a carteira."
"A senhora não está a colaborar comigo."
"Porquê, ganha à comissão?"
"Sim."
"Mas eu não tenho nada a ver com isso."
"Mas repare, não vai ter qualquer despesa com o cartão e quando o quiser usar, usa-o. Repare, é gratuito."
"Pois então se é gratuito, não quero. Eu quero é pagar o cartão. Como são todos de borla, não quero nenhum."

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Isto bem que pode ser uma amostra do que é o e-fashion!

Sendo o Amoreiras Center um local sobejamente procurado por muitas figuras públicas, não públicas, pseudo-públicas, enfim, actores, músicos, modelos, jornalistas, ex-Primeira Dama, é, por isso, fácil cruzarmo-nos com um destes à hora de almoço, ou ficarmos ao lado deles enquanto esperamos que o sinal para os peões fique verde. E tratando-se de figuras públicas, muitas optam por andar disfarçadas, qual Hollywood e estrelas mundiais perseguidas até à morte pelos paparazzi, esses filhas da mãe! Bom, há disfarces e disfarces. Alguns, como o que vi hoje, não só não disfarçam nada como chamam ainda mais a atenção para a pessoa em questão. Ao meu lado, enquanto esperava para atravessar a estrada, uma modelo não muito conhecida do público em geral, mas ainda assim, conhecida. Óculos escuros à Sophia Lauren, isto é, exageradamente grandes, gigantes mesmo, para aquela cara magra. Maquilhagem zero, claro, e por isso, com cara de morta. Uma camisola de malha às riscas XXL. Umas calças clássicas cinzentas, tipo de fato, mas sem bainha feita e muito, muito, muito largas. Para terminar, uns All Star pretos. Mas o que é que passa pela cabeça destas gajas para andarem assim vestidas? Ninguém lhes pede (ainda que muitos gostassem) que andem de mini-saia e decotes enormes a passear os 44 quilos bem divididos por 1,79, mas também não precisam de parecer umas palhaças. Das duas uma: ou a mulher quer mudar de área e está à espera de ser contratada para a Companhia Chapitô, ou então quer manter-se como modelo e, como andam a fazer a folha às que têm o IMC inferior a 18, faz-se passar por mais cheinha.

Ice, ice baby!

Prefiro mil vezes o frio à chuva, mas... Chiça, que até fiquei com a cara dormente e uma estalactite na ponta no nariz!

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Discurso de agradecimento

Uma vez que fui distinguida como Personalidade do ano 2006, aqui segue o meu discurso, bastante emocionado, por sinal:

"Quero agradecer a mim, por usar a internet móvel e pagá-la do meu bolso a uma operadora que, até agora, não me vendeu gato por lebre e nem o facto de morar para lá dos moinhos de vento, impede que tenha uma boa velocidade de navegação, e aos meus amigos, que me enviam emails com vídeos do youtube, que têm blogues nos quais eu posso tecer comentários. A mim e a eles, o meu muito obrigada. Vamos todos continuar a trabalhar no sentido de aumentar o tráfego internáutico."

De uma vez por todas!

O assunto é delicado e evito pronunciar-me em demasia. Mas vou aqui deixar bem explícita a minha opinião sobre a questão.
Quando leio os gigantescos outdoors da campanha não obrigada, dá-me vontade de dizer àquelas putas (e alguns cabrões de merda) se elas pensariam no coração a bater depois de serem violadas, se pensariam assim depois de verem esses mesmos corações a bater a dar as últimas batidas num hospital, tanta a porrada que levaram. E se preferem ver os corações a bater abandonados nos caixotes do lixo, nas matas ou à beira da estrada.
De uma vez por todas! Ninguém defende o aborto porque se gosta. Trata-se de despenalizar o que nunca deveria ter sido criminalizado, o direito à escolha. E não me venham com merdas de comparar o aborto a uma método contraceptivo. Tenham três dedos de testa e pensem, por favor!

sábado, 16 de dezembro de 2006

Produtos em vias de extinção

De há uns anos a esta parte, com a proliferação de super e hipermercados a cada esquina, o hábito de fazermos compras na mercearia do bairro perdeu-se. Fazia-o muitas vezes, quando era miúda e a pedido da minha mãe, com a intenção de me incutir alguma responsabilidade de eu própria fazer as compras lá para casa, e conferir o troco "Que o Sr. António gosta de aldrabar". Hoje, por estar temporariamente sem carro, tive de ir a uma das mercearias (sim, aqui na terra para lá dos moinhos de vento há muitos destes estabelecimentos comerciais) da minha zona residencial. Ao contrário do que tinha imaginado, à minha espera não estava um casal de velhotes que vendem os produtos que eles próprios cultivam, mas sim um casal jovem, na casa dos 30 e poucos, ela mais nova que ele. Peguei em meia dúzia de coisas, ao mesmo tempo que observava cada prateleira. Confesso que demoro muito mais tempo quando vou à mercearia, porque não sei de cor onde estão arrumados os produtos. Não contive o sorriso enquanto descobria, no meio de uma série de produtos ultra-inovadores, aqueles que eu pensava já terem desaparecido de circulação (alguns, pelo menos, se ainda existem, passam-me ao lado no supermercado). Entre eles:
- Detergente REX para lavar a roupa à mão, numa embalagem de cartão em tamanho pequeno com a cara de uma senhora de sorriso rasgado na parte da frente
- Creme Linda, um produto de beleza em forma de pomada que faz milagres à pele das senhoras
- Lápis regenerador, que se coloca nas feridas e estanca o sangue
- Atum Bom Petisco com aquela coisa (não me lembro do nome) que servia para enrolar a tampa da lata
- Molas de madeira, que eu tenho porque a minha mãe as trouxe
- Leite fresco da UCAL que tem de ser fervido e só dura um dia, naqueles pacotes moles
- Desentupidor de sanitas
- Lamparinas a gasolina para quando falta a luz

Atenção: todos os produtos alimentares estavam dentro da validade!

Afinal, o Natal também chega às prisões!

Chegado que está aquele que é o período mais consumista do ano, mais ainda que a época dos saldos, começam aqueles programas que mais não são que cópias do Natal nos Hospitais. Desde o Natal nas Prisões, ao Natal na Aldeia, o Natal dos Animais, o Natal dos Benfiquistas, o Natal da TVI, ... Há para todos os gostos. Destaco um dos momentos altos do Natal em Custóias, que me chamou a atenção pela barulheira que ouvi vinda da televisão, quando passei no corredor. Em palco, a Ana Malhoa. Na plateia, centenas de galifões, meses, anos, presos dentros de muros, sem cheirar um fio de cabelo de gaja, sem ver um cabelo comprido (à excepção do Juninho, que ajuda os colegas a apanhar os sabonetes que caem durante o banho). Dos elogios rasgados aos dotes musicais da rapariga, ouvi uns expressivos grunhidos. "Ehhhhhh!" "Wuwuuuuuuuu!""Boaaaaaaaa!". Para meu espanto, a rapariga que estava em palco em nada se assemelhava àquela que tinha sido capa da FHM. Camisola de gola alta e jeans não muito justos, para desilusão dos rapazes.
Bolas, ó Ana, dava para fazeres um agradinho aos rapazes? É Natal, pá!


NOTA: Já uma outra cantora que eu já não me lembro do nome, foi à prisão do Linhó, em trajes apropriados, isto é, com os pneus e as mamas bem à vista, e distribuiu beijinhos pelo público. No final disse: "Eles portaram-se muito bem. Não me apalparam nem nada!" - in Correio da Manhã.
NOTA II: Encontrei outras fotos da Malhoa, mais explícitas, mas não fui capaz de as usar!

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Futebol à grande e à portuguesa

O assunto do momento é, sem dúvida, o livro de Carolina Salgado, a terceira ex-Pinto da Costa, que não perdeu tempo e, depois de andar com a boca em muitos sítios, decidiu fazer o que se diz "pôr a boca no trombone". Melhor altura para o fazer não havia. O Apito Dourado está em águas de bacalhau. José Veiga está indiciado na transferência do João Pinto para o Sporting. Luís Filipe Vieira metido em mais uma embrulhada por causa do Mantorras. O presidente do Académica também anda com a corda ao pescoço. Nada de novo ou de excitante, como diria alguém que eu conheço. Até que uma "ex-menina de alterne que afinal não era e apenas trabalhava num bar e era até muito tímida e que apenas queria descobrir o amor", decidiu fazer dinheiro fácil, mais fácil do que dar o golpe do baú - lançar um livro, onde se pode ficar a saber que a primeira coisa que Carolina disse a Pinto da Costa foi "Vamos jantar ao Rabo de Boi, um restaurante que fica no Cú da Vaca". Não sei se as duas idas do presidente do FCP ao hospital por causa do Viagra (história contada por duas grandes conhecedoras do futebol português, contada à mesa de um restaurante típico na Madragoa, acompanhada por várias garrafas de Monte Velho) também estão documentadas nestas páginas, mas se não, então, é uma grande falha. Tenho que lhe tirar o chapéu. Foi uma brilhante estratégia de marketing. E ainda por cima, conseguiu passar de puta a coitadinha, enganada por um dos maiores, ou mesmo o maior, mafioso de Portugal. Mais. Ela conseguiu tornar-se a chave-mestra do processo Apito Dourado, que corria o sério risco de prescrever, como tantos outros. A esta altura está o Santana Lopes a roer as unhas de inveja, ele que tinha a certeza de ter conseguido a galinha dos ovos de ouro com o seu livro polémico. Ora aqui fica uma grande lição para quem queira lança um livro de futuro. Ou tem pormenores sexuais sobre a vida de alguém ou então não vende. Se Santana tivesse escrito sobre as suas aventuras pela night lisboeta ou até, pormenores sórdidos sobre a sua vida sexual com a tia Cinha, então a conversa era outra.

Já agora, morreu Augusto Pinochet. Li num quadradinho de um jornal. E acho que deu também nos últimos 30 segundos do jornal da noite. Mas acho que isso agora não interessa nada.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Ode aos amigos

Diz-se que uma das coisas que se ganha com a idade é a paciência. À medida que os anos avançam, passamos a ter uma outra maneira de encarar a vida e os problemas. Analisamos de uma forma mais ponderada, sem o excesso de velocidade da juventude e sem o viver como se não houvesse amanhã. Chamam-lhe a isto crescer, ganhar juízo. Crescer, não envelhecer. Pois a mim, acontece-me exactamente o contrário. Por cada ano a mais, menos paciência tenho. Não quero perder tempo (aliás, não tenho tempo para desperdiçar). Isto sim, ganhei com os anos, a dar mais valor ao meu tempo. Não me apetece dar-me com pessoas só porque tem de ser, porque fica bem, porque a sociedade nos impõe as relações de conveniência. Não quero perder tempo com aqueles que se dizem meus amigos. Não me incomoda ser passada para trás, se o que passou à frente não tinha o grande A. Os meus verdadeiros amigos, esses, sabem o que quer dizer "corrimão", recordam como se fosse hoje o "não consigo parar de rir", e sorriem quando os cumprimento com um genuíno e sincero"0wá". São os que querem saber se estamos bem, e não ligam apenas quando sabem que estamos mal. São os que telefonam a meio do dia, levam com o meu mau humor e continuam a telefonar nos dias seguintes. Para eles, dou-lhes toda a minha paciência, porque sei que a recebo igual ou mesmo em dobro. A eles, dedico-lhes todo o meu tempo, porque nunca será um desperdício. A eles...

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Publicidade enganosa

Enquanto consumidora de uma série de produtos e serviços cuja publicidade passa insistentemente na televisão, sinto-me defraudada, desfalcada, enganada, vigarizada. A OK Teleseguros tem um produto destinado exclusivamente às mulheres. Assim, em vez do "OK Teleseguro, boa tarde, fala a Marta", aparece um rapaz bem composto e voz sensual que diz "OK Teleseguro, boa tarde, fala o Miguel". E a publicidade prossegue com uma série de homens ao dispôr de todas as alíneas do contrato: Assistência em Viagem, Carro de Substituição, and so on and so on. Mais, se aderirmos já, recebemos uma oferta especial. Ligo. A primeira decepção acontece no segundo seguinte de ouvir um rapaz que mal consegue dizer uma frase seguida sem gaguejar quanto mais fazer uma voz sensual, o que me leva a imaginar a figura do outro lado - puto imberbe, cheio de acne e dentes podres. Sucessivas decepções, entre as quais, o valor do seguro, muito mais elevado. Então e a oferta especial? Pode escolher entre uma lavagem automática ou desconto na revisão do carro. Hã?

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

PDI

Estou naquela fase a que chamam "a tenra idade", seguida de um "bah, aproveita agora que ainda não chegaste aos 30. Depois é que são elas". Não me importo nem um bocadinho. Posso dizer que já experienciei muitas e diversas coisas e faltam-me ainda outras tantas. Tenho, por isso, alguma bagagem que me habilita a responder às célebres e inquietantes perguntas das crianças, que invariavelmente começam e acabam com um valente "Porquêeee?". Os meus queridos sobrinhos - gémeos, 10 anos - nunca foram muito apegados a mim, sempre fui a tia má. Não que os tratasse mal, mas em comparação com a outra tia, bem ao estilo daquelas tias dos filmes que estão sempre a dar guloseimas, roupa e brinquedos, compreende-se porquê. Nunca os infantilizei, e ainda hoje, quando vêm ter comigo e falam com aquela vozinha aguda eu digo logo, "atão pá, isso é voz d'homem?". Apesar de não os encher de brinquedos que, ao fim de meia-hora, já estão arrumados definitivamente (se não mesmo estragados), fui sempre a tia dos porquês. Numa das muitas reuniões familiares em casa da mãe, com as três irmãs, respectivos e os putos da mais velha, onde se fala sempre da mesma coisa e onde se discute o mau-feitio das filhas, vejo os gémeos entretidos com uma revista - a ANA, que na altura trazia uns fascículos sobre o corpo humano - com aquelas caras de conspiração, a falarem baixinho. E vão, sorrateiramente, para a cozinha, com a revista escondida. Fui atrás deles, bem devagarinho. Entro e pergunto. "O que é que vocês estão a ver?". "Nada, tia", respondem vermelhos que nem um tomate. Pego na revista, aberta nas páginas que falam sobre os órgãos reprodutores e digo-lhes, do alto dos meus 20 e poucos anos, "Se querem aprender alguma coisa de jeito sobre relações sexuais e como é que se fazem os bebés, então comprem a Playboy". Eles ficam a olhar para mim, fazem uma cara de espanto e respondem com aquela entoação. "Não é para isso, tia. Essa parte do pénis que entra na vagina e que depois deita um líquido produzido nos testículos, nós já sabemos. Estavamos só a ver os desenhos."

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

O anti-glamour

Acho inacreditável ninguém se ter apercebido do estado em que se encontrava a rapariga. Pois, deve ser difícil, num meio onde se disputam gramas e prevalece a lei do menor peso.

terça-feira, 14 de novembro de 2006

O meu é mais bonito que o teu!

A imprensa cor-de-rosa anda mesmo a pedi-las. Numa dessas publicações maravilhosas, surge, a páginas tantas, uma notícia de vital importância para o desenvolvimento de todos os EUs da sociedade (esta é para ti, nenuco!) . Título: "Marco Paulo e Cinha casam cães", com afirmações exclusivas do "padrinho" da dita cadela, que diz: "foi amor à primeira vista". Quero aqui deixar uma palavra de consideração ao timing do fotógrafo, que conseguiu captar a cadela no preciso momento em que esta fazia aquilo que se diz em vocabulário corrente, "arrear o calhau", enquanto a "tia" fazia exactamente o mesmo, mas a falar ao telemóvel. A isto se chama cão (cadela, neste caso) bem ensinado (pergunto qual delas terá aprendido com qual?).
Bom, mas o cerne da questão é que o artigo é uma clara manifestação das atitudes racistas da imprensa pink portuguesa. Por que razão a cadela da Cinha Jardim é digna de uma página nestas revistas e o meu Bono, que até tem um nome famoso e sabe cantar as músicas todas dos U2, não? Hã? É porque a Juanita é branca e o meu Bono é preto?

Uma vida descartável

Namorada para namorado: "Vamos comprar casa?"
Namorado: "Casa? Só se for sem compromisso!"

A ideia é simples, porém, não é nova (o ramo automóvel foi o primeiro). Por 250 euros mensais, podemos viver durante dois anos numa casa à experiência. Se no fim daquele tempo quisermos adquirir a casa, passamos a pagar o triplo ou o quádruplo do valor, mas isso não interessa nada. Se não quisermos ficar com a casa, passamos para outra e experimentamos por mais dois anos. Fácil, descomprometido, ideal para quem não quer assumir grandes responsabilidades.
Não tarda, este conceito vai abranger outras áreas. Depois de um ano, a gaja vira-se para o gajo (atenção: isto não é uma atitude feminista, apetece-me apenas colocar as coisas ao contrário) e diz-lhe: olha, já passou um ano e isto já não é o que era. A cena morreu, 'tás a ver? E parte para outra, até se fartar novamente.
Vamos às compras. Olhe, vou levar estes 39 sacos Louis Vuitton cheios de roupa Prada, Emporio Armani, D&G e sapatos Manolo Blahnik, vou usar durante uns mesinhos e depois devolvo, 'tá bem? Que krida que você é!
E tudo o que possamos pensar! As possibilidades são imensas! Acho que vou pedir um micro-crédito e abrir um renting desacartável de qualquer coisa!

As sociedade ditas avançadas

Peço desculpa a todos pelas imagens chocantes, mas não me apeteceu deixar passar isto.

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Sondagem

Qual destas afirmações é a mais cretina, absurda e digna de levar uma cabeçada?

Afirmação 1: Um filho é a concretização do amor de um casal.
Afirmação 2: O conceito de casal só faz sentido se for para procriar.
Afirmação 3: Ninguém conhece a verdadeira felicidade até ter um filho.
Afirmação 4: A chegada de um filho é a realização de duas pessoas enquanto casal.
Afirmação 5: Faz parte da natureza da mulher querer ter filhos, procriar, dar à luz.
Afirmação 6: Se podes ter um filho, para quê adoptar?

sábado, 11 de novembro de 2006

Quero ser modelo e ganhar milhões!


"Olá a todos, kridos membros da Top Model&E-Fashion Agency! Xamo-me Cristina mas os meus amigos tratam-me por Kris, com K, pq é mais fixe quando for famosa, tipo nome artistico. Desde pekena q os meus pais e toda a gente me dizem keu tenho jeito pa moda, sou vaidosa e nunca saio de casa sem me olhar 23727 vezes ao espelho. Tenho 1,40 de altura e peso 75,2 kilos e tenho 36 anos. O cabelo é loiro com madeixas pretas na raix. Tenho um rabo muita bom e mamas grandes. O meu namorado qé um fofo disse-me q assim eu até posso fazer filmes e q ele até pode filmar. Toda a gente olha para mim na rua e ele às vezes fica assim com ciumes, o parvo. Eu gostava trabalhar na moda, tenho jeito pra coisa. Envio umas fotos pra verem. Fico a espera que me telefonem. Digam-me o q axam. Um beijinho a todos. Gosto bué de vosses."


sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Há dias de manhã...

Para não variar, acordei com aquele humorzinho característico de quem dormiu pouco e mal e que não está com aquela cara de felicidade por hoje ser sexta-feira. Está um sol irritante, que apanho de frente e não me deixa ver nada pelo vidro do carro. Tenho de conduzir mais devagar, o que não me agrada. Vá lá, o cão não estava nos seus dias complicados e despachou-se no que tinha a fazer. Menos mal. No parque de estacionamento, há tantos espaços para estacionar o carro em cima do passeio que até chateia. Não consigo escolher um. Merda, devia ter bebido café mal saí de casa. É de madrugada e alguém à porta do metro já montou o assador de castanhas, e por mais que tente fintar a fumarada, é difícil. Entro na carruagem e fico atrás de uma menina que não se decide onde se quer sentar. Dou-lhe um pequeno empurrão. Desculpe, não foi sem querer. Irrito-me só de olhar para as pessoas. O cheiro dos perfumes exagerados, o excesso de gel no cabelo, as malas enormes que impedem a passagem. Tudo!



O que vale é que amanhã, por esta hora, já estarei excêntrica! Ou então não e venho trabalhar!

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Um dos melhores momentos de TV dos últimos tempos

Quem não viu, perdeu um momento hilariante. E não estou a gozar com a figura do David Fonseca, que eu até gosto dele. Nunca a Mónica Sintra pensou ter esta música cantada assim.

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Mal, Sr. Primeiro Ministro

O gabinete de assessoria de imprensa de José Sócrates está a falhar e não comunica devidamente com o gabinete de Cavaco Silva. De tal forma que podemos dizer que o nosso PM corre perigo de vida. Cavaco propôs Portugal como candidato a receber a próxima cimeira ibero-americana, a realizar-se em 2009, servindo assim de ponte entre a Europa e os países da América Latina. Sem saber, Sócrates teve esta brilhante saída. "Os E.U.A. são exemplo na defesa dos Direitos Humanos e da visão de humanismo". Não bastando (e como ninguém o mandou o calar - falha do gabinete), este senhor afirmou ainda que aqueles valores estão no coração do povo americano. Vamos esperar que ninguém com sotaque hispânico tenha ouvido ou lido estas afirmações. Já para não falar da cretinice destas palavras.

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Bad morning!

Ora aqui está a explicação científica que faltava para que os homens percebam, finalmente, certas e determinadas coisas.

"O acordar é pior para as mulheres, que começam o dia mais mal-humoradas do que os homens. De acordo com um estudo britânico, cerca de 30% das mulheres permanecem mal-dispostas quatro horas depois de despertarem, contra apenas 10% dos homens". In Metro

Afinal, eles também têm dores de cabeça


Conversa entre duas mulheres casadas e com filhos, uma que trabalha na função pública e a outra que é directora do departamento financeiro de uma grande empresa:

- Lá em casa é ele que faz tudo. Vai buscar o miúdo ao infantário, dá-lhe banho, faz-lhe a sopa, brinca com ele e mete-o a dormir. Eu, quando chego, já tenho o jantarinho pronto e o puto já está a dormir.
- Ai, quem me dera. Pois o meu não mexe uma palha.
- Olha que não é assim tão maravilhoso quanto pensas. Quando me vou deitar, a maior parte das vezes já ele está a dormir. Quando não está, vira-se com aquela cara e diz-me que está cansado e com dor de cabeça. Que não lhe apetece.
- Como, não lhe apetece?
- Eh pá, como nós fazemos às vezes, quando não estamos pr'ali viradas...
- Ah... A sério? Olha lá, ele não terá outra?

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Lilibela - vou tentar não dizer mal!

Quando todas as crianças, pais, mães, até o cão e o gato, deliram com a Floribela e as suas roupitas e pronúncia de guarda Abel, eu descobri a Lilibela. Quer dizer, uma dessas revistas do social para quem eu já trabalhei, descobriu-a primeiro e até fez uma entrevista com ela. Mas eu descobri os talentos da menina e tornei-me (fogo, isto há coisas do diabo. Não é que acabei de receber um telefonema dela?) no seu anjo protector. Passo a explicar.
Nesta minha última viagem ao Porto (gosto sempre de ir ao Porto, por mil e uma razões) cruzei-me com a irmã mais velha da Floribela, quer dizer, da Luciana. Quis o destino que ela estivesse agenciada na agência onde estou a trabalhar. Nada como conhecer pessoalmente as pessoas para deitar por terra todas as ideias pré-concebidas, quando o que temos apenas para opinar são fotos. Tudo bem, a moça surge em poses algo duvidosas, mas quando se é ingénua, as coisas nunca são feitas com maldade. Puxei conversa (já no final da tarde, com alguns copos de champagne) e disse-lhe que tinha trabalhado na tal revista. Diz-me ela "Ah, a jornalista foi super simpática, ainda hoje me telefona para saber de mim e soube que eu vou dar uma entrevista amanhã ao CM e avisou-me para não contar nada". Pobre coitada. Minha querida, os jornalistas não são teus amigos, querem explorar a tua ingenuidade para sacarem tudo o que puderem sobre a tua irmã - claro que lhe disse isto com jeitinho. E quem é que te vai entrevistar amanhã? "Uma rapariga que se chama HM". F.... Cuidado com essa senhora. Num acesso de bondade (ou talvez de champagne) eu disse-lhe que não só estaria com ela a fazer a entrevista como gravaria a conversa. "Ai, obrigada, Deus te abençoe, obrigada. Ai, estou tão nervosa. Ai, ai...". No dia seguinte, a tal jornalista vem toda empertigada com a certeza de que vai conseguir sacar tudo e fica com um melão quando a vou receber. "Por aqui? Então, já não estás na Impala?" - eu nunca falei com esta senhora, no entanto, ela sabia onde eu tinha trabalhado. Ao olhar para a dita cuja e no decorrer da entrevista, facilmente percebi o porquê da fama dela. A Lilibela estava visivelmente nervosa e se eu não estivesse lá, a gaja tinha conseguido dar a volta à miúda. Repetia as mesmas perguntas mas de forma diferente, fazia perguntas dúbias. Tive que intervir três vezes: "Desculpa, mas ela já respondeu a isso", "atenção que o sentido da resposta foi este", "se isso foi a Luciana que disse, então vais ter de fazer essa pergunta a ela e não à irmã". No final, o cínico "Se quiseres contar-me mais alguma coisa, podes ligar-me à vontade".
A pequena Lilibela ficou super feliz por ter estado com ela, agradeceu-me, perguntou-me se podia ligar-me sempre que tivesse dúvidas ou quando lhe telefonassem para dar entrevistas. Sim, podes (acho que vou arrepender-me). "Deus te abençoe, vai com Deus", e beija-me a mão repetidas vezes. Então, não é preciso. A miúda (que já tem 24 anos) é igual à irmã, a maneira de falar, de ser, os traços físicos, a ingenuidade. Sim, elas são mesmo ingénuas, um bocadinho parvinhas, sim, mas são genuínas. A Lili também quer ser actriz e modelo, não canta mas sabe dançar. Eu, se fosse o director de uma estação concorrente da SIC, tratava já de fazer uma série com a Lilibela. Era tiro certeiro nas audiências. Uma na SIC, a outra irmã na TVI.

No fim disto tudo, soube-me tão bem lixar aquela gaja! Acho que fiz a boa acção do ano!

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Mano!

As melhores notícias são as que recebemos de surpresa. O meu querido mano decidiu que a estadia de quatro anos de trabalho em Luanda, que lhe trouxe muitas coisas boas e outras tantas más, terminava em Março do próximo ano. Passaria cá o Natal e a última passagem de ano lá. Depois, mais três meses e lá vinha ele. Como os imprevistos estão sempre a acontecer, hoje de manhã recebo a melhor notícia dos últimos tempos. "Mana, afinal regresso definitivamente à Tuga dia 8 ou 9 de Novembro. Tenho saudades."

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Hora da Bobone!

Uma das coisas positivas que ganhei por voltar a trabalhar em Lisboa e, por conseguinte, ter de andar de metro, foi a capacidade de observação. Gosto de ir sentada no meu lugar e observar as pessoas que estão à minha volta, que entram, que saem. Incrível a quantidade de homens e mulheres que têm de usar fato para trabalhar. Ter de obedecer a um dress code para trabalhar não é fácil, pelo menos, para mim não seria, que detesto que me imponham coisas. Bom, estava a falar de homens e mulheres de fato. Vou concentrar-me apenas nos homens... Um fato diz tudo sobre um homem. Eu acho. E gosto, particularmente, de gajos de fato (não, isto não é a divulgação de uma fantasia). Qualquer erro cometido em todo o conjunto é fatal e suficiente para olhar e fazer "blergh". A gravata que não combina ou que, simplesmente, já ninguém usa, como aquelas dos bonecos. Uma camisa com um padrão que parece feita com os cortinados da casa da avó. Meias brancas (será que alguém ainda usa?). Sapatos com berloques, mocassins, sapatos de vela, sapatos com uma sola muito grossa. Casaco de uma cor com calça de outra, por exemplo, casaco azul escuro com botões dourados e calça bege, que normalmente, é conjugado com um sapato de vela ou com mocassins. Fujam! Se virem uma espécie destas, fujam (as mulheres, claro)! No entanto, há homens que mesmo que façam o trabalho de casa e vistam bem o fatinho, mesmo que seja um bom fato, não se safam, nem com isso nem com coisa nenhuma. Casos irremediáveis! Querem um bom exemplo? Este aqui.

Quer seja de casaco e gravata ou de fato de treino, he's the Best!

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

I did it again! - um post de gajas

"Nunca, mas nunca mesmo. Acho isso horrível. Nunca na vida que vou andar com isso vestido, nem sequer as vou experimentar, quanto mais". Isto era o que eu dizia em relação ao fenómeno leggings (variantes leggs, leggins, lenines). Até que sucumbi ao efeito e decidi experimentar umas. Olha, afinal até não ficam assim tão mal. Mas não, não vou andar com isto na rua. Isto é para as magricelas que agora estão impedidas de desfilar nas passerelles. Nem pensar. A verdade, é que a moda pegou(-me), muito por influência da Martinho. Lá fui eu comprar não um par mas dois, pretos e castanhos. No dia anterior a ousar pôr o pé de casa com aquilo vestido e ir para o trabalho, passei a última hora (pronto, uma e meia, quase duas) antes de me deitar, a experimentar roupa para usar com as minhas leggings. Mando uma sms à Martinho a dizer que pareço um elefante com aquilo. Ela responde e diz para me imaginar a flutuar em cima de um nenúfar...

Tragédia na manhã cinzenta de 5.ª feira


O meu caderninho (que não é um moleskine) ACABOU!! E agora, eu quero comprar um moleskine cor-de-rosa e não encontro! Não quero preto, nem verde, nem azul, quero pink!

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Uma questão de beleza

Às vezes, as notícias pequeninas, aquelas que têm meia dúzia de linhas e são colocadas num cantinho do jornal (que eu leio imediatamente), são as mais interessantes. Um senhor de nome Oliver Curry, estudioso da evolução humana, afirma que daqui a cem mil anos, questões sociais podem dividir os seres humanos em duas subespécies: os descendentes das classes altas e os das classes baixas. Os primeiros serão bonitos, inteligentes, saudáveis, sexy e limpinhos. Os segundos serão feios, porcos e maus, uma espécie de Gollum (estão a ver o Smeagol de "O Senhor dos Anéis"?). Isto porque cada vez mais se faz uma selecção de parceiros para a procriação, em função do dinheiro e da beleza. Eu cá, tenho a minha teoria. Uma mulher bonita procura um homem bonito, e vice-versa, e assunto arrumado. Uma mulher feia procura um homem bonito, que a rejeita automaticamente, mas com uns copos a mais, até a Isméria parece a Nicole Kidman. Um homem feio procura uma mulher bonita, e como a história da bela e o monstro e do sapo que se transforma em príncipe só existe no imaginário infantil, gaja que é gaja, não arrisca. Ah e tal e a beleza interior... Sejamos honestos: o primeiro impacto é físico e o resto é treta!


Voltando à teoria do senhor. Eu até acho interessante ter um Gollum a dizer-me ao ouvido com uma voz rouca: "Myyyy preciousssssssss".

I survived!

Para quem tem medo de relâmpagos e trovões, fazer uma viagem de 30 ou de 300 quilómetros é a mesma coisa. Depois de um jogo ao qual, confesso, dei pouca atenção a partir do segundo golo, porque a conversa com a Martinho sobre as 1001 maneiras de gastar o dinheiro que vou receber da Impala em roupa, roupa, roupa, botas, roupa e um leitor de MP3 estava muito mais interessante (com uma tentativa frustada de incluir a discussão da física quântica pelo meio), enquanto os rapazes, de trombas e a roer as unhas, assistiam, com aquele ar de "não estou pa conversas", fiz aquela que me pareceu, a mais longa viagem de sempre, muito pior do que as 9 horas de avião para São Paulo. Chuva torrencial, relâmpagos e trovoada fizeram questão de me acompanhar no regresso a casa. Desde criança que tenho pavor destes fenómenos da natureza, mas quando estamos no conforto do lar, a malta aguenta. Agora, andar na rua naquelas condições leva-me a ter ataques de pânico, tal como aconteceu ontem. O Antony tocava, mas não me acalmou. Experimentei Kings. Também não. Ao longe, e à medida que seguia na A8, os flashes no céu. Fechava os olhos com força, o que não é aconselhável quando se vai a conduzir, ainda para mais de noite e com chuva. Pensei: "vou telefonar ao meu irmão, assim, a falar, vou distraída". Não tinha bateria no telemóvel. Por mais que tentasse andar devagar, o meu pé automaticamente carregava com mais força no acelerador. Estava a ficar mesmo desesperada. Depois das portagens, parei na berma, para me acalmar. Nada deu resultado. Segui caminho, sempre a levar com os clarões em cima de mim. Quando cheguei a casa, fiz como os miúdos, enfiei-me debaixo dos lençóis e encolhi-me, com a cabeça tapada. Antes do até amanhã, um aviso. "Não há comentários sobre o jogo!"

terça-feira, 17 de outubro de 2006

O qu'é ito?


Andou a circular na net um vídeo que mostrava alguns funcionários da Disneyland Paris a praticarem sexo, vestidos com os fatos dos bonecos. E que animação aquilo deve ter sido! O vídeo foi retirado por ordem da Disney, que se mostrou chocada com a situação. É que nunca na vida alguém poderia imaginar que a Minnie, o Pateta, o Mickey e o Boneco de Neve pudessem ter aquele tipo de comportamento. E como explicar às criancinhas que os bonequinhos que eles vêem na BD e a passear alegremente pelo parque temático, fazem "aquelas coisas"? Segundo a Disney, este foi o problema maior - explicar aos pequenos o que é que eles estavam a fazer. "Mãe, o qué que o Mickey tá a fazer à Minnie? E o puqué que o Pateta tem a cara enfiada no Boneco de Neve?"...

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

"Eles não gostam? Azarucho?"

Há muito que não recebia um email assim. Bom, muito bom.

"Todos os dias ao sair de casa dou de caras com um anúncio que me deixa logo mal disposta até aí às três da tarde. É da clínica Persona e tem esta brilhante tirada publicitária: "os homens não gostam de celulite". É que, de facto, era este o argumento que me faltava para eu pôr fim à celulite que se instalou no meu rabo sem qualquer espécie de permissão. Eu até gosto de ter celulite, adoro!, faço os possíveis por ter sempre mais e mais... ah, mas espera lá, se os homens não gostam, então eu vou já pagar um tratamento de 500 contos na Persona para ficar sem celulite!!
A sério, senhores que fizeram esta campanha, acham mesmo que este tipo de terror psicológico barato faz efeito numa mulher??? Se o anúncio dissesse "mulheres com celulite não entram na Zara", aí sim, era ver-me a correr para a Persona, primeiras, primeiras!
Agora, "vejam lá se tratam disso que os homens não gostam", temos pena, mas não pega!
Se formos a ver, também há muita coisa que as gajas não gostam, e nem por isso espalhamos outdoors gigantescos pela cidade. Já estou a imaginar os possíveis anúncios:
* ELAS não gostam de pilas pequenas;
* ELAS não gostam de pêlos a mais;
* ELAS não gostam do resultado de "campeonato nacional+liga dos campeões+taça uefa+taça de Portugal";
* ELAS não gostam de sexo oral sofrível e insuficiente;
* ELAS não gostam que cocem os tomates (muito menos em público);
* ELAS não gostam (nem acham sexy) as barrigas de cerveja;
* ELAS não gostam de tampas da sanita levantadas;
* ELAS não gostam de ejaculação precoce;
* ELAS não gostam que cortem as unhas dos pés em cima da mesa da sala;
* ELAS não gostam de mãozinhas sapudas (e pouco hábeis);
* ELAS não gostam das amigas deles e das ex-namoradas, essas, nem falar;
* ELAS não gostam de slips nem de boxers com ursinhos;
* ELAS não gostam de atrasados emocionais;

Se os homens deste País se deparassem com estas publicidades, tentariam resolver algumas das questões apontadas? Não, pois não? Então deixem lá mas é a nossa celulitezinha sossegada e não nos obriguem a andar com uma régua na mala!
Tenho dito."

(Apenas um reparo para a parte dos resultados dos campeonatos nacionais e europeus de futebol. Eu gosto.)

Vai buscar!

O acesso à saúde em Portugal está a ficar cada vez melhor. As novas medidas são, de facto, surpreendentes e inovadoras e deixam antever uma melhoria significativa da situação. O caraças! Os internamentos vão ser pagos a 5 euros por dia, por um período de 14 dias. Ou seja, se uma pessoa tiver que ficar no hospital este tempo todo, terá de pagar 70 euros. "E as pessoas com baixos rendimentos? Como é que vão fazer?" A pergunta de Judite de Sousa teve esta bela resposta de Correia de Campos: "Então e quanto é que uma pessoa paga por um maço de cigarros? Três euros e tal. E quanto é que paga por um bilhete de cinema? Cinco euros." A lógica é simples, não perceberam? Vamos todos deixar de levar uma vida de luxos, sim, porque o cinema e o tabaco são considerados bens de luxo. Além disso, os velhotes que recebem a bela reforma de 300 euros não fazem mais nada se não andar por aí a fumar à maluca e a entupir as salas de cinema. Vamos também deixar de comprar livros, CD's, DVD's, roupa, jornais, revistas, doces, bebidas alcoólicas, ir a exposições, jantar fora, beber café, enfim, tudo o que não seja de primeira necessidade, para podermos ter acesso à saúde.

É que é já a seguir!

Aceitam-se apostas

A TVI prepara-se para lançar mais duas mega-hiper-super-ri-fixes produções de ficção nacional, ao mais alto nível, claro. São elas "Doce Fugitiva", uma mistura de "Anjo Selvagem" com "Floribella", e "Anjo de Mulher" - os títulos são cada vez mais originais. A questão que se coloca imediatamente é saber qual vai ser a música do genérico destas telenovelas, uma vez que não consegui encontrar a correspondência entre o nome da novela e uma música, como é o normal nas produções da 4. Eu já tentei lembrar-me, mas não encontrei nada. Deixo, no entanto, as minhas sugestões dos cantores: Beto, Nelo Monteiro, Ana Malhoa, Mickael Carreira, Non Stop, Emanuel, Ágata, Mónica Sintra, e por aí fora...

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Abre brevemente!


Onde há um italiano, há dois ou três indianos. Falo de restaurantes, claro. É normal, na mesma rua ou zona, haver dois restaurantes italianos e dois indianos, sempre a par. Na rua onde trabalho (Artilharia 1), existem vários restaurantes italianos - La Trattoria, MezzaLuna, e mais uns quantos - e nem um indiano, o que para mim, que nestes últimos dois anos e meio almocei sempre em italianos com cheiro a caril, foi uma boa notícia. Até ao fatídico dia em que, ao passear à hora de almoço, deparo-me com um restaurante em obras com um papel afixado que dizia: "Os restaurantes Everest Mountanha informam que se preparam para abrir mais um estabelecimento...". Pronto. Lá vem o cheiro a caril... outra vez.

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Opinião pública

O texto que se segue foi enviado por um leitor para a revista "Plenitude", da qual eu desconhecia a existência mas que conta já com 42 edições, de distribuição gratuita e que mais parece aquelas revistas das testemunhas dos Jeovás, mais apresentável. Esta é, para mim, a carta do ano, pela capacidade que este senhor teve de fazer versos com um assunto como este e por merecer o lugar cativo daquela coluna de opinião. Pode não ter formação em Relações Internacionais mas é um sério concorrente a um outro "poeta" que eu conheço. É MUITO mau!!

"A Guerra Israelo-Árabe"

A guerra israelo-árabe
Já existe há milhares de anos
Tem custado às duas partes
Muitas vítimas e danos

As perseguições aos judeus
Mais parecem maldição
Só assim se explica e entende
O ódio de tanta nação

De Deus é o povo escolhido
Para ser uma Nação
E segundo o que diz a Bíblia
Não está desprovido de razão

É um povo trabalhador
Culto e disciplinado
Para existir como nação
Tem de estar bem preparado

Mas também a Palestina
Tem direitos iguais
Só é estranho que esta guerra
Não possa parar jamais

Um dos grandes problemas
É a cidade de Jerusalém
Se os palestinianos a querem
Israel quere-a também

É assim uma disputa
Que parece sem solução
Não há tribunal competente
Para dizer quem tem razão

Os judeus são perseguidos
Desde o princípio do mundo
Vivem sempre em sobressalto
Num sofrimento profundo

É um povo sem descanso
Foi vítima da Inquisição
Se Hitler ganhasse a guerra
Era a sua extinção

É caso para meditar
Num pensamento profundo:
Porque será que os judeus
São tão perseguidos no mundo? (este verso está destacado a vermelho)

Não sou perito em política
Dou a minha opinião
Os leitores façam a crítica
Face à sua formação"

terça-feira, 10 de outubro de 2006

What a wonderful world!

Esgotou quando esteve em exibição no IndieLisboa. A crítica era positiva. O filme conseguiu a proeza de reunir sete histórias contadas por sete grandes realizadores, que mostram a realidade das crianças nos seus países de origem. O conjunto brilha e funciona bem, mas nem todos os argumentos são fantásticos. Falo de "All the Invisible Children", que fui ver no auditório de Mafra (afinal, até passam bons filmes lá na terra dos saloios).
Tanza, de Mehdi Charef (Rodésia do Sul) - Tanza perdeu a infância. Uma causa maior, defendida por sete elementos, fez com que o menino, agora obrigado a ser homem de guerra, deixasse para trás os lápis de cor, os cadernos, o recreio. Agora, ele tem uma arma, pensa em estratégias de ataque e anda por aí. Nunca descalça as botas. Não sorri. Volta a ser feliz naqueles minutos em que regressa à escola, aquela que terá de destruir em nome da causa maior, e sente, novamente, o cheiro dos lápis e dos cadernos. Descalça-se... A história peca apenas por ser falada num inglês muito mal arranhado.
Blue Gipsy, de Emir Kusturica (Sérvia-Montenegro) - É o mais divertido. Não causa aquela pieguice fácil. Blue Gipsy mostra uma realidade dura da Sérvia-Montenegro (agora, dois países distintos) mas sem ser lamechas. A música, os planos, a vitalidade e a esperteza do olhar do rapaz estão bem conseguidos.
Jesus Children of America, de Spike Lee (EUA) - Este toca lá bem no fundo. E dói. Pais junkies, completamente alienados do sofrimento de Blanca, gozada na escola e discriminada por ser portadora de HIV. Impressionou-me, da mesma forma que me impressiono sempre que vou tirar sangue (não consigo olhar), ver o braço do pai, completamente infectado mas pronto a receber mais uma dose. Exigia-se um final mais convincente.
Bilú e João, de Katia Lund (Brasil) - Falado em português do Brasil, mostra a força e a luta de dois irmãos que fazem do desperdício dos homens, o seu ganha pão. Nunca desanimam. Nunca baixam os braços. Não podem. Não querem. E vale-lhes a imaginação e vitalidade que só as crianças conseguem ter. I wish! Muito bom.
Jonathan, de Ridley e Jordan Scott (UK) - É o mais fraco, pela confusão da alegoria que pretende fazer e que não é bem conseguida. Quebra o ritmo de todo o conjunto.
Ciro, de Stefano Veruso (Itália) - Igualmente pouco convincente. É uma história que não agarra e é pouco esclarecedora. Miúdos de rua que roubam para ganhar a vida existem em qualquer parte do mundo. Vale pela música e pelas cenas do jogo das sombras.
Song Song and Little Cat, de John Woo (China) - É o espelho de duas realidades bem distintas, duas faces da mesma moeda, naquela imensidão que é a China. Há poucos diálogos, mas as expressões e os olhos das crianças dizem tudo. É de uma ternura incomparável.

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

A casa da mãe...

... será sempre a minha casa, também. Eu, neste meu feitio de ser muito independente, sempre pensei que a saída do "ninho" fosse "na boa". Saudades? Sim, o normal. Afinal, deixar a casa que nos viu crescer, onde passamos da infância à pré-adolescência, da adolescência à fase adulta, é como cortar, definitivamente, o cordão umbilical. Acho mesmo que é nesta altura que nos consciencializamos que já somos grandinhos. Não me custou nada sair de casa, até porque foi uma decisão muito rápida, sem pré-aviso. A minha mãe estava de férias no Norte. E telefonou-me. "Então? O que fazes?" - "Olha, estou a fazer as malas, estou de mudanças." - "Ai sim? Então, já fizeram a escritura da outra casa?" - "Não. Enquanto não fazemos, vou para esta" - "Está bem". Sem problemas. Aliás, a minha mãe nunca foi de levantar problemas nem tão pouco se encaixa no perfil de mães conservadoras (apesar de ser uma mulher conservadora em determinados aspectos) que tem de proteger a filhota mais nova. As minhas irmãs mais velhas apanharam esta fase, de terem horários rígidos para cumprir, horas para estar em casa e serem seguidas pelo olhar da mãe sempre que entravam no carro de alguém. Eu, a mais nova, apanhei a fase boa, a fase do "vai mas não abuses", "vens à hora que a Tânia vier". Melhor, "se vais com o Rui - o meu irmão - então está tudo bem". Eu abusava sempre, esticava a corda. Chegava depois da hora, fazia algumas misturas e passava o dia seguinte de ressaca. Mas nunca fiquei de castigo. Sempre tive liberdade para fazer o que quisesse e como nunca me meti em sarilhos, estava (quase) sempre tudo bem. O meu pai também, apesar de estar distante e por isso, mais afastado destas coisas, nunca foi um pai tirano. As minhas irmãs dizem-me que tive sorte, que sou a menina mimada e que sempre me deixaram fazer tudo. Azar, os tempos são outros.
Bom... Voltando a casa. Nunca deixei de sentir e de pensar nesta como continuando a ser minha. Ainda digo "a minha rua", "o meu cão", "o meu quarto". E de cada vez que lá vou, sinto-me mesmo em casa, apesar de olhar para o meu quarto e não ver lá muitas coisas. Lembro-me que quando saí, a minha mãe disse-me: "Não precisas de levar tudo. Isto fica aqui, para quando cá vieres". E a verdade é que ainda não consegui levar tudo. Nem quero. Há coisas que pertencem àquele espaço, que não fazem sentido noutro lugar.
Agora, que a mana do meio também saiu de casa, sinto-me triste por saber que a minha mãe ficou sozinha. Conta, claro, com a grande companhia do Putchy, e que grande companheiro ele é. E tenho vontade de regressar.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Não abandone, seu animal!


Ontem foi o Dia Mundial do Animal. E como a própria palavra indica, foi o dia de todos os animais, não só dos gatitos e dos canitos. É que, normalmente, a maioria das referências àquela data direccionam-se sempre para os animais de estimação. À excepção dos répteis, bichesas rastejantes, viscosas, com mais de quatro patas, gosto dos animais. E impressiono-me facilmente com imagens e textos que digam respeito aos maus tratos e às atrocidades que o ser humano faz aos bichos, por puro prazer. Sim, como carne, e por mais tentivas que faça, não consigo deixar de comer. Como as campanhas são quase sempre em defesa dos cães e gatos, esta foi uma das melhores que vi. Num outdoor enorme, aparece a frase "Não abandone o seu animal!" escrita a preto e por cima, a vermelho, a correcção: "Não abandone, seu animal!" Muito melhor!

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Notícias da manhã by Metro

1. Feliz Natal! Apesar de faltarem ainda 84 dias para o Natal, as iluminações características da época já começaram a ser montadas no Largo do Rato. Temo que a próxima vez que for a um centro comercial, as montras estejam decoradas com neve e pais natais vermelhinhos.

2. Afinal, a União Europeia é um completo disparate. Quem o diz são os polacos, que levaram a cabo uma investigação das leis da UE e descobriram algumas pérolas, de tal forma que organizaram um concurso com direito a atribuição de medalhas e tudo às mais absurdas. Uma das leis refere que os caracóis são peixes de água doce. Pois, e têm espinhas e tudo. Mas as medalhas foram atribuídas às seguintes normas:
Ouro: lei que proíbe ferver o leite que seja subsidiado
Prata: proibição de se efecturem operações aos seios a menores de idade
Bronze: lei que proíbe dar restos de restaurantes aos porcos e aos necessitados para se dar aos coelhos e aos furões.
Nem vou comentar...

3. Agora já é possível abandonar de vez os óculos e as lentes de contacto. Chegou a Portugal uma operação a laser que em pouco mais de dez minutos corrige todos os problemas de visão. Esperem lá! Então, mas esta bendita operação não existe há uma carrada de tempo? What's new? Os preços?

4. A banana é uma excelente fonte de energia e de bom humor e o seu consumo pode ajudar a aliviar os sintomas de depressão e de ansiedade. Já percebi por que é que na Madeira é Carnaval todo o ano.

Por hoje é tudo!

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Porque hoje é segunda

E porque o senhor Antony vem novamente a Portugal, desta vez, a Braga e eu não vou poder vê-lo, aqui fica.

domingo, 1 de outubro de 2006

Consultório veterinário


Doutora, o meu cão tem 8 meses e ainda faz xixi como as cadelas. É embaraçoso andar com um cachorro daquele tamanho na rua - 35 quilos e já a ladrar como cão grande - que se baixa daquela forma... Eu noto como os outros cães olham para ele. Até o gato faz aquele ar de provocação. Acha que ele pode ficar traumatizado? O que posso fazer?

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Quentes e boas!

Ainda não tinha saído da estação do metro e já distinguia o cheiro das castanhas assadas. Este é mais um dos sinais da chegada do Outono que, como já disse, não gosto, salvando-se o São Martinho. Sorri, fiquei mesmo contente. Gosto de comer castanhas assadas, no final daqueles dias frios mas com sol. Gosto de ficar com as mãos sujas da casca. Gosto de trincá-las depois de soprar para arrefecer um bocadinho. Gosto dos homens e das mulheres que as vendem. São poucos mas ainda há aqueles que apregoam bem alto: "Olha as castanhas quentes e boas!".

Duas conversas da treta

Hoje fui multada. Pelo menos, o xôr agente da autoridade apontou a minha matrícula na folhinha A4, mas não me deu nenhum papel. Eu parei e abri o vidro.
- Então, os automóveis já não podem passar por aqui?
- Não, não vê que isto é a faixa do BUS?
- Não... Desde quando? Passo aqui montes de vezes e só hoje é que a faixa passa a ser para o BUS?
- A menina é que não viu a sinalização.
- Qual? Só se a tiverem colocado esta madrugada. Eu e montes de pessoas não viram.
- Pois, são todos multados - disse enquanto deitava o olho à matrícula de um Audi que tentava passar à socapa.

Segui mas não me conformei. Estacionei o carro e fui ter com o outro xôr agente, que estava a estudar o novo Código da Estrada.

- Bom dia. Desde quando é que aquilo passou a ser para os transportes?
- Ó menina (foda-se, detesto que me chamem menina), as pessoas é que não reparam na sinalização.
- Mas qual sinalização? Eu vou por ali imensas vezes e a única sinalização que vejo é a que está marcada na estrada a dizer METRO para a direita.
- Pois, mas é do BUS.
- Ah pois, foi uma decisão lusco fusco...
- Diga?
- Nada... Então, mas também vai multar estes carros todos que estão aqui mal estacionados?
- Onde é que estão carros mal estacionados? (no metro do Sr. Roubado, o parque enche logo e tudo o que é passeio e monte de terra serve para estacionar)
- Aqui à volta. Está tudo em cima do passeio, até em cima das paragens, quase à porta do metro e em cima da passadeira.
- Isso do estacionamento é outra conversa. Há-de resolver-se um dia. Mas estes carros não estão nos lugares das paragens, enquanto não houver sinalização de paragem, elas não funcionam para os autocarros.
- Ah bom... Então e as passadeiras?
- Os peões têm espaço para passar. E a passadeira não está até ao fim do passeio, por isso, aquilo é um lugar. (eu sei que é difícil visualizar a cena sem se estar a ver o espaço)
- Pois, uns lixam-se e os outros safam-se.
- É assim menina.
- Temos pena, então.

Assim de repente

Tenho saudades de poder dizer (algumas) asneiras no local de trabalho (tipo merda para isto) e de ouvir a minha música no máximo do volume!!

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Jura ou a sessão tertuliana em casa da Martinho


Depois daquele jogo que afinal não existiu (numa entrevista depois da partida, o Fernando Santos disse que o Benfica tinha jogado com o Master - quem é o Master?), mais uma vez seguido desatentamente em casa da Sof e do Nenuco, ficámos todos à espera em pulgas para ver a nova peróla da televisão e os excelentes desempenhos daqueles actores e actrizes na novela Jura. O dramatismo da Patrícia Tavares, o ar masculino da Ana Brito e Cunha, o gajo que tem cara de entrar nos Malucos do Riso, aquele Ricardo Pereira que faz sempre as mesmas caras, a Ana Rocha a dizer que se ao menos o sexo fosse bom, até podia levar porrada que não se importava... E nem as cenas de sexo safam a cena. É tudo muito artificial. Mas a cena da noite foi a parte em que a Patrícia Tavares escreve no diário (quem é que aos 30 e mais alguns tem diário? Bem, sou capaz de conhecer uma pessoa, que dá pelo nome artístico de John) que estava maravilhada por ter voltado a descobrir os prazeres do sexo... Jesus!!!! E aquelas musiquinhas do arco da velha... É TUDO muito mau!
O melhor da noite foi, porém, a conversa paralela entre mim e a Bambi. Enquanto os outros - Mariachi, Nenuco, irmã da Sof muito bêbeda e Dezassês, que comia chocolate como se não houvesse amanhã - falavam da possibilidade da Sof escrever um best-seller ao nível de "O Código Da Vinci" de Dan Brown e fazer altas festanças na mansão que iria comprar depois de ficar milionária, eu torturava a Bambi com o anúncio do Twix versão revisores da Impala... E riamos a bandeiras despregadas!!! Bambi, CARAMELO, BISCOITO e CHOCOLATE!!!

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Uma manhã CAÓTICA!


Pertenço agora à classe trabalhadora que vai de transporte público para o emprego. Para quem trabalha em Lisboa, nada melhor do que o metro. O pior é quando se lembram de fazer umas greves, com o intuito de reclamar junto da entidade patronal. Pois, mas quem se lixa com isso não são, nem de longe nem de perto, os patrões mas sim aqueles que querem ir trabalhar e que não têm nada a ver com isso. Demorei duas horas a chegar ao Marquês de Pombal, cheguei ao trabalho uma hora depois e nem consegui avisar a boss porque não tinha saldo no telemóvel, e fiquei com uma carga de nervos de todo o tamanho. Se o Glorioso não fizer boa figura mais logo, vai haver molho. Ai vai vai|

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Ai como é bom morar no campo!


Ouvir os passarinhos a cantar logo de manhã... Ver os limões a nascer e crescer no limoeiro que eu plantei... Ter a minha própria salsa e os meus coentros (e estão bem caros)... Cortar uma rosa (às vezes não me apetece tirar os espinhos) do meu canteiro... Deitar-me na relva... Claro que, para alguém com tanto medo de bichezas, nada disto consegue suplantar o terror de ver lagartixas a passear no muro, por mais pequenas que sejam. De ver aranhas de Chernobyl em todos os cantinhos. De saltar e correr assustada de cada vez que um grilo me salta para cima. De ficar enojada e a pensar "como é que isto é possível?" quando vejo lesmas NOJENTAS, GORDAS, OBESAS, LUZIDIAS. O meu Bono, pelo contrário, adora tudo o que mexe. Não consigo ficar indiferente a estes bichos. E não adianta dizerem-me que, coitadinhos, fazem parte da Natureza. Ya, ya...

Geração de vidro

Isto de ser criança nos dias que correm já não tem piada nenhuma, muito por culpa dos papás, que se esqueceram o quanto gozaram no tempo deles, fugindo às regras e fazendo ouvidos moucos aos avisos dos pais, e também, reconheço, à insegurança da era moderna e o medo do pesadelo que é a pedofilia, mais declarada agora que há uns anos.
Bom, isto tudo porque li uma notícia no Público sobre uma norma europeia que proíbe cordões nas camisolas para crianças, norma esta que, para não variar, a maioria das lojas desconhece. Diz, a dita regra, que os cordões podem pôr em risco a vida dos mais novos, podem prender-se em qualquer coisa e causar perigo de estrangulamento. Se isto é para cumprir, então há que ser coerente e adoptar outro tipo de medidas. Vejamos. Os botões podem ser engolidos e usados como arma letal nas fisgas (os putos ainda brincam com isto?). Os pequenos podem entalar-se nos fechos (os rapazes então, devem ter MUITO cuidado). A quantidade de químicos que os tecidos levam para terem determinada cor causa inúmeras alergias. Mas o que me fez pensar no ridículo desta norma europeia foram as excepções à regra: "exclui os cordões dos sapatos, botas e outro calçado; luvas, chapéus e cachecóis; cintos e suspensórios; vestuário de cerimónia; roupa de desporto de fabricantes especialistas nessa área e guarda-roupa para o teatro". Então mas os cordões dos sapatos não podem prender-se nos raios dos pneus das biclas? E os tropeções? Então e um cachecol não pode ficar preso numa árvore, por exemplo, ou num gancho, e estrangular?
Oh, valha-me Deus!

sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Hey John!

O dono do Garfield existe. Não é um boneco animado nem uma personagem de um filme. É real, é uma pessoa que vemos no dia-a-dia (no meu caso, via, agora já não). As semelhanças físicas são por demais evidentes. Cabelo, olhos, cara bolachuda, a posição do corpo. Os gestos são iguais, o mesmo andar arrastado, um olhar lânguido. E também tem gatos, não um Garfield, mas vários, de todos os tamanhos e cores. E um cão, também. Eu posso dizer que conheço o John, que falo com ele, que recebo emails dele e que conheço os Garfields&Co. Não é fantástico?

Summer is gone


E passou a correr. Tem sido assim, de resto, a tendência nestes últimos anos. Contam-se pelos dedos das mãos os dias quentes que tivemos. Se juntarmos a este dado o facto de ter passado a maior parte deles dentro de um edifício todo espelhado, o cenário fica ainda pior. As noites então, daquelas que pedem uma noitada na rua ou, simplesmente, ficar na ronha na cama de rede, souberam a pouco. Longe vão os tempos em que o meu Verão era sinónimo de 3 meses de férias. Aproveitava cada dia ao máximo, tinha tempo para fazer tudo. Três longos meses, de praia, saídas com os amigos, sem horários, pura despreocupação. E assim se passava o Verão.
Chegámos, pois, ao Outono. Confesso que não gosto das meias estações. Nunca sei o que hei-de vestir, não está frio mas também já não está calor. Está assim-assim. Uma chatice! Valha-nos o São Martinho, as castanhas e a água-pé.

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Ainda bem que ninguém me avisou!

Nos Açores, a protecção civil esteve em alerta máximo. A população ficou de prevenção. Fechar bem as janelas, portas e portadas. Não deixar objectos soltos nos terraços, varandas e outros espaços ao ar livre. Tirar a roupa do estendal. Travar bem os carros. Recolher os animais abandonados (esta bem poderia ter sido uma das medidas, mas não foi). O furacão Gordon, já em estado de tempestade tropical, preparava-se para fazer uma visitinha ao arquipélago, e depois seguiria para o norte de Espanha. Portugal Continental estava a salvo. O caraças, é que estava. Esta noite acordei com as rajadas do dito. Os triciclos das minhas sobrinhas andaram sozinhos, por pouco o caixote do lixo não foi parar ao terreno da vizinha. E depois, uma chuvada do caraças. O meu Bono, coitadinho, estava todo enroscado dentro da casota, nem deve ter dormido, acagaçado com o vento.
Obrigadinha pelo aviso!

terça-feira, 19 de setembro de 2006

E assim nasceu o twix

As (boas) campanhas publicitárias conseguem ser verdadeiros hinos à imaginação e arrancar gargalhadas desmedidas. Esta é uma delas. Muito bom!

www.youtube.com/watch?v=z7S2qs5I73A

P.S. - Como (ainda) não sei inserir links, o processo é o antigo copy/paste...

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Tanto Sol...


... para nada! As expectativas eram elevadas, a campanha publicitária levada a cabo há vários meses tinha mesmo esta intenção. Havia muito mediatismo em torno daquele jornal, daquele projecto que um maluco, como o chamam, José António Saraiva, idealizou e ousou meter em marcha, contra o Expresso. Projecto arrojado, que suscitou a curiosidade de muitos e que levou tantos outros, cerca de 500, a enviar o CV. Eu fui lá, mas não fiquei.
Bom, no sábado comprei o dito Sol. Ao contrário do que pensava, consegui facilmente arranjar um exemplar numa estação de serviço, e havia vários à escolha. Tirei um do meio, que estava menos amachucado. Dois euros, bom preço. Só o consegui ler ao final do dia. E não gostei. Em parte, pela expectativa criada, que decerto, desiludiu muitos outros leitores. Depois, confirmei o que já tinha constatado no site. Não li todos os artigos, mas alguns estavam mal escritos, com muitas repetições, de palavras e ideias. As fotos são demasiado grandes, assim como o corpo de letra. E a paginação é confusa. O recurso a ilustrações não é positivo num jornal de informação como este pretende ser. Em certos assuntos, até se justifica, mas não como regra geral. E depois, uma publicação que gira em redor do umbigo do próprio director, não augura nada de bom. Aquela ideia de mostrar, com fotos e tudo, como nasceu o projecto, que foi uma ideia pioneira e tudo e mais alguma coisa, não cai nada bem. E mais: o logotipo muda de cor conforme a estação.

Não vou comprar o próximo Sol. Além disso, não oferecem DVD's, nem malas, nem bolsinhas, nada! Que chatice!

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Outubro 2006 by Elle

"Chegou o momento para que tem andado a trabalhar há meses. Muitas pessoas felicitá-la-ão pelo seu grande sucesso e dir-lhe-ão como desejariam ter a sua sorte, mas a verdade é que a sorte não tem nada a ver com isso. Este sucesso foi conseguido com muito trabalho! Mais: você esteve sempre preparada para a possibilidade de alguma coisa correr mal e ficar sem nada. Merece todo o êxito."

Passo anos sem ler o meu horóscopo e depois, é isto! E não é que acertaram?

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Life is too short for fussing and fighting, my friends!

Vi e segui com muita atenção a primeira entrevista da jovem austríaca Natascha Kampusch. Ela personifica o acontecimento do ano e revela como a natureza humana se move por caminhos que nos são desconhecidos, apenas desvendados pela necessidade extrema de sobrevivência. Não vou aqui falar do aproveitamento da imagem que ela irá ter, do facto de ter todas as portas abertas para fazer o que quiser e ganhar milhões com isso. Nem digo que será ela a ter esse tipo de comportamento. Isso não interessa, pelo menos, para este caso.
Da entrevista retirei uma das mais importantes frases que ela proferiu e que me tocou particularmente. "Nunca saiam de casa zangados com alguém, porque não sabem o que pode acontecer a seguir". A ela, aconteceu-lhe ficar oito anos de cativeiro, sem ver a família, depois de se ter zangado com a mãe.

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Há sempre uma primeira vez

E hoje foi a minha. Decidida a aproveitar o sol ao máximo neste dia de folga, e o calor que ainda se faz sentir neste mês de merda que é o Agosto, aventurei-me a uma visita às Piscinas Municipais de Mafra. Pensei em ir até à praia, mas nesta terra onde o vento mora, seria perder a viagem.
E lá fui eu. Não pode ser assim tão mau. "Na praia também levas com a brigada do tupperware e com os berros das crianças que mais parecem que estão possuídas, e que vão à água fazer mais do que o inocente xixi - a última versão é cavar um buraco na areia, sentar-se em cima e continuar a brincar como se nada fosse, e tapar no fim, como se de uma construção na areia se tratasse."
Entrei. Não havia muita gente. Os putos do costume, dentro de água desde as 9h. Uns quantos teens e pares de namorados.
Estendi a toalha na espreguiçadeira e foi então que me apercebi. O horror. A tragédia. Lembram-se quando iam com os amigos às piscinas lá do bairro, com 12, 13 anos, e os rapazes, parvos, passavam o tempo todo a empurrar as meninas para dentro de água, a fazer chapões, bombas e aos berros? Pois bem, está tudo na mesma. A variante é que os meninos e as meninas (que agora andam com calções até ao joelho em vez do tradicional biquini, parece que é moda) são mais velhos.
Eu só estava à espera do primeiro salpico que me viesse incomodar, para poder fazer aquela cara de má (mesmo, mesmo má) e de os pôr no devido lugar. Cambada de pitos!
Mas não. Nem um. Tiveram sorte.
Bom... Conclusão do dia (além de não voltar às piscinas municipais): A adolescência de hoje é tão estúpida!


sábado, 26 de agosto de 2006

Vida Aquática



Acabei de ver o filme "Life Aquatic with Steve Zissou" pela primeira vez. Algumas das cenas já me haviam sido descritas com tal precisão que quando finalmente as vi, fiquei com a sensação de dejá vu.
Quando acabei, pensei como a vida seria bem melhor se tivesse como banda sonora o Seu Jorge e a sua viola...

O primeiro post



É sempre o mais difícil. Por ser o primeiro, por ser aquele que abre o blog, por ser aquele que, em princípio, irá dar origem aos seguintes. Por ser aquele que, quando se começa a escrever (e pensamos piece of cake), apaga-se, volta-se a escrever, e a apagar. E é quando se pensa: "vou desistir". Não. Vou apenas passar logo para o segundo.
Welcome!