terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Mea culpa!

Assumo.
Admito.
Reconheço.
Declaro.
Com toda a tranquilidade e fair play, que as vitórias do Glorioso que sucedem a um empate ou uma derrota do SCP, têm aquele gostinho especial...

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Chiça!

Há várias coisas que me incomodam, que me fazem confusão e por isso, que me irritam. Falo de pequenas coisas que por vezes até causam dor, daquelas ligeiras mas persistentes, que fazem moínha. Cortar-me numa folha de papel, arde c'umó caraças. Entalar, ainda que seja muito rapidamente, um dedito na porta do armário. Dar uma palmada mal dada no Bono e ficar com a sensação de que bati contra uma parede. Levar um choque, ao fechar a porta do carro ou ao cumprimentar outra pessoa. Ficar com um fio de cabelo preso no fecho do casaco ou ficar com o brinco preso na camisola de malha e não conseguir tirá-lo. Morder a língua. Andar no meio da rua e sentir-me desconfortável e já irritada com as cuecas que decidiram enfiar-se onde não deviam, apetecer-me tirá-las mas não o poder fazer porque parece mal. Sentir uma pedrita nas botas que fica lá todo o dia, tal a preguiça de as descalçar.
Mas de todas estas, nada se compara à sensação de queimar a língua com arroz e de andar uma semana ou mais, com aquele ardor de cada vez que bebemos ou comemos. Esta sensação é tanto pior se a ponta da língua ficar vermelha e não cor-de-rosa, o que significa que nos falta ali um pedaço de carne!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Happy Valentine's Day!

Não ligo nenhuma ao dia dos Namorados. Já lá vai o tempo dos postais e dos peluches dos 15 anos. Não ofereço prenda neste dia, mas recebo sempre um mimo logo pela manhã, uma flor ou um chocolate. O que me leva a, no final do dia, retribuir o mimo. Não gosto de ir jantar fora neste dia, os restaurantes estão sempre à pinha, tenho de esperar esfomeada na fila de espera e com o restaurante cheio, será tudo menos um jantar romântico. Ainda para mais, com o jogo do Benfica, o convite é mesmo para ficar em casa.
Respeito, no entanto, quem faz deste dia mais uma forma de comemoração a dois, quem o vive intensamente, quem o aproveita para demonstrar ao outro que o ama. Assim como respeito aqueles casais que têm determinadas conversas ao telefone, como se tivessem 16 anos e namorassem há uma semana. "Olá môr!!! Já tinhas saudades minhas?? Eu também...!! (...) Então vá, um beijinho môr. Amo-te muito!" E despedem-se sempre com um Amo-te, mesmo que o telefonema seja para perguntar se ele/ela tirou a roupa do estendar porque estava com ar de que ia chover. Tudo bem, estão in love e continuam apaixonados passados 10 anos. Tudo bem, mas estas conversas irritam um bocadinho!

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Uma questão de cheiro e de tudo o resto

Essa coisa do amor não escolher idades é uma bela verdade, mas é, também, um pau de dois bicos. Pode ser amor verdadeiro, a gaja de vinte e cinco anos pode mesmo amar o velho de cinquenta, sem estar a pensar na recheada conta bancária do velho, com tantos zeros à direita que ela nem sequer se importou em contá-los. Eles, claro, amam-nas sempre, até aparecer outra dois anos mais nova que os fazem sentir-se dez anos ainda mais novos.
Acredito que haja casais nestas circunstâncias, que se amem mesmo, que passeiem de mãos dadas, que façam as suas loucuras.
Mas há casos em que o interesse económico é flagrante. Caso do Barão Von Breisky e da sua mais recente noiva de 30. Igual a uma Elsa Raposo de há 10 anos. Igualmente cocainómana, alcoólica. Olhando para o Barão, que além de gordo e velho com dentes amarelos, tem a mania de olhar em duas direcções (nunca se sabe se ele está a olhar para as mamas dela, um olho para cada uma, ou se a galar o rabo da outra), o homem cheira a MOFO. MOFO! E não é da roupa, meus caros. É mesmo dele, da pele, do cabelo, da respiração, do hálito, de todos os poros. E isto, nem com os melhores perfumes vai lá!

Por estas e por outras

Pausa para café antes do voto. Eram já 12h30 e ainda não tinha bebido o primeiro café, aquele que faz tudo começar a funcionar. Ao meu lado, no balcão, uma senhora conversa com outra. "Então, D. Fernanda, já foi votar?", "Votar? Eu não, eu quero lá saber dessas coisas. Tenho mais com que me chatear. E já devia estar em casa, que o homem estálá à espera do almoço". "Mas olhe que devia, somos mulheres e neste assunto, temos de votar". "E eu lá me importa! Já não tenho idade para isso, nem para os fazer nem para os desmanchar!"
Não consegui fingir que não as ouvia, nem deixar de as olhar fixamente. "Foda-se!"

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Alcoólica no trabalho

Admito que sou uma pessoa dedicada ao trabalho, demasiado, que gosto do que faço, apesar de reclamar (claro, olha quem) e de ter, por vezes, a vontade de mandar tudo para um determinado sítio. É sempre assim, quando quero muito mudar e depois consigo, passado um tempo, dou por mim a querer mais. Estou bem, mas acho que faz parte da natureza humana esta eterna insatisfação.
Continuando...
Sempre trabalhei em locais onde a palavra "horário", principalmente, o de saída, é um pormenor sem importância. Confesso que não me chateia. Habituei-me a trabalhar até tarde, a não deixar para nada para o dia seguinte. E sempre, mas sempre, levei trabalho para casa. Os problemas do trabalho vão comigo, já os de casa, ficam em sede própria.
Nestes últimos meses, a minha vida tem girado à volta disto. Trabalho, trabalho, trabalho... Vou para casa a pensar no trabalho, em casa falo de trabalho, deito-me a pensar no que tenho para fazer no dia seguinte. Até coloco o alarme no telemóvel para não me esquecer de nada. Não me estou a queixar, gosto deste stress. Desgasta, é certo, mas sabe bem. A semana de trabalho tem 6 dias.
Claro que a vida pessoal é a que sai sempre a perder. Num destes dias, garanti que chegaria cedo a casa para jantar (o que acontece uma (?) vez durante a semana), já que nos dias seguintes o serão estava garantido. Mais uma vez, tive que ficar até mais tarde. Como o rapaz se levanta cedo, deita-se mais cedo. Quando cheguei, só o Bono é que estava à minha espera. Na bancada da cozinha, a mesa estava posta, para um... O jantar pronto, que não consegui comer àquela hora. Ao lado, a revista aberta num artigo sobre Workaholism, os sintomas, os problemas que traz, e as soluções. Um recado: "Só para que tenhas conhecimento. Janta com o workaholism e aproveita para dormir com ele. Beijo".

Está dado o recado. Mas sabes, como sempre soubeste, com o que contas. Beijo...

Nota de rodapé

(1) Desde que anunciei a existência deste blogue, alguns amigos confessaram-me que gostariam de ter a coragem de expor pensamentos, sentimentos e outras coisas num sítio público, para outros lerem. Quero dizer-vos que, quando escrevo, não penso nas pessoas que vão ler, mas sim na necessidade de escrever. O blogue, apesar de acessível a qualquer um, é sempre pessoal.

(2) Há postes que escrevo que não correspondem a factos reais enm tão pouco são dedicados a alguém em especial.

E agora, adiante!

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Comentário enviado às 10h30 de hoje para a plataforma "Não Obrigada"

"Tenho, para mim, que a campanha da plataforma "Não Obrigada", excedeu todos os limites do razoável e do aceitável, se é que se pode considerar desta forma qualquer um dos vossos argumentos. São ridículos, desvirtuam o cerne da questão, fazem comparações desprezíveis, procuram fazer com que uma mulher se sinta o pior ser humano do mundo, apelam à beatice. Voto Sim! Há 8 anos, teria votado Sim. Mesmo para quem ainda não decidiu o seu voto, os vossos argumentos não têm essa capacidade de apelar ao voto Não. "Como é possível abortar sabendo que já bate um coração?", "Financiar com dinheiros públicos clínicas da morte"... Mas o que é isto? Fazem-nos de estúpidos insensíveis sem consciência? Eu gostava que cada mulher que defende o Não, que cada mulher que integra o vosso movimento, defendesse cada letra destes argumentos ao saber que estava grávida resultado de uma violação por um desconhecido, do abuso do pai, do padrasto, do irmão, que o feto crescia malformado, sem um braço, sem uma perna. Eu gostava de ver esses homens defensores do Não, apoiar a amante quando esta lhes diz que está grávida, apoiar a amiga da filha que ficou grávida... Os outdoors metem nojo, os vossos debates metem nojo, cada palavra que proferem mete nojo. E a vossa mais recente estratégia é duplamente nojenta. Como se atrevem a escrever nas escadas do metro e na calçada "Cuidado, não me pises, eu só tenho 10 semanas", com um feto pintado no chão? Há que respeitar quem não tem a mesma posição que nós, mas vocês merecem todo o meu desrespeito, toda a minha intolerância, desprezo e nojo. "

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Terapia da música

Saí de casa à pressa, ainda com algumas horas de sono em falta para recuperar do dia anterior, que começou às 4h da manhã. Saí sem vontade de nada, muito menos de falar com pessoas, de dar explicações a quem não sabe ouvir. A minha cabeça estava a mil à hora. Não me conseguia (e ainda não consigo) desligar, não conseguia pensar em mais nada. Um pouco antes de chegar às portagens, ligo a Radar, porque só a partir dali consigo apanhar a frequência. O alinhamento parecia ter sido escolhido de propósito só para mim. Antony em dueto com Boy George, Sigur Rós, Arcade Fire, Kings of Convenience, Nouvelle Vague, K'os, Bloc Party, Damien Rice. Ok, acho que já percebi. Tens que ter calma (olha quem), não há mais nada que possas fazer (tem de haver mas não consigo raciocinar a 100%). Tudo se resolverá (mas foi uma bomba do caraças)... Estou com aquela sensação de que isto ainda vai piorar...

(Be cool and listen to the music!)