quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Publicidade enganosa

Enquanto consumidora de uma série de produtos e serviços cuja publicidade passa insistentemente na televisão, sinto-me defraudada, desfalcada, enganada, vigarizada. A OK Teleseguros tem um produto destinado exclusivamente às mulheres. Assim, em vez do "OK Teleseguro, boa tarde, fala a Marta", aparece um rapaz bem composto e voz sensual que diz "OK Teleseguro, boa tarde, fala o Miguel". E a publicidade prossegue com uma série de homens ao dispôr de todas as alíneas do contrato: Assistência em Viagem, Carro de Substituição, and so on and so on. Mais, se aderirmos já, recebemos uma oferta especial. Ligo. A primeira decepção acontece no segundo seguinte de ouvir um rapaz que mal consegue dizer uma frase seguida sem gaguejar quanto mais fazer uma voz sensual, o que me leva a imaginar a figura do outro lado - puto imberbe, cheio de acne e dentes podres. Sucessivas decepções, entre as quais, o valor do seguro, muito mais elevado. Então e a oferta especial? Pode escolher entre uma lavagem automática ou desconto na revisão do carro. Hã?

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

PDI

Estou naquela fase a que chamam "a tenra idade", seguida de um "bah, aproveita agora que ainda não chegaste aos 30. Depois é que são elas". Não me importo nem um bocadinho. Posso dizer que já experienciei muitas e diversas coisas e faltam-me ainda outras tantas. Tenho, por isso, alguma bagagem que me habilita a responder às célebres e inquietantes perguntas das crianças, que invariavelmente começam e acabam com um valente "Porquêeee?". Os meus queridos sobrinhos - gémeos, 10 anos - nunca foram muito apegados a mim, sempre fui a tia má. Não que os tratasse mal, mas em comparação com a outra tia, bem ao estilo daquelas tias dos filmes que estão sempre a dar guloseimas, roupa e brinquedos, compreende-se porquê. Nunca os infantilizei, e ainda hoje, quando vêm ter comigo e falam com aquela vozinha aguda eu digo logo, "atão pá, isso é voz d'homem?". Apesar de não os encher de brinquedos que, ao fim de meia-hora, já estão arrumados definitivamente (se não mesmo estragados), fui sempre a tia dos porquês. Numa das muitas reuniões familiares em casa da mãe, com as três irmãs, respectivos e os putos da mais velha, onde se fala sempre da mesma coisa e onde se discute o mau-feitio das filhas, vejo os gémeos entretidos com uma revista - a ANA, que na altura trazia uns fascículos sobre o corpo humano - com aquelas caras de conspiração, a falarem baixinho. E vão, sorrateiramente, para a cozinha, com a revista escondida. Fui atrás deles, bem devagarinho. Entro e pergunto. "O que é que vocês estão a ver?". "Nada, tia", respondem vermelhos que nem um tomate. Pego na revista, aberta nas páginas que falam sobre os órgãos reprodutores e digo-lhes, do alto dos meus 20 e poucos anos, "Se querem aprender alguma coisa de jeito sobre relações sexuais e como é que se fazem os bebés, então comprem a Playboy". Eles ficam a olhar para mim, fazem uma cara de espanto e respondem com aquela entoação. "Não é para isso, tia. Essa parte do pénis que entra na vagina e que depois deita um líquido produzido nos testículos, nós já sabemos. Estavamos só a ver os desenhos."

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

O anti-glamour

Acho inacreditável ninguém se ter apercebido do estado em que se encontrava a rapariga. Pois, deve ser difícil, num meio onde se disputam gramas e prevalece a lei do menor peso.

terça-feira, 14 de novembro de 2006

O meu é mais bonito que o teu!

A imprensa cor-de-rosa anda mesmo a pedi-las. Numa dessas publicações maravilhosas, surge, a páginas tantas, uma notícia de vital importância para o desenvolvimento de todos os EUs da sociedade (esta é para ti, nenuco!) . Título: "Marco Paulo e Cinha casam cães", com afirmações exclusivas do "padrinho" da dita cadela, que diz: "foi amor à primeira vista". Quero aqui deixar uma palavra de consideração ao timing do fotógrafo, que conseguiu captar a cadela no preciso momento em que esta fazia aquilo que se diz em vocabulário corrente, "arrear o calhau", enquanto a "tia" fazia exactamente o mesmo, mas a falar ao telemóvel. A isto se chama cão (cadela, neste caso) bem ensinado (pergunto qual delas terá aprendido com qual?).
Bom, mas o cerne da questão é que o artigo é uma clara manifestação das atitudes racistas da imprensa pink portuguesa. Por que razão a cadela da Cinha Jardim é digna de uma página nestas revistas e o meu Bono, que até tem um nome famoso e sabe cantar as músicas todas dos U2, não? Hã? É porque a Juanita é branca e o meu Bono é preto?

Uma vida descartável

Namorada para namorado: "Vamos comprar casa?"
Namorado: "Casa? Só se for sem compromisso!"

A ideia é simples, porém, não é nova (o ramo automóvel foi o primeiro). Por 250 euros mensais, podemos viver durante dois anos numa casa à experiência. Se no fim daquele tempo quisermos adquirir a casa, passamos a pagar o triplo ou o quádruplo do valor, mas isso não interessa nada. Se não quisermos ficar com a casa, passamos para outra e experimentamos por mais dois anos. Fácil, descomprometido, ideal para quem não quer assumir grandes responsabilidades.
Não tarda, este conceito vai abranger outras áreas. Depois de um ano, a gaja vira-se para o gajo (atenção: isto não é uma atitude feminista, apetece-me apenas colocar as coisas ao contrário) e diz-lhe: olha, já passou um ano e isto já não é o que era. A cena morreu, 'tás a ver? E parte para outra, até se fartar novamente.
Vamos às compras. Olhe, vou levar estes 39 sacos Louis Vuitton cheios de roupa Prada, Emporio Armani, D&G e sapatos Manolo Blahnik, vou usar durante uns mesinhos e depois devolvo, 'tá bem? Que krida que você é!
E tudo o que possamos pensar! As possibilidades são imensas! Acho que vou pedir um micro-crédito e abrir um renting desacartável de qualquer coisa!

As sociedade ditas avançadas

Peço desculpa a todos pelas imagens chocantes, mas não me apeteceu deixar passar isto.

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Sondagem

Qual destas afirmações é a mais cretina, absurda e digna de levar uma cabeçada?

Afirmação 1: Um filho é a concretização do amor de um casal.
Afirmação 2: O conceito de casal só faz sentido se for para procriar.
Afirmação 3: Ninguém conhece a verdadeira felicidade até ter um filho.
Afirmação 4: A chegada de um filho é a realização de duas pessoas enquanto casal.
Afirmação 5: Faz parte da natureza da mulher querer ter filhos, procriar, dar à luz.
Afirmação 6: Se podes ter um filho, para quê adoptar?

sábado, 11 de novembro de 2006

Quero ser modelo e ganhar milhões!


"Olá a todos, kridos membros da Top Model&E-Fashion Agency! Xamo-me Cristina mas os meus amigos tratam-me por Kris, com K, pq é mais fixe quando for famosa, tipo nome artistico. Desde pekena q os meus pais e toda a gente me dizem keu tenho jeito pa moda, sou vaidosa e nunca saio de casa sem me olhar 23727 vezes ao espelho. Tenho 1,40 de altura e peso 75,2 kilos e tenho 36 anos. O cabelo é loiro com madeixas pretas na raix. Tenho um rabo muita bom e mamas grandes. O meu namorado qé um fofo disse-me q assim eu até posso fazer filmes e q ele até pode filmar. Toda a gente olha para mim na rua e ele às vezes fica assim com ciumes, o parvo. Eu gostava trabalhar na moda, tenho jeito pra coisa. Envio umas fotos pra verem. Fico a espera que me telefonem. Digam-me o q axam. Um beijinho a todos. Gosto bué de vosses."


sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Há dias de manhã...

Para não variar, acordei com aquele humorzinho característico de quem dormiu pouco e mal e que não está com aquela cara de felicidade por hoje ser sexta-feira. Está um sol irritante, que apanho de frente e não me deixa ver nada pelo vidro do carro. Tenho de conduzir mais devagar, o que não me agrada. Vá lá, o cão não estava nos seus dias complicados e despachou-se no que tinha a fazer. Menos mal. No parque de estacionamento, há tantos espaços para estacionar o carro em cima do passeio que até chateia. Não consigo escolher um. Merda, devia ter bebido café mal saí de casa. É de madrugada e alguém à porta do metro já montou o assador de castanhas, e por mais que tente fintar a fumarada, é difícil. Entro na carruagem e fico atrás de uma menina que não se decide onde se quer sentar. Dou-lhe um pequeno empurrão. Desculpe, não foi sem querer. Irrito-me só de olhar para as pessoas. O cheiro dos perfumes exagerados, o excesso de gel no cabelo, as malas enormes que impedem a passagem. Tudo!



O que vale é que amanhã, por esta hora, já estarei excêntrica! Ou então não e venho trabalhar!

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Um dos melhores momentos de TV dos últimos tempos

Quem não viu, perdeu um momento hilariante. E não estou a gozar com a figura do David Fonseca, que eu até gosto dele. Nunca a Mónica Sintra pensou ter esta música cantada assim.

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Mal, Sr. Primeiro Ministro

O gabinete de assessoria de imprensa de José Sócrates está a falhar e não comunica devidamente com o gabinete de Cavaco Silva. De tal forma que podemos dizer que o nosso PM corre perigo de vida. Cavaco propôs Portugal como candidato a receber a próxima cimeira ibero-americana, a realizar-se em 2009, servindo assim de ponte entre a Europa e os países da América Latina. Sem saber, Sócrates teve esta brilhante saída. "Os E.U.A. são exemplo na defesa dos Direitos Humanos e da visão de humanismo". Não bastando (e como ninguém o mandou o calar - falha do gabinete), este senhor afirmou ainda que aqueles valores estão no coração do povo americano. Vamos esperar que ninguém com sotaque hispânico tenha ouvido ou lido estas afirmações. Já para não falar da cretinice destas palavras.

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Bad morning!

Ora aqui está a explicação científica que faltava para que os homens percebam, finalmente, certas e determinadas coisas.

"O acordar é pior para as mulheres, que começam o dia mais mal-humoradas do que os homens. De acordo com um estudo britânico, cerca de 30% das mulheres permanecem mal-dispostas quatro horas depois de despertarem, contra apenas 10% dos homens". In Metro

Afinal, eles também têm dores de cabeça


Conversa entre duas mulheres casadas e com filhos, uma que trabalha na função pública e a outra que é directora do departamento financeiro de uma grande empresa:

- Lá em casa é ele que faz tudo. Vai buscar o miúdo ao infantário, dá-lhe banho, faz-lhe a sopa, brinca com ele e mete-o a dormir. Eu, quando chego, já tenho o jantarinho pronto e o puto já está a dormir.
- Ai, quem me dera. Pois o meu não mexe uma palha.
- Olha que não é assim tão maravilhoso quanto pensas. Quando me vou deitar, a maior parte das vezes já ele está a dormir. Quando não está, vira-se com aquela cara e diz-me que está cansado e com dor de cabeça. Que não lhe apetece.
- Como, não lhe apetece?
- Eh pá, como nós fazemos às vezes, quando não estamos pr'ali viradas...
- Ah... A sério? Olha lá, ele não terá outra?