quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Como ficar com os nervos em franja com uma aula de yoga


Agora que se aproxima o novo ano, facto que, para mim, é irrelevante em determinados aspectos (não espero que 2007 seja melhor que 2006, não espero que me aconteça algo fantástico - até porque a Maya já previu que o meu signo vai ser o pior em 2007 - , enfim, não faço promessas nem pedidos de ano novo. O que está quase a terminar foi muito bom, muito bom mesmo, a vários níveis, por isso, não espero que se repita em 2007, até porque tudo o que é bom, acaba um dia e só acontece uma vez), decidi procurar uma actividade para me entreter. Janeiro é sempre um bom mês para começar alguma coisa nova. Pensei no yoga, por dois motivos: tenho um centro muito perto do meu trabalho e queria alguma coisa para relaxar ao final do dia. Dirijo-me ao local e peço informações, com ênfase para o facto de NUNCA ter praticado nada do género. Dizem-me que posso assistir a uma aula e até fazer uma, se quiser. Prefiro assistir, apenas, não me apetece fazer figura de ursa a tentar fazer tocar o dedo do pé na costela n.º 15. A aula decorreu a um ritmo tipo slow motion, o que, ao contrário do que eu pensava, não me acalmou. Começou a mexer-me nos nervos aquela lentidão. A música não me fez relaxar minimamente e aquelas posições são tudo menos fáceis de fazer, nem com 3 anos de prática. Digamos que se assemelham às posições do Kama Sutra, tirando meia-dúzia delas, são impraticáveis até para os artistas do Circo de Soleil. Ao fim de 30 minutos de aula, eu já estava com aquela cara de enfado misturada com uma expressão altamente nervosa e achei por bem retirar-me. Chiça, que nervos!

Moral da história: nada como uma boa aula de body combat para relaxar! Ginásio, aqui vou eu!

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Top 5

Participei na votação da Radar para eleger os melhores discos e concertos de 2006. Não foi fácil, tenho dificuldade em escalonar as minhas preferências. Ainda assim, esta foi a minha votação, com referências ainda a "Tv On The Radio - Return to the Cookie Mountain", "Tom Yorke - The Eraser" e "Scissor Sisters - Ta-Dah":

1.º Nouvelle Vague - Band à part

2.º Maximilien Hecker - I'll be a Virgin (...)

3.º Final Fantasy - He Poos Clouds

4.º Damien Rice - q

5.º Beck - The Information

Quanto ao melhor concerto, escolhi dois: Franz Ferdinand e The Strokes. Não assisti, com MUITA, MUITA pena, a muitos outros.
O resultado está aqui e, como é óbvio, não agrada a toda a gente. Não concordo com os 3 primeiros lugares, mas compreendo o resultado, tal o sucesso que estas bandas tiveram em 2006. Os álbuns são bons, porém, longe de serem os melhores do ano. Não quero com isto dizer que a minha votação seja a correcta, mas, além de escolher os álbuns com algum significado para mim, procurei escolher os que me surpreenderam e que, acho, trouxeram alguma coisa de novo. Daí dizer que aquele top 3 não é representativo do que de melhor se fez em 2006.
Uma especial nota para a prenda que a Radar deixou no blog...

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Conversa à Gato Fedorento

Amoreiras, hora de almoço, voltinha do costume para ver mais um presente. Uma das meninas do Citibank aborda-me.

"Boa tarde! Já conhece todas as vantagens do cartão Citibank? É gratuito para toda a vida."
"Obrigada..." e continuo a caminhar. Ela bloqueia-me a passagem.
"São só dois minutos. peço-lhe que colabore comigo, por favor." Imbuída pelo espírito natalício ou talvez intimidada por aquele ar ameaçador da meia leca, concordei.
Mal chego ao balcão, ela estende um formulário pronto a ser preenchido.
"Desculpa, mas eu não quero o cartão."
"Mas é gratuito, não paga anuidade para o resto dos seus dias e pode usá-lo em qualquer parte do mundo."
"Eu já tenho um cartão de crédito, que raramente uso, por isso não me interessa."
"Mas este é gratuito".
"O meu também. Já agora, se este cartão não custa nada, quais são as vantagens para o Citibank?"
"Além de ser a maior instituição bancária em todo o mundo, ganhamos porque as pessoas fazem compras a crédito."
"Pois, mas eu não quero. Uso muito pouco o cartão de crédito. Seria apenas mais um para ter e encher a carteira."
"A senhora não está a colaborar comigo."
"Porquê, ganha à comissão?"
"Sim."
"Mas eu não tenho nada a ver com isso."
"Mas repare, não vai ter qualquer despesa com o cartão e quando o quiser usar, usa-o. Repare, é gratuito."
"Pois então se é gratuito, não quero. Eu quero é pagar o cartão. Como são todos de borla, não quero nenhum."

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Isto bem que pode ser uma amostra do que é o e-fashion!

Sendo o Amoreiras Center um local sobejamente procurado por muitas figuras públicas, não públicas, pseudo-públicas, enfim, actores, músicos, modelos, jornalistas, ex-Primeira Dama, é, por isso, fácil cruzarmo-nos com um destes à hora de almoço, ou ficarmos ao lado deles enquanto esperamos que o sinal para os peões fique verde. E tratando-se de figuras públicas, muitas optam por andar disfarçadas, qual Hollywood e estrelas mundiais perseguidas até à morte pelos paparazzi, esses filhas da mãe! Bom, há disfarces e disfarces. Alguns, como o que vi hoje, não só não disfarçam nada como chamam ainda mais a atenção para a pessoa em questão. Ao meu lado, enquanto esperava para atravessar a estrada, uma modelo não muito conhecida do público em geral, mas ainda assim, conhecida. Óculos escuros à Sophia Lauren, isto é, exageradamente grandes, gigantes mesmo, para aquela cara magra. Maquilhagem zero, claro, e por isso, com cara de morta. Uma camisola de malha às riscas XXL. Umas calças clássicas cinzentas, tipo de fato, mas sem bainha feita e muito, muito, muito largas. Para terminar, uns All Star pretos. Mas o que é que passa pela cabeça destas gajas para andarem assim vestidas? Ninguém lhes pede (ainda que muitos gostassem) que andem de mini-saia e decotes enormes a passear os 44 quilos bem divididos por 1,79, mas também não precisam de parecer umas palhaças. Das duas uma: ou a mulher quer mudar de área e está à espera de ser contratada para a Companhia Chapitô, ou então quer manter-se como modelo e, como andam a fazer a folha às que têm o IMC inferior a 18, faz-se passar por mais cheinha.

Ice, ice baby!

Prefiro mil vezes o frio à chuva, mas... Chiça, que até fiquei com a cara dormente e uma estalactite na ponta no nariz!

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Discurso de agradecimento

Uma vez que fui distinguida como Personalidade do ano 2006, aqui segue o meu discurso, bastante emocionado, por sinal:

"Quero agradecer a mim, por usar a internet móvel e pagá-la do meu bolso a uma operadora que, até agora, não me vendeu gato por lebre e nem o facto de morar para lá dos moinhos de vento, impede que tenha uma boa velocidade de navegação, e aos meus amigos, que me enviam emails com vídeos do youtube, que têm blogues nos quais eu posso tecer comentários. A mim e a eles, o meu muito obrigada. Vamos todos continuar a trabalhar no sentido de aumentar o tráfego internáutico."

De uma vez por todas!

O assunto é delicado e evito pronunciar-me em demasia. Mas vou aqui deixar bem explícita a minha opinião sobre a questão.
Quando leio os gigantescos outdoors da campanha não obrigada, dá-me vontade de dizer àquelas putas (e alguns cabrões de merda) se elas pensariam no coração a bater depois de serem violadas, se pensariam assim depois de verem esses mesmos corações a bater a dar as últimas batidas num hospital, tanta a porrada que levaram. E se preferem ver os corações a bater abandonados nos caixotes do lixo, nas matas ou à beira da estrada.
De uma vez por todas! Ninguém defende o aborto porque se gosta. Trata-se de despenalizar o que nunca deveria ter sido criminalizado, o direito à escolha. E não me venham com merdas de comparar o aborto a uma método contraceptivo. Tenham três dedos de testa e pensem, por favor!

sábado, 16 de dezembro de 2006

Produtos em vias de extinção

De há uns anos a esta parte, com a proliferação de super e hipermercados a cada esquina, o hábito de fazermos compras na mercearia do bairro perdeu-se. Fazia-o muitas vezes, quando era miúda e a pedido da minha mãe, com a intenção de me incutir alguma responsabilidade de eu própria fazer as compras lá para casa, e conferir o troco "Que o Sr. António gosta de aldrabar". Hoje, por estar temporariamente sem carro, tive de ir a uma das mercearias (sim, aqui na terra para lá dos moinhos de vento há muitos destes estabelecimentos comerciais) da minha zona residencial. Ao contrário do que tinha imaginado, à minha espera não estava um casal de velhotes que vendem os produtos que eles próprios cultivam, mas sim um casal jovem, na casa dos 30 e poucos, ela mais nova que ele. Peguei em meia dúzia de coisas, ao mesmo tempo que observava cada prateleira. Confesso que demoro muito mais tempo quando vou à mercearia, porque não sei de cor onde estão arrumados os produtos. Não contive o sorriso enquanto descobria, no meio de uma série de produtos ultra-inovadores, aqueles que eu pensava já terem desaparecido de circulação (alguns, pelo menos, se ainda existem, passam-me ao lado no supermercado). Entre eles:
- Detergente REX para lavar a roupa à mão, numa embalagem de cartão em tamanho pequeno com a cara de uma senhora de sorriso rasgado na parte da frente
- Creme Linda, um produto de beleza em forma de pomada que faz milagres à pele das senhoras
- Lápis regenerador, que se coloca nas feridas e estanca o sangue
- Atum Bom Petisco com aquela coisa (não me lembro do nome) que servia para enrolar a tampa da lata
- Molas de madeira, que eu tenho porque a minha mãe as trouxe
- Leite fresco da UCAL que tem de ser fervido e só dura um dia, naqueles pacotes moles
- Desentupidor de sanitas
- Lamparinas a gasolina para quando falta a luz

Atenção: todos os produtos alimentares estavam dentro da validade!

Afinal, o Natal também chega às prisões!

Chegado que está aquele que é o período mais consumista do ano, mais ainda que a época dos saldos, começam aqueles programas que mais não são que cópias do Natal nos Hospitais. Desde o Natal nas Prisões, ao Natal na Aldeia, o Natal dos Animais, o Natal dos Benfiquistas, o Natal da TVI, ... Há para todos os gostos. Destaco um dos momentos altos do Natal em Custóias, que me chamou a atenção pela barulheira que ouvi vinda da televisão, quando passei no corredor. Em palco, a Ana Malhoa. Na plateia, centenas de galifões, meses, anos, presos dentros de muros, sem cheirar um fio de cabelo de gaja, sem ver um cabelo comprido (à excepção do Juninho, que ajuda os colegas a apanhar os sabonetes que caem durante o banho). Dos elogios rasgados aos dotes musicais da rapariga, ouvi uns expressivos grunhidos. "Ehhhhhh!" "Wuwuuuuuuuu!""Boaaaaaaaa!". Para meu espanto, a rapariga que estava em palco em nada se assemelhava àquela que tinha sido capa da FHM. Camisola de gola alta e jeans não muito justos, para desilusão dos rapazes.
Bolas, ó Ana, dava para fazeres um agradinho aos rapazes? É Natal, pá!


NOTA: Já uma outra cantora que eu já não me lembro do nome, foi à prisão do Linhó, em trajes apropriados, isto é, com os pneus e as mamas bem à vista, e distribuiu beijinhos pelo público. No final disse: "Eles portaram-se muito bem. Não me apalparam nem nada!" - in Correio da Manhã.
NOTA II: Encontrei outras fotos da Malhoa, mais explícitas, mas não fui capaz de as usar!

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Futebol à grande e à portuguesa

O assunto do momento é, sem dúvida, o livro de Carolina Salgado, a terceira ex-Pinto da Costa, que não perdeu tempo e, depois de andar com a boca em muitos sítios, decidiu fazer o que se diz "pôr a boca no trombone". Melhor altura para o fazer não havia. O Apito Dourado está em águas de bacalhau. José Veiga está indiciado na transferência do João Pinto para o Sporting. Luís Filipe Vieira metido em mais uma embrulhada por causa do Mantorras. O presidente do Académica também anda com a corda ao pescoço. Nada de novo ou de excitante, como diria alguém que eu conheço. Até que uma "ex-menina de alterne que afinal não era e apenas trabalhava num bar e era até muito tímida e que apenas queria descobrir o amor", decidiu fazer dinheiro fácil, mais fácil do que dar o golpe do baú - lançar um livro, onde se pode ficar a saber que a primeira coisa que Carolina disse a Pinto da Costa foi "Vamos jantar ao Rabo de Boi, um restaurante que fica no Cú da Vaca". Não sei se as duas idas do presidente do FCP ao hospital por causa do Viagra (história contada por duas grandes conhecedoras do futebol português, contada à mesa de um restaurante típico na Madragoa, acompanhada por várias garrafas de Monte Velho) também estão documentadas nestas páginas, mas se não, então, é uma grande falha. Tenho que lhe tirar o chapéu. Foi uma brilhante estratégia de marketing. E ainda por cima, conseguiu passar de puta a coitadinha, enganada por um dos maiores, ou mesmo o maior, mafioso de Portugal. Mais. Ela conseguiu tornar-se a chave-mestra do processo Apito Dourado, que corria o sério risco de prescrever, como tantos outros. A esta altura está o Santana Lopes a roer as unhas de inveja, ele que tinha a certeza de ter conseguido a galinha dos ovos de ouro com o seu livro polémico. Ora aqui fica uma grande lição para quem queira lança um livro de futuro. Ou tem pormenores sexuais sobre a vida de alguém ou então não vende. Se Santana tivesse escrito sobre as suas aventuras pela night lisboeta ou até, pormenores sórdidos sobre a sua vida sexual com a tia Cinha, então a conversa era outra.

Já agora, morreu Augusto Pinochet. Li num quadradinho de um jornal. E acho que deu também nos últimos 30 segundos do jornal da noite. Mas acho que isso agora não interessa nada.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Ode aos amigos

Diz-se que uma das coisas que se ganha com a idade é a paciência. À medida que os anos avançam, passamos a ter uma outra maneira de encarar a vida e os problemas. Analisamos de uma forma mais ponderada, sem o excesso de velocidade da juventude e sem o viver como se não houvesse amanhã. Chamam-lhe a isto crescer, ganhar juízo. Crescer, não envelhecer. Pois a mim, acontece-me exactamente o contrário. Por cada ano a mais, menos paciência tenho. Não quero perder tempo (aliás, não tenho tempo para desperdiçar). Isto sim, ganhei com os anos, a dar mais valor ao meu tempo. Não me apetece dar-me com pessoas só porque tem de ser, porque fica bem, porque a sociedade nos impõe as relações de conveniência. Não quero perder tempo com aqueles que se dizem meus amigos. Não me incomoda ser passada para trás, se o que passou à frente não tinha o grande A. Os meus verdadeiros amigos, esses, sabem o que quer dizer "corrimão", recordam como se fosse hoje o "não consigo parar de rir", e sorriem quando os cumprimento com um genuíno e sincero"0wá". São os que querem saber se estamos bem, e não ligam apenas quando sabem que estamos mal. São os que telefonam a meio do dia, levam com o meu mau humor e continuam a telefonar nos dias seguintes. Para eles, dou-lhes toda a minha paciência, porque sei que a recebo igual ou mesmo em dobro. A eles, dedico-lhes todo o meu tempo, porque nunca será um desperdício. A eles...