segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Lilibela - vou tentar não dizer mal!

Quando todas as crianças, pais, mães, até o cão e o gato, deliram com a Floribela e as suas roupitas e pronúncia de guarda Abel, eu descobri a Lilibela. Quer dizer, uma dessas revistas do social para quem eu já trabalhei, descobriu-a primeiro e até fez uma entrevista com ela. Mas eu descobri os talentos da menina e tornei-me (fogo, isto há coisas do diabo. Não é que acabei de receber um telefonema dela?) no seu anjo protector. Passo a explicar.
Nesta minha última viagem ao Porto (gosto sempre de ir ao Porto, por mil e uma razões) cruzei-me com a irmã mais velha da Floribela, quer dizer, da Luciana. Quis o destino que ela estivesse agenciada na agência onde estou a trabalhar. Nada como conhecer pessoalmente as pessoas para deitar por terra todas as ideias pré-concebidas, quando o que temos apenas para opinar são fotos. Tudo bem, a moça surge em poses algo duvidosas, mas quando se é ingénua, as coisas nunca são feitas com maldade. Puxei conversa (já no final da tarde, com alguns copos de champagne) e disse-lhe que tinha trabalhado na tal revista. Diz-me ela "Ah, a jornalista foi super simpática, ainda hoje me telefona para saber de mim e soube que eu vou dar uma entrevista amanhã ao CM e avisou-me para não contar nada". Pobre coitada. Minha querida, os jornalistas não são teus amigos, querem explorar a tua ingenuidade para sacarem tudo o que puderem sobre a tua irmã - claro que lhe disse isto com jeitinho. E quem é que te vai entrevistar amanhã? "Uma rapariga que se chama HM". F.... Cuidado com essa senhora. Num acesso de bondade (ou talvez de champagne) eu disse-lhe que não só estaria com ela a fazer a entrevista como gravaria a conversa. "Ai, obrigada, Deus te abençoe, obrigada. Ai, estou tão nervosa. Ai, ai...". No dia seguinte, a tal jornalista vem toda empertigada com a certeza de que vai conseguir sacar tudo e fica com um melão quando a vou receber. "Por aqui? Então, já não estás na Impala?" - eu nunca falei com esta senhora, no entanto, ela sabia onde eu tinha trabalhado. Ao olhar para a dita cuja e no decorrer da entrevista, facilmente percebi o porquê da fama dela. A Lilibela estava visivelmente nervosa e se eu não estivesse lá, a gaja tinha conseguido dar a volta à miúda. Repetia as mesmas perguntas mas de forma diferente, fazia perguntas dúbias. Tive que intervir três vezes: "Desculpa, mas ela já respondeu a isso", "atenção que o sentido da resposta foi este", "se isso foi a Luciana que disse, então vais ter de fazer essa pergunta a ela e não à irmã". No final, o cínico "Se quiseres contar-me mais alguma coisa, podes ligar-me à vontade".
A pequena Lilibela ficou super feliz por ter estado com ela, agradeceu-me, perguntou-me se podia ligar-me sempre que tivesse dúvidas ou quando lhe telefonassem para dar entrevistas. Sim, podes (acho que vou arrepender-me). "Deus te abençoe, vai com Deus", e beija-me a mão repetidas vezes. Então, não é preciso. A miúda (que já tem 24 anos) é igual à irmã, a maneira de falar, de ser, os traços físicos, a ingenuidade. Sim, elas são mesmo ingénuas, um bocadinho parvinhas, sim, mas são genuínas. A Lili também quer ser actriz e modelo, não canta mas sabe dançar. Eu, se fosse o director de uma estação concorrente da SIC, tratava já de fazer uma série com a Lilibela. Era tiro certeiro nas audiências. Uma na SIC, a outra irmã na TVI.

No fim disto tudo, soube-me tão bem lixar aquela gaja! Acho que fiz a boa acção do ano!

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Mano!

As melhores notícias são as que recebemos de surpresa. O meu querido mano decidiu que a estadia de quatro anos de trabalho em Luanda, que lhe trouxe muitas coisas boas e outras tantas más, terminava em Março do próximo ano. Passaria cá o Natal e a última passagem de ano lá. Depois, mais três meses e lá vinha ele. Como os imprevistos estão sempre a acontecer, hoje de manhã recebo a melhor notícia dos últimos tempos. "Mana, afinal regresso definitivamente à Tuga dia 8 ou 9 de Novembro. Tenho saudades."

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Hora da Bobone!

Uma das coisas positivas que ganhei por voltar a trabalhar em Lisboa e, por conseguinte, ter de andar de metro, foi a capacidade de observação. Gosto de ir sentada no meu lugar e observar as pessoas que estão à minha volta, que entram, que saem. Incrível a quantidade de homens e mulheres que têm de usar fato para trabalhar. Ter de obedecer a um dress code para trabalhar não é fácil, pelo menos, para mim não seria, que detesto que me imponham coisas. Bom, estava a falar de homens e mulheres de fato. Vou concentrar-me apenas nos homens... Um fato diz tudo sobre um homem. Eu acho. E gosto, particularmente, de gajos de fato (não, isto não é a divulgação de uma fantasia). Qualquer erro cometido em todo o conjunto é fatal e suficiente para olhar e fazer "blergh". A gravata que não combina ou que, simplesmente, já ninguém usa, como aquelas dos bonecos. Uma camisa com um padrão que parece feita com os cortinados da casa da avó. Meias brancas (será que alguém ainda usa?). Sapatos com berloques, mocassins, sapatos de vela, sapatos com uma sola muito grossa. Casaco de uma cor com calça de outra, por exemplo, casaco azul escuro com botões dourados e calça bege, que normalmente, é conjugado com um sapato de vela ou com mocassins. Fujam! Se virem uma espécie destas, fujam (as mulheres, claro)! No entanto, há homens que mesmo que façam o trabalho de casa e vistam bem o fatinho, mesmo que seja um bom fato, não se safam, nem com isso nem com coisa nenhuma. Casos irremediáveis! Querem um bom exemplo? Este aqui.

Quer seja de casaco e gravata ou de fato de treino, he's the Best!

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

I did it again! - um post de gajas

"Nunca, mas nunca mesmo. Acho isso horrível. Nunca na vida que vou andar com isso vestido, nem sequer as vou experimentar, quanto mais". Isto era o que eu dizia em relação ao fenómeno leggings (variantes leggs, leggins, lenines). Até que sucumbi ao efeito e decidi experimentar umas. Olha, afinal até não ficam assim tão mal. Mas não, não vou andar com isto na rua. Isto é para as magricelas que agora estão impedidas de desfilar nas passerelles. Nem pensar. A verdade, é que a moda pegou(-me), muito por influência da Martinho. Lá fui eu comprar não um par mas dois, pretos e castanhos. No dia anterior a ousar pôr o pé de casa com aquilo vestido e ir para o trabalho, passei a última hora (pronto, uma e meia, quase duas) antes de me deitar, a experimentar roupa para usar com as minhas leggings. Mando uma sms à Martinho a dizer que pareço um elefante com aquilo. Ela responde e diz para me imaginar a flutuar em cima de um nenúfar...

Tragédia na manhã cinzenta de 5.ª feira


O meu caderninho (que não é um moleskine) ACABOU!! E agora, eu quero comprar um moleskine cor-de-rosa e não encontro! Não quero preto, nem verde, nem azul, quero pink!

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Uma questão de beleza

Às vezes, as notícias pequeninas, aquelas que têm meia dúzia de linhas e são colocadas num cantinho do jornal (que eu leio imediatamente), são as mais interessantes. Um senhor de nome Oliver Curry, estudioso da evolução humana, afirma que daqui a cem mil anos, questões sociais podem dividir os seres humanos em duas subespécies: os descendentes das classes altas e os das classes baixas. Os primeiros serão bonitos, inteligentes, saudáveis, sexy e limpinhos. Os segundos serão feios, porcos e maus, uma espécie de Gollum (estão a ver o Smeagol de "O Senhor dos Anéis"?). Isto porque cada vez mais se faz uma selecção de parceiros para a procriação, em função do dinheiro e da beleza. Eu cá, tenho a minha teoria. Uma mulher bonita procura um homem bonito, e vice-versa, e assunto arrumado. Uma mulher feia procura um homem bonito, que a rejeita automaticamente, mas com uns copos a mais, até a Isméria parece a Nicole Kidman. Um homem feio procura uma mulher bonita, e como a história da bela e o monstro e do sapo que se transforma em príncipe só existe no imaginário infantil, gaja que é gaja, não arrisca. Ah e tal e a beleza interior... Sejamos honestos: o primeiro impacto é físico e o resto é treta!


Voltando à teoria do senhor. Eu até acho interessante ter um Gollum a dizer-me ao ouvido com uma voz rouca: "Myyyy preciousssssssss".

I survived!

Para quem tem medo de relâmpagos e trovões, fazer uma viagem de 30 ou de 300 quilómetros é a mesma coisa. Depois de um jogo ao qual, confesso, dei pouca atenção a partir do segundo golo, porque a conversa com a Martinho sobre as 1001 maneiras de gastar o dinheiro que vou receber da Impala em roupa, roupa, roupa, botas, roupa e um leitor de MP3 estava muito mais interessante (com uma tentativa frustada de incluir a discussão da física quântica pelo meio), enquanto os rapazes, de trombas e a roer as unhas, assistiam, com aquele ar de "não estou pa conversas", fiz aquela que me pareceu, a mais longa viagem de sempre, muito pior do que as 9 horas de avião para São Paulo. Chuva torrencial, relâmpagos e trovoada fizeram questão de me acompanhar no regresso a casa. Desde criança que tenho pavor destes fenómenos da natureza, mas quando estamos no conforto do lar, a malta aguenta. Agora, andar na rua naquelas condições leva-me a ter ataques de pânico, tal como aconteceu ontem. O Antony tocava, mas não me acalmou. Experimentei Kings. Também não. Ao longe, e à medida que seguia na A8, os flashes no céu. Fechava os olhos com força, o que não é aconselhável quando se vai a conduzir, ainda para mais de noite e com chuva. Pensei: "vou telefonar ao meu irmão, assim, a falar, vou distraída". Não tinha bateria no telemóvel. Por mais que tentasse andar devagar, o meu pé automaticamente carregava com mais força no acelerador. Estava a ficar mesmo desesperada. Depois das portagens, parei na berma, para me acalmar. Nada deu resultado. Segui caminho, sempre a levar com os clarões em cima de mim. Quando cheguei a casa, fiz como os miúdos, enfiei-me debaixo dos lençóis e encolhi-me, com a cabeça tapada. Antes do até amanhã, um aviso. "Não há comentários sobre o jogo!"

terça-feira, 17 de outubro de 2006

O qu'é ito?


Andou a circular na net um vídeo que mostrava alguns funcionários da Disneyland Paris a praticarem sexo, vestidos com os fatos dos bonecos. E que animação aquilo deve ter sido! O vídeo foi retirado por ordem da Disney, que se mostrou chocada com a situação. É que nunca na vida alguém poderia imaginar que a Minnie, o Pateta, o Mickey e o Boneco de Neve pudessem ter aquele tipo de comportamento. E como explicar às criancinhas que os bonequinhos que eles vêem na BD e a passear alegremente pelo parque temático, fazem "aquelas coisas"? Segundo a Disney, este foi o problema maior - explicar aos pequenos o que é que eles estavam a fazer. "Mãe, o qué que o Mickey tá a fazer à Minnie? E o puqué que o Pateta tem a cara enfiada no Boneco de Neve?"...

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

"Eles não gostam? Azarucho?"

Há muito que não recebia um email assim. Bom, muito bom.

"Todos os dias ao sair de casa dou de caras com um anúncio que me deixa logo mal disposta até aí às três da tarde. É da clínica Persona e tem esta brilhante tirada publicitária: "os homens não gostam de celulite". É que, de facto, era este o argumento que me faltava para eu pôr fim à celulite que se instalou no meu rabo sem qualquer espécie de permissão. Eu até gosto de ter celulite, adoro!, faço os possíveis por ter sempre mais e mais... ah, mas espera lá, se os homens não gostam, então eu vou já pagar um tratamento de 500 contos na Persona para ficar sem celulite!!
A sério, senhores que fizeram esta campanha, acham mesmo que este tipo de terror psicológico barato faz efeito numa mulher??? Se o anúncio dissesse "mulheres com celulite não entram na Zara", aí sim, era ver-me a correr para a Persona, primeiras, primeiras!
Agora, "vejam lá se tratam disso que os homens não gostam", temos pena, mas não pega!
Se formos a ver, também há muita coisa que as gajas não gostam, e nem por isso espalhamos outdoors gigantescos pela cidade. Já estou a imaginar os possíveis anúncios:
* ELAS não gostam de pilas pequenas;
* ELAS não gostam de pêlos a mais;
* ELAS não gostam do resultado de "campeonato nacional+liga dos campeões+taça uefa+taça de Portugal";
* ELAS não gostam de sexo oral sofrível e insuficiente;
* ELAS não gostam que cocem os tomates (muito menos em público);
* ELAS não gostam (nem acham sexy) as barrigas de cerveja;
* ELAS não gostam de tampas da sanita levantadas;
* ELAS não gostam de ejaculação precoce;
* ELAS não gostam que cortem as unhas dos pés em cima da mesa da sala;
* ELAS não gostam de mãozinhas sapudas (e pouco hábeis);
* ELAS não gostam das amigas deles e das ex-namoradas, essas, nem falar;
* ELAS não gostam de slips nem de boxers com ursinhos;
* ELAS não gostam de atrasados emocionais;

Se os homens deste País se deparassem com estas publicidades, tentariam resolver algumas das questões apontadas? Não, pois não? Então deixem lá mas é a nossa celulitezinha sossegada e não nos obriguem a andar com uma régua na mala!
Tenho dito."

(Apenas um reparo para a parte dos resultados dos campeonatos nacionais e europeus de futebol. Eu gosto.)

Vai buscar!

O acesso à saúde em Portugal está a ficar cada vez melhor. As novas medidas são, de facto, surpreendentes e inovadoras e deixam antever uma melhoria significativa da situação. O caraças! Os internamentos vão ser pagos a 5 euros por dia, por um período de 14 dias. Ou seja, se uma pessoa tiver que ficar no hospital este tempo todo, terá de pagar 70 euros. "E as pessoas com baixos rendimentos? Como é que vão fazer?" A pergunta de Judite de Sousa teve esta bela resposta de Correia de Campos: "Então e quanto é que uma pessoa paga por um maço de cigarros? Três euros e tal. E quanto é que paga por um bilhete de cinema? Cinco euros." A lógica é simples, não perceberam? Vamos todos deixar de levar uma vida de luxos, sim, porque o cinema e o tabaco são considerados bens de luxo. Além disso, os velhotes que recebem a bela reforma de 300 euros não fazem mais nada se não andar por aí a fumar à maluca e a entupir as salas de cinema. Vamos também deixar de comprar livros, CD's, DVD's, roupa, jornais, revistas, doces, bebidas alcoólicas, ir a exposições, jantar fora, beber café, enfim, tudo o que não seja de primeira necessidade, para podermos ter acesso à saúde.

É que é já a seguir!

Aceitam-se apostas

A TVI prepara-se para lançar mais duas mega-hiper-super-ri-fixes produções de ficção nacional, ao mais alto nível, claro. São elas "Doce Fugitiva", uma mistura de "Anjo Selvagem" com "Floribella", e "Anjo de Mulher" - os títulos são cada vez mais originais. A questão que se coloca imediatamente é saber qual vai ser a música do genérico destas telenovelas, uma vez que não consegui encontrar a correspondência entre o nome da novela e uma música, como é o normal nas produções da 4. Eu já tentei lembrar-me, mas não encontrei nada. Deixo, no entanto, as minhas sugestões dos cantores: Beto, Nelo Monteiro, Ana Malhoa, Mickael Carreira, Non Stop, Emanuel, Ágata, Mónica Sintra, e por aí fora...

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Abre brevemente!


Onde há um italiano, há dois ou três indianos. Falo de restaurantes, claro. É normal, na mesma rua ou zona, haver dois restaurantes italianos e dois indianos, sempre a par. Na rua onde trabalho (Artilharia 1), existem vários restaurantes italianos - La Trattoria, MezzaLuna, e mais uns quantos - e nem um indiano, o que para mim, que nestes últimos dois anos e meio almocei sempre em italianos com cheiro a caril, foi uma boa notícia. Até ao fatídico dia em que, ao passear à hora de almoço, deparo-me com um restaurante em obras com um papel afixado que dizia: "Os restaurantes Everest Mountanha informam que se preparam para abrir mais um estabelecimento...". Pronto. Lá vem o cheiro a caril... outra vez.

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Opinião pública

O texto que se segue foi enviado por um leitor para a revista "Plenitude", da qual eu desconhecia a existência mas que conta já com 42 edições, de distribuição gratuita e que mais parece aquelas revistas das testemunhas dos Jeovás, mais apresentável. Esta é, para mim, a carta do ano, pela capacidade que este senhor teve de fazer versos com um assunto como este e por merecer o lugar cativo daquela coluna de opinião. Pode não ter formação em Relações Internacionais mas é um sério concorrente a um outro "poeta" que eu conheço. É MUITO mau!!

"A Guerra Israelo-Árabe"

A guerra israelo-árabe
Já existe há milhares de anos
Tem custado às duas partes
Muitas vítimas e danos

As perseguições aos judeus
Mais parecem maldição
Só assim se explica e entende
O ódio de tanta nação

De Deus é o povo escolhido
Para ser uma Nação
E segundo o que diz a Bíblia
Não está desprovido de razão

É um povo trabalhador
Culto e disciplinado
Para existir como nação
Tem de estar bem preparado

Mas também a Palestina
Tem direitos iguais
Só é estranho que esta guerra
Não possa parar jamais

Um dos grandes problemas
É a cidade de Jerusalém
Se os palestinianos a querem
Israel quere-a também

É assim uma disputa
Que parece sem solução
Não há tribunal competente
Para dizer quem tem razão

Os judeus são perseguidos
Desde o princípio do mundo
Vivem sempre em sobressalto
Num sofrimento profundo

É um povo sem descanso
Foi vítima da Inquisição
Se Hitler ganhasse a guerra
Era a sua extinção

É caso para meditar
Num pensamento profundo:
Porque será que os judeus
São tão perseguidos no mundo? (este verso está destacado a vermelho)

Não sou perito em política
Dou a minha opinião
Os leitores façam a crítica
Face à sua formação"

terça-feira, 10 de outubro de 2006

What a wonderful world!

Esgotou quando esteve em exibição no IndieLisboa. A crítica era positiva. O filme conseguiu a proeza de reunir sete histórias contadas por sete grandes realizadores, que mostram a realidade das crianças nos seus países de origem. O conjunto brilha e funciona bem, mas nem todos os argumentos são fantásticos. Falo de "All the Invisible Children", que fui ver no auditório de Mafra (afinal, até passam bons filmes lá na terra dos saloios).
Tanza, de Mehdi Charef (Rodésia do Sul) - Tanza perdeu a infância. Uma causa maior, defendida por sete elementos, fez com que o menino, agora obrigado a ser homem de guerra, deixasse para trás os lápis de cor, os cadernos, o recreio. Agora, ele tem uma arma, pensa em estratégias de ataque e anda por aí. Nunca descalça as botas. Não sorri. Volta a ser feliz naqueles minutos em que regressa à escola, aquela que terá de destruir em nome da causa maior, e sente, novamente, o cheiro dos lápis e dos cadernos. Descalça-se... A história peca apenas por ser falada num inglês muito mal arranhado.
Blue Gipsy, de Emir Kusturica (Sérvia-Montenegro) - É o mais divertido. Não causa aquela pieguice fácil. Blue Gipsy mostra uma realidade dura da Sérvia-Montenegro (agora, dois países distintos) mas sem ser lamechas. A música, os planos, a vitalidade e a esperteza do olhar do rapaz estão bem conseguidos.
Jesus Children of America, de Spike Lee (EUA) - Este toca lá bem no fundo. E dói. Pais junkies, completamente alienados do sofrimento de Blanca, gozada na escola e discriminada por ser portadora de HIV. Impressionou-me, da mesma forma que me impressiono sempre que vou tirar sangue (não consigo olhar), ver o braço do pai, completamente infectado mas pronto a receber mais uma dose. Exigia-se um final mais convincente.
Bilú e João, de Katia Lund (Brasil) - Falado em português do Brasil, mostra a força e a luta de dois irmãos que fazem do desperdício dos homens, o seu ganha pão. Nunca desanimam. Nunca baixam os braços. Não podem. Não querem. E vale-lhes a imaginação e vitalidade que só as crianças conseguem ter. I wish! Muito bom.
Jonathan, de Ridley e Jordan Scott (UK) - É o mais fraco, pela confusão da alegoria que pretende fazer e que não é bem conseguida. Quebra o ritmo de todo o conjunto.
Ciro, de Stefano Veruso (Itália) - Igualmente pouco convincente. É uma história que não agarra e é pouco esclarecedora. Miúdos de rua que roubam para ganhar a vida existem em qualquer parte do mundo. Vale pela música e pelas cenas do jogo das sombras.
Song Song and Little Cat, de John Woo (China) - É o espelho de duas realidades bem distintas, duas faces da mesma moeda, naquela imensidão que é a China. Há poucos diálogos, mas as expressões e os olhos das crianças dizem tudo. É de uma ternura incomparável.

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

A casa da mãe...

... será sempre a minha casa, também. Eu, neste meu feitio de ser muito independente, sempre pensei que a saída do "ninho" fosse "na boa". Saudades? Sim, o normal. Afinal, deixar a casa que nos viu crescer, onde passamos da infância à pré-adolescência, da adolescência à fase adulta, é como cortar, definitivamente, o cordão umbilical. Acho mesmo que é nesta altura que nos consciencializamos que já somos grandinhos. Não me custou nada sair de casa, até porque foi uma decisão muito rápida, sem pré-aviso. A minha mãe estava de férias no Norte. E telefonou-me. "Então? O que fazes?" - "Olha, estou a fazer as malas, estou de mudanças." - "Ai sim? Então, já fizeram a escritura da outra casa?" - "Não. Enquanto não fazemos, vou para esta" - "Está bem". Sem problemas. Aliás, a minha mãe nunca foi de levantar problemas nem tão pouco se encaixa no perfil de mães conservadoras (apesar de ser uma mulher conservadora em determinados aspectos) que tem de proteger a filhota mais nova. As minhas irmãs mais velhas apanharam esta fase, de terem horários rígidos para cumprir, horas para estar em casa e serem seguidas pelo olhar da mãe sempre que entravam no carro de alguém. Eu, a mais nova, apanhei a fase boa, a fase do "vai mas não abuses", "vens à hora que a Tânia vier". Melhor, "se vais com o Rui - o meu irmão - então está tudo bem". Eu abusava sempre, esticava a corda. Chegava depois da hora, fazia algumas misturas e passava o dia seguinte de ressaca. Mas nunca fiquei de castigo. Sempre tive liberdade para fazer o que quisesse e como nunca me meti em sarilhos, estava (quase) sempre tudo bem. O meu pai também, apesar de estar distante e por isso, mais afastado destas coisas, nunca foi um pai tirano. As minhas irmãs dizem-me que tive sorte, que sou a menina mimada e que sempre me deixaram fazer tudo. Azar, os tempos são outros.
Bom... Voltando a casa. Nunca deixei de sentir e de pensar nesta como continuando a ser minha. Ainda digo "a minha rua", "o meu cão", "o meu quarto". E de cada vez que lá vou, sinto-me mesmo em casa, apesar de olhar para o meu quarto e não ver lá muitas coisas. Lembro-me que quando saí, a minha mãe disse-me: "Não precisas de levar tudo. Isto fica aqui, para quando cá vieres". E a verdade é que ainda não consegui levar tudo. Nem quero. Há coisas que pertencem àquele espaço, que não fazem sentido noutro lugar.
Agora, que a mana do meio também saiu de casa, sinto-me triste por saber que a minha mãe ficou sozinha. Conta, claro, com a grande companhia do Putchy, e que grande companheiro ele é. E tenho vontade de regressar.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Não abandone, seu animal!


Ontem foi o Dia Mundial do Animal. E como a própria palavra indica, foi o dia de todos os animais, não só dos gatitos e dos canitos. É que, normalmente, a maioria das referências àquela data direccionam-se sempre para os animais de estimação. À excepção dos répteis, bichesas rastejantes, viscosas, com mais de quatro patas, gosto dos animais. E impressiono-me facilmente com imagens e textos que digam respeito aos maus tratos e às atrocidades que o ser humano faz aos bichos, por puro prazer. Sim, como carne, e por mais tentivas que faça, não consigo deixar de comer. Como as campanhas são quase sempre em defesa dos cães e gatos, esta foi uma das melhores que vi. Num outdoor enorme, aparece a frase "Não abandone o seu animal!" escrita a preto e por cima, a vermelho, a correcção: "Não abandone, seu animal!" Muito melhor!

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Notícias da manhã by Metro

1. Feliz Natal! Apesar de faltarem ainda 84 dias para o Natal, as iluminações características da época já começaram a ser montadas no Largo do Rato. Temo que a próxima vez que for a um centro comercial, as montras estejam decoradas com neve e pais natais vermelhinhos.

2. Afinal, a União Europeia é um completo disparate. Quem o diz são os polacos, que levaram a cabo uma investigação das leis da UE e descobriram algumas pérolas, de tal forma que organizaram um concurso com direito a atribuição de medalhas e tudo às mais absurdas. Uma das leis refere que os caracóis são peixes de água doce. Pois, e têm espinhas e tudo. Mas as medalhas foram atribuídas às seguintes normas:
Ouro: lei que proíbe ferver o leite que seja subsidiado
Prata: proibição de se efecturem operações aos seios a menores de idade
Bronze: lei que proíbe dar restos de restaurantes aos porcos e aos necessitados para se dar aos coelhos e aos furões.
Nem vou comentar...

3. Agora já é possível abandonar de vez os óculos e as lentes de contacto. Chegou a Portugal uma operação a laser que em pouco mais de dez minutos corrige todos os problemas de visão. Esperem lá! Então, mas esta bendita operação não existe há uma carrada de tempo? What's new? Os preços?

4. A banana é uma excelente fonte de energia e de bom humor e o seu consumo pode ajudar a aliviar os sintomas de depressão e de ansiedade. Já percebi por que é que na Madeira é Carnaval todo o ano.

Por hoje é tudo!

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Porque hoje é segunda

E porque o senhor Antony vem novamente a Portugal, desta vez, a Braga e eu não vou poder vê-lo, aqui fica.

domingo, 1 de outubro de 2006

Consultório veterinário


Doutora, o meu cão tem 8 meses e ainda faz xixi como as cadelas. É embaraçoso andar com um cachorro daquele tamanho na rua - 35 quilos e já a ladrar como cão grande - que se baixa daquela forma... Eu noto como os outros cães olham para ele. Até o gato faz aquele ar de provocação. Acha que ele pode ficar traumatizado? O que posso fazer?