quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

O Katrina passou por Mafra

Numa escala menor, é certo, mas suficiente para me deixar o terraço num caco e o meu cão acagaçado, o que lhe valeu uma estadia na almofada de estimação durante toda a noite e o dia de hoje, também...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Porque hoje é segunda-feira...

... estou de greve.
Greve de ideias.
Greve de fome.
Greve de alma.
Greve de emoções.
Greve de sorrisos.
Greve de sexo.
Greve de amor.
Greve de café.
Greve de música.
Greve de socialmente correcto.
Greve de paciência.
Greve de boa educação.
Greve de internet.
Greve de amizade.
Greve de informação.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

"É só isso... Não tem mais jeito... Acabou... Boa sorte!!!!"

É isto!!!

Adoro...

Quando os que têm a mania das suas certezas, passado um tempo, dizem-me assim: "Afinal, tinhas razão".

Em casa de ferreiro...

Ah e tal, agora a trabalhares numa agência de modelos, deves andar aí toda em forma, magra e com tudo no lugar. Ossos do ofício, não é?. Isto é a mais pura... Mentira!!!
Eu bem tento resistir e ir ao ginásio fazer 500 abdominais e correr meia-hora para não ficar flácida. Tarefa impossível. Tenho uma bruxa má a trabalhar comigo (porém, muito fofinha), que TODOS (quase todos, vá lá) os dias insiste em passar na pastelaria e trazer-me uns pecados de bolos (miminhos, diz ela).
Lili, assim, não dá!!!!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

E eis que...

... a meio de um jantar de aniversário, que juntou amigos de infância (a malta lá do bairro), descobri, por entre recordações daqueles tempos, a razão pela qual a frequência e consequente satisfação sexual entre os casais, diminui quando se juntam/casam.
A conversa começou mais ou menos desta forma: "naquele tempo, quando íamos para o monte..." A partir daqui, seguiu-se uma série de lembranças que me fez chegar a uma conclusão, exposta lá mais adiante.
Não conheço ninguém que no auge dos seus 15/16 anos (no mínimo), não fosse lá para o monte da cidade, que por acaso, tinha uma vista do caraças: ponte 25 de Abril, Cristo Rei, aeroporto... Um luxo!! Chegávamos devagar, com os faróis apagados como sinal de respeito pela privacidade dos que lá estavam. Até tinhamos lugares cativos. O meu é o actual Lote 88. Não me lembro de me ter acontecido um episódio digno de memória, para além das maratonas óbvias, tendo em conta que, no meu tempo, eu tinha que chegar a casa à meia-noite... E quando o horário se prolongava, era a festa no monte. Sei de alguém que experimentou a bagageira de um carro comercial e colocou a toalhinha entre a porta para esta não fechar. Findo o acto, puxa da toalha para a devida higienização e ups, f...-se, a porta fechou-se. A chave, as roupas, estavam na parte da frente do carro. Solução: partir o vidro, o que lhe valeu um prejuízo ao nível de uma noite num hotel de 4 estrelas.
Além do monte, havia alguns que recorriam aos descontos do cartão jovem nos hotéis de 3 estrelas e algumas pensões... da Costa da Caparica. Passeio de domingo com o namorado, directos à Costa, uma passagem pela praia, pela rua dos Pescadores e pimba, uma entrada rápida no hotel/pensão, com aquele ar de caso, de cabeça baixa, a pedir um quarto duplo... só para descansar, porque viemos de longe. Era até à noite, o apetite (de comida) só aparecia a caminho de casa. Pergunta a mãe: "Então onde foste?", responde a filha: "Fui comer um gelado à Costa", nova pergunta da mãe: "À Costa? Com esta chuva...? Vens com o cabelo molhado...", responde a filha na distância confortável do wc: "Então, apanhei chuva quando saí da geladaria."
E a malta era feliz... sexualmente. Ou pelo menos, pensava que era.
A mesma coisa quando íamos às matinés no cinema, ver os filme do Van Damme e do Steven Siegel, que ninguém via... Era aproveitar o desconto do cartão jovem, o escurinho da sala e cada casal ia para um canto da fila...
Nesse tempo, ninguém se preocupava em ser apanhado, se alguém estava a ver... Era no banco do jardim, rodeado de putos e velhotes, era nas escadas de um prédio qualquer, era numa esquina mais escondida... Era onde nos apetecesse.
Hoje, isso mudou. Bem podemos experimentar as divisões da casa, a mesa da sala, o lavatório da casa-de-banho, o terraço, a cama de rede, a garagem... Ou até, ir a um motel no aniversário de casamento. Mas nada, NADA, se compara à espontaneidade daquela idade. E foi isso que se perdeu e que se perde com a idade.

Belos tempos, aqueles...

Merda!

Deram um concerto acústico à 1h30 da madrugada no Casino de Lisboa, eu fiz um daqueles esforços para manter os olhos abertos. Até que eles entraram. Tocaram quase todas em versão acústica, o que, na minha opinião, se torna menos interessante para algumas músicas. Mas não tocaram esta... Merda... Imperdoável!!!!

Como gastar 10 milhões de euros em 3 dias

Se há coisas que este Governo nos tem ensinado é como gastar dinheiro. Mal ou bem, ele ensina-nos a gastá-lo. A Cimeira UE/África foi mais um destes exemplos.
1 - Organiza-se um encontro de amigos europeus e convidam-se todos os países africanos, porque fica sempre bem o convidado ser mais desfavorecido que o anfitrião;
2 - Paga-se-lhes os hotéis de 5 estrelas e satisfaz-se-lhes todas as mordomias e manias;
3 - Transforma-se o já caótico trânsito de Lisboa numa confusão ainda maior;
4 - Reúnem-se todos na FIL para falar sobre... NADA!!!

E assim se gastam uns milhões, mais aqueles que ficaram para recompensar o PM britânico que fez birra... Acho que não gostou do hotel em que o queriam colocar...

O prémio para a melhor cobertura jornalística do evento vai, sem dúvida, para a SIC, que soube, como mais nenhuma outra estação, aproveitar a única coisa que havia para aproveitar dali: as ridicularidades da Cimeira. O estilo de roupa dos convidados, a luta de protagonismo entre Mugabe e Kadafi (este a ganhar, sem sombra de dúvida, pelo estilo), Angela Merkel a dormir, os hábitos alimentares de cada um (nota para a desconfiança de Kadafi, que virou vezes sem conta uma chamuça...), e mais outras coisas ridículas, como foi, aliás, toda a Cimeira... Ridícula.
Ah e tal, mas o Clube Europa deu um puxão de orelhas àqueles bárbaros africanos sobre os direitos humanos. Então não deu? Eu desconfio até que, depois desta cimeira, o próximo Nobel da Paz será atribuído à União Africana.
E também mostraram umas imagens do Darfur, para impressionar... então, Espalha, não sejas assim...

Vão-se...!!!!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

As asneiras que um gajo faz quando chega aos 40

Brad Pitt anunciou que não fará mais nus nos filmes, para não envergonhar os filhos...
Meu querido Brad, amigo, tirando 2 ou 3 filmes em que não apareceste como vieste ao mundo, todos os outros, eu só os vi porque tu aparecias de rabinho à mostra. Por favor, deixa-te lá dessas merdas, tá bem?

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Eu me confesso

Assumo, sem qualquer problema, vergonha ou pudor que gosto dele, desde os Silence 4. Como cantor e como pessoa. Não fiquem chocados. Gosto e pronto. Já tive grandes discussões (leia-se, grandes trocas de ideias) sobre gostos musicais que, a meu ver, se discutem, sim senhor. Mas isso fica para outros posts.
Tive oportunidade de o entrevistar para uma coluna destinada apenas a 1000/1500 caracteres. A conversa durou quase 2 horas e fugiu muito ao guião de perguntas que tinha preparado. Dei por mim a falar de músicas e grupos que ambos gostávamos. Enfim...
Neste último álbum, "Dreams in Colour", fez um excelente trabalho, com traços de genialidade e originalidade. Gosto disto e disto.

Agora sim, a maravilhosa viagem a Pipa, passadas quase duas semanas e o bronze, esse, está quase a ir...

Demorou mas cá está. Afinal, isto de se escrever sobre viagens, principalmente, as que se fazem a nível pessoal, é mais difícil do que parece. "Vou ter imensa coisa para escrever, para contar", pensei. E é verdade! Mas também é que há coisas difíceis de explicar por palavras. Pipa é uma vila simples e tudo o que vi baseou-se nessa simplicidade. Talvez por isso, seja complicado escrever sobre a viagem, que começou pela simplicidade e rodeou-se sempre daquele espírito "boa onda" típico, agora sei, dos brasileiros do Nordeste. E contagiante... Aquelas pessoas não sabem o que é stress, não sabem o que é andar depressa para não chegar atrasado. É tudo na boa. A verdade é que passei uma semana "sempre na boa", no "relax", no "tou nem aí"...
Nem sei por onde começar... talvez pelas frases brejeiras e simpaticamente graxistas do guia, Tiago, "cês são um grupo show dji bóla", "eta, gentje arretada". E, claro, a piada sem piada, "Natal é a única cidade do mundo onde se pode desejar Feliz Natal todo o ano".
Podia também começar pelo percurso Natal-Pipa, já de noite (19h), em estradas estreitas, sem qualquer iluminação a não ser a das televisões das casas, algumas ainda em tijolo, sempre de porta aberta, mas todas, sem excepção, com uma TV, um sofá e uma parabólica gigante no telhado. À beira da estrada, grupos de homens jogavam às cartas e bebiam Skoll, iluminados por uma puxada ilegal de um poste de electricidade.
Ou então, podia começar pela osga que me recebeu na recepção do hotel, queitinha no candeeiro laranja. Alguém comentou: "estamos no meio da natureza, calangos (lagartos) não vão faltar". E não errou. Não se passou um dia sem ver uma espécie rastejante, na mesma proporção que via os golfinhos à minha beira, no mar, à distância de dois, três metros. Confesso que este foi, para mim, o ex-libris desta viagem. Ter por ali os golfinhos a nadar... Sei lá, nem sei explicar a sensação. Eu, que já nadei com eles em alto mar, em Cuba, sentia uma alegria infantil inexplicável a olhar para aquilo. E todos os dias, eles andavam apenas naquela praia. Mais do que o hotel, o chalé em madeira, os jardins, aquilo sim, era um verdadeiro luxo.
Conheci pessoas simpáticas, humildes, sem vícios de dar graxa ao turista tuga. Pobres de bens materiais mas ricos de espírito. Como o Xico da Rede, que calcorreava as praias debaixo daquele braseiro, com várias camas de rede e colchas, sempre bem disposto que, com sotaque sertanejo, apregoava: "Tá dormindo no chão? Xico da Rede é a solução". Inchava e sorria de orelha a orelha (deixava ver que mascava erva o dia inteiro) quando falava de um jornalista holandês que o conheceu e que fez duas páginas sobre ele. Mostrava-as plastificadas, como um tesourinho nada deprimente.
Afirmo sem dúvidas que esta viagem foi a minha terapia, mas não a cura. Infelizmente. E agora percebo o que me diziam sobre algumas zonas do Brasil (realço o "algumas"): há ali qualquer coisa que te cativa imediatamente, que te vicia e que te deixa profundamente infeliz por partires.






Parece exagerado? Não é.