quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O lado negro do varão

Quando se fala em pole dance ou dança do varão, a primeira coisa que nos vem à cabeça é mulheres a fazer striptease e a dançar agarradas ao ferro. Esta imagem não é falsa mas pensar assim, é tão redutor como achar que para se ser modelo, basta fazer beicinho para as fotos com o cabelo despenteado...
Sou curiosa por natureza e quando me lançaram o desafio de fazer uma aula experimental, aceitei. Alguma pesquisa na net e percebi que há várias academias de dança com esta modalidade e que até se fazem campeonatos mundiais de pole dance... 
Primeiro impacto quando lá cheguei... Há homens a fazer isto... e não são gays.
Segundo impacto... As alunas não são todas boazonas nem magras, o que me fez sentir um bocadinho mais à vontade. Mais tarde percebi que é importante ter alguma "carne" nas pernas para conseguir segurar o varão.
E lá estava eu, de frente para a parede espelhada e com o varão na mão... Terceiro impacto... Ahhh, isto (o varão) roda... O que me levou de imediato ao quarto impacto... Wow, alguém que pare isto, please??? A primeira vez que rodei no varão, tive a sensação de andar num carrossel e fiquei tonta. Tudo normal, explicaram-me. Foi aí que eu tive noção que para se fazer umas coisas giras no varão, é preciso treino. Prender a perna ao varão, rodar e cair de joelhos num movimento de dança não é só isto... É ficar com os joelhos negros (disseram-me depois que é essencial levar joelheiras), as pernas com marcas e até, em alguns casos, calos nas mãos.
Olhei para o lado e os alunos mais avançados estavam de cabeça para baixo e a gritar enquanto ficavam suspensos. Mas aquilo dói assim tanto? Oh se dói!!! Aqueles movimentos artísticos em que as meninas ficam só com as pernas no varão e largam as mãos para tirar o soutien... São precisas algumas assaduras na pele e dores nas costelas para os conseguirem fazer. 
À medida que a aula avançava, eu só pensava... mas como é que elas conseguem fazer aquilo tudo? É que parece relativamente fácil mas está longe de o ser. Terminei a experiência a conseguir fazer alguns movimentos básicos mas sem aquele glamour que imaginava
No dia seguinte, acordei colada à cama... Dores por todo o lado, em músculos que eu desconhecia ter até então. Quando finalmente consegui sentar-me, tinha os joelhos negros... e as canelas numa lástima... E eu só pensava... Como?
Verdade seja dita... depois daquela aula, passei a dar mais valor às meninas que dançam no varão para ganhar a vida... Muitas (é um facto) não fazem quase nada a não ser esfregar o rabinho no varão e dar uma voltinha de perna no ar... Mas ainda assim... é de valor...