segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Geração de vidro

Isto de ser criança nos dias que correm já não tem piada nenhuma, muito por culpa dos papás, que se esqueceram o quanto gozaram no tempo deles, fugindo às regras e fazendo ouvidos moucos aos avisos dos pais, e também, reconheço, à insegurança da era moderna e o medo do pesadelo que é a pedofilia, mais declarada agora que há uns anos.
Bom, isto tudo porque li uma notícia no Público sobre uma norma europeia que proíbe cordões nas camisolas para crianças, norma esta que, para não variar, a maioria das lojas desconhece. Diz, a dita regra, que os cordões podem pôr em risco a vida dos mais novos, podem prender-se em qualquer coisa e causar perigo de estrangulamento. Se isto é para cumprir, então há que ser coerente e adoptar outro tipo de medidas. Vejamos. Os botões podem ser engolidos e usados como arma letal nas fisgas (os putos ainda brincam com isto?). Os pequenos podem entalar-se nos fechos (os rapazes então, devem ter MUITO cuidado). A quantidade de químicos que os tecidos levam para terem determinada cor causa inúmeras alergias. Mas o que me fez pensar no ridículo desta norma europeia foram as excepções à regra: "exclui os cordões dos sapatos, botas e outro calçado; luvas, chapéus e cachecóis; cintos e suspensórios; vestuário de cerimónia; roupa de desporto de fabricantes especialistas nessa área e guarda-roupa para o teatro". Então mas os cordões dos sapatos não podem prender-se nos raios dos pneus das biclas? E os tropeções? Então e um cachecol não pode ficar preso numa árvore, por exemplo, ou num gancho, e estrangular?
Oh, valha-me Deus!

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