quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Quentes e boas!

Ainda não tinha saído da estação do metro e já distinguia o cheiro das castanhas assadas. Este é mais um dos sinais da chegada do Outono que, como já disse, não gosto, salvando-se o São Martinho. Sorri, fiquei mesmo contente. Gosto de comer castanhas assadas, no final daqueles dias frios mas com sol. Gosto de ficar com as mãos sujas da casca. Gosto de trincá-las depois de soprar para arrefecer um bocadinho. Gosto dos homens e das mulheres que as vendem. São poucos mas ainda há aqueles que apregoam bem alto: "Olha as castanhas quentes e boas!".

Duas conversas da treta

Hoje fui multada. Pelo menos, o xôr agente da autoridade apontou a minha matrícula na folhinha A4, mas não me deu nenhum papel. Eu parei e abri o vidro.
- Então, os automóveis já não podem passar por aqui?
- Não, não vê que isto é a faixa do BUS?
- Não... Desde quando? Passo aqui montes de vezes e só hoje é que a faixa passa a ser para o BUS?
- A menina é que não viu a sinalização.
- Qual? Só se a tiverem colocado esta madrugada. Eu e montes de pessoas não viram.
- Pois, são todos multados - disse enquanto deitava o olho à matrícula de um Audi que tentava passar à socapa.

Segui mas não me conformei. Estacionei o carro e fui ter com o outro xôr agente, que estava a estudar o novo Código da Estrada.

- Bom dia. Desde quando é que aquilo passou a ser para os transportes?
- Ó menina (foda-se, detesto que me chamem menina), as pessoas é que não reparam na sinalização.
- Mas qual sinalização? Eu vou por ali imensas vezes e a única sinalização que vejo é a que está marcada na estrada a dizer METRO para a direita.
- Pois, mas é do BUS.
- Ah pois, foi uma decisão lusco fusco...
- Diga?
- Nada... Então, mas também vai multar estes carros todos que estão aqui mal estacionados?
- Onde é que estão carros mal estacionados? (no metro do Sr. Roubado, o parque enche logo e tudo o que é passeio e monte de terra serve para estacionar)
- Aqui à volta. Está tudo em cima do passeio, até em cima das paragens, quase à porta do metro e em cima da passadeira.
- Isso do estacionamento é outra conversa. Há-de resolver-se um dia. Mas estes carros não estão nos lugares das paragens, enquanto não houver sinalização de paragem, elas não funcionam para os autocarros.
- Ah bom... Então e as passadeiras?
- Os peões têm espaço para passar. E a passadeira não está até ao fim do passeio, por isso, aquilo é um lugar. (eu sei que é difícil visualizar a cena sem se estar a ver o espaço)
- Pois, uns lixam-se e os outros safam-se.
- É assim menina.
- Temos pena, então.

Assim de repente

Tenho saudades de poder dizer (algumas) asneiras no local de trabalho (tipo merda para isto) e de ouvir a minha música no máximo do volume!!

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Jura ou a sessão tertuliana em casa da Martinho


Depois daquele jogo que afinal não existiu (numa entrevista depois da partida, o Fernando Santos disse que o Benfica tinha jogado com o Master - quem é o Master?), mais uma vez seguido desatentamente em casa da Sof e do Nenuco, ficámos todos à espera em pulgas para ver a nova peróla da televisão e os excelentes desempenhos daqueles actores e actrizes na novela Jura. O dramatismo da Patrícia Tavares, o ar masculino da Ana Brito e Cunha, o gajo que tem cara de entrar nos Malucos do Riso, aquele Ricardo Pereira que faz sempre as mesmas caras, a Ana Rocha a dizer que se ao menos o sexo fosse bom, até podia levar porrada que não se importava... E nem as cenas de sexo safam a cena. É tudo muito artificial. Mas a cena da noite foi a parte em que a Patrícia Tavares escreve no diário (quem é que aos 30 e mais alguns tem diário? Bem, sou capaz de conhecer uma pessoa, que dá pelo nome artístico de John) que estava maravilhada por ter voltado a descobrir os prazeres do sexo... Jesus!!!! E aquelas musiquinhas do arco da velha... É TUDO muito mau!
O melhor da noite foi, porém, a conversa paralela entre mim e a Bambi. Enquanto os outros - Mariachi, Nenuco, irmã da Sof muito bêbeda e Dezassês, que comia chocolate como se não houvesse amanhã - falavam da possibilidade da Sof escrever um best-seller ao nível de "O Código Da Vinci" de Dan Brown e fazer altas festanças na mansão que iria comprar depois de ficar milionária, eu torturava a Bambi com o anúncio do Twix versão revisores da Impala... E riamos a bandeiras despregadas!!! Bambi, CARAMELO, BISCOITO e CHOCOLATE!!!

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Uma manhã CAÓTICA!


Pertenço agora à classe trabalhadora que vai de transporte público para o emprego. Para quem trabalha em Lisboa, nada melhor do que o metro. O pior é quando se lembram de fazer umas greves, com o intuito de reclamar junto da entidade patronal. Pois, mas quem se lixa com isso não são, nem de longe nem de perto, os patrões mas sim aqueles que querem ir trabalhar e que não têm nada a ver com isso. Demorei duas horas a chegar ao Marquês de Pombal, cheguei ao trabalho uma hora depois e nem consegui avisar a boss porque não tinha saldo no telemóvel, e fiquei com uma carga de nervos de todo o tamanho. Se o Glorioso não fizer boa figura mais logo, vai haver molho. Ai vai vai|

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Ai como é bom morar no campo!


Ouvir os passarinhos a cantar logo de manhã... Ver os limões a nascer e crescer no limoeiro que eu plantei... Ter a minha própria salsa e os meus coentros (e estão bem caros)... Cortar uma rosa (às vezes não me apetece tirar os espinhos) do meu canteiro... Deitar-me na relva... Claro que, para alguém com tanto medo de bichezas, nada disto consegue suplantar o terror de ver lagartixas a passear no muro, por mais pequenas que sejam. De ver aranhas de Chernobyl em todos os cantinhos. De saltar e correr assustada de cada vez que um grilo me salta para cima. De ficar enojada e a pensar "como é que isto é possível?" quando vejo lesmas NOJENTAS, GORDAS, OBESAS, LUZIDIAS. O meu Bono, pelo contrário, adora tudo o que mexe. Não consigo ficar indiferente a estes bichos. E não adianta dizerem-me que, coitadinhos, fazem parte da Natureza. Ya, ya...

Geração de vidro

Isto de ser criança nos dias que correm já não tem piada nenhuma, muito por culpa dos papás, que se esqueceram o quanto gozaram no tempo deles, fugindo às regras e fazendo ouvidos moucos aos avisos dos pais, e também, reconheço, à insegurança da era moderna e o medo do pesadelo que é a pedofilia, mais declarada agora que há uns anos.
Bom, isto tudo porque li uma notícia no Público sobre uma norma europeia que proíbe cordões nas camisolas para crianças, norma esta que, para não variar, a maioria das lojas desconhece. Diz, a dita regra, que os cordões podem pôr em risco a vida dos mais novos, podem prender-se em qualquer coisa e causar perigo de estrangulamento. Se isto é para cumprir, então há que ser coerente e adoptar outro tipo de medidas. Vejamos. Os botões podem ser engolidos e usados como arma letal nas fisgas (os putos ainda brincam com isto?). Os pequenos podem entalar-se nos fechos (os rapazes então, devem ter MUITO cuidado). A quantidade de químicos que os tecidos levam para terem determinada cor causa inúmeras alergias. Mas o que me fez pensar no ridículo desta norma europeia foram as excepções à regra: "exclui os cordões dos sapatos, botas e outro calçado; luvas, chapéus e cachecóis; cintos e suspensórios; vestuário de cerimónia; roupa de desporto de fabricantes especialistas nessa área e guarda-roupa para o teatro". Então mas os cordões dos sapatos não podem prender-se nos raios dos pneus das biclas? E os tropeções? Então e um cachecol não pode ficar preso numa árvore, por exemplo, ou num gancho, e estrangular?
Oh, valha-me Deus!

sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Hey John!

O dono do Garfield existe. Não é um boneco animado nem uma personagem de um filme. É real, é uma pessoa que vemos no dia-a-dia (no meu caso, via, agora já não). As semelhanças físicas são por demais evidentes. Cabelo, olhos, cara bolachuda, a posição do corpo. Os gestos são iguais, o mesmo andar arrastado, um olhar lânguido. E também tem gatos, não um Garfield, mas vários, de todos os tamanhos e cores. E um cão, também. Eu posso dizer que conheço o John, que falo com ele, que recebo emails dele e que conheço os Garfields&Co. Não é fantástico?

Summer is gone


E passou a correr. Tem sido assim, de resto, a tendência nestes últimos anos. Contam-se pelos dedos das mãos os dias quentes que tivemos. Se juntarmos a este dado o facto de ter passado a maior parte deles dentro de um edifício todo espelhado, o cenário fica ainda pior. As noites então, daquelas que pedem uma noitada na rua ou, simplesmente, ficar na ronha na cama de rede, souberam a pouco. Longe vão os tempos em que o meu Verão era sinónimo de 3 meses de férias. Aproveitava cada dia ao máximo, tinha tempo para fazer tudo. Três longos meses, de praia, saídas com os amigos, sem horários, pura despreocupação. E assim se passava o Verão.
Chegámos, pois, ao Outono. Confesso que não gosto das meias estações. Nunca sei o que hei-de vestir, não está frio mas também já não está calor. Está assim-assim. Uma chatice! Valha-nos o São Martinho, as castanhas e a água-pé.

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Ainda bem que ninguém me avisou!

Nos Açores, a protecção civil esteve em alerta máximo. A população ficou de prevenção. Fechar bem as janelas, portas e portadas. Não deixar objectos soltos nos terraços, varandas e outros espaços ao ar livre. Tirar a roupa do estendal. Travar bem os carros. Recolher os animais abandonados (esta bem poderia ter sido uma das medidas, mas não foi). O furacão Gordon, já em estado de tempestade tropical, preparava-se para fazer uma visitinha ao arquipélago, e depois seguiria para o norte de Espanha. Portugal Continental estava a salvo. O caraças, é que estava. Esta noite acordei com as rajadas do dito. Os triciclos das minhas sobrinhas andaram sozinhos, por pouco o caixote do lixo não foi parar ao terreno da vizinha. E depois, uma chuvada do caraças. O meu Bono, coitadinho, estava todo enroscado dentro da casota, nem deve ter dormido, acagaçado com o vento.
Obrigadinha pelo aviso!

terça-feira, 19 de setembro de 2006

E assim nasceu o twix

As (boas) campanhas publicitárias conseguem ser verdadeiros hinos à imaginação e arrancar gargalhadas desmedidas. Esta é uma delas. Muito bom!

www.youtube.com/watch?v=z7S2qs5I73A

P.S. - Como (ainda) não sei inserir links, o processo é o antigo copy/paste...

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Tanto Sol...


... para nada! As expectativas eram elevadas, a campanha publicitária levada a cabo há vários meses tinha mesmo esta intenção. Havia muito mediatismo em torno daquele jornal, daquele projecto que um maluco, como o chamam, José António Saraiva, idealizou e ousou meter em marcha, contra o Expresso. Projecto arrojado, que suscitou a curiosidade de muitos e que levou tantos outros, cerca de 500, a enviar o CV. Eu fui lá, mas não fiquei.
Bom, no sábado comprei o dito Sol. Ao contrário do que pensava, consegui facilmente arranjar um exemplar numa estação de serviço, e havia vários à escolha. Tirei um do meio, que estava menos amachucado. Dois euros, bom preço. Só o consegui ler ao final do dia. E não gostei. Em parte, pela expectativa criada, que decerto, desiludiu muitos outros leitores. Depois, confirmei o que já tinha constatado no site. Não li todos os artigos, mas alguns estavam mal escritos, com muitas repetições, de palavras e ideias. As fotos são demasiado grandes, assim como o corpo de letra. E a paginação é confusa. O recurso a ilustrações não é positivo num jornal de informação como este pretende ser. Em certos assuntos, até se justifica, mas não como regra geral. E depois, uma publicação que gira em redor do umbigo do próprio director, não augura nada de bom. Aquela ideia de mostrar, com fotos e tudo, como nasceu o projecto, que foi uma ideia pioneira e tudo e mais alguma coisa, não cai nada bem. E mais: o logotipo muda de cor conforme a estação.

Não vou comprar o próximo Sol. Além disso, não oferecem DVD's, nem malas, nem bolsinhas, nada! Que chatice!

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Outubro 2006 by Elle

"Chegou o momento para que tem andado a trabalhar há meses. Muitas pessoas felicitá-la-ão pelo seu grande sucesso e dir-lhe-ão como desejariam ter a sua sorte, mas a verdade é que a sorte não tem nada a ver com isso. Este sucesso foi conseguido com muito trabalho! Mais: você esteve sempre preparada para a possibilidade de alguma coisa correr mal e ficar sem nada. Merece todo o êxito."

Passo anos sem ler o meu horóscopo e depois, é isto! E não é que acertaram?

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Life is too short for fussing and fighting, my friends!

Vi e segui com muita atenção a primeira entrevista da jovem austríaca Natascha Kampusch. Ela personifica o acontecimento do ano e revela como a natureza humana se move por caminhos que nos são desconhecidos, apenas desvendados pela necessidade extrema de sobrevivência. Não vou aqui falar do aproveitamento da imagem que ela irá ter, do facto de ter todas as portas abertas para fazer o que quiser e ganhar milhões com isso. Nem digo que será ela a ter esse tipo de comportamento. Isso não interessa, pelo menos, para este caso.
Da entrevista retirei uma das mais importantes frases que ela proferiu e que me tocou particularmente. "Nunca saiam de casa zangados com alguém, porque não sabem o que pode acontecer a seguir". A ela, aconteceu-lhe ficar oito anos de cativeiro, sem ver a família, depois de se ter zangado com a mãe.