terça-feira, 24 de março de 2015

Always look on the Nutella side of life



Sou uma mulher simples, pouco dada a extravagâncias e fácil de agradar.

Sorrio mais se me oferecerem uma flor tosca do que um ramo enorme de túlipas… Exceto se estas forem roxas. Não resisto! Ou se me derem umas havaianas básicas para chinelar à vontade em vez de uns stilettos, apesar de estes combinarem tão bem com os meus skinny jeans… Ok, podem oferecer os dois… Uma pulseira de elásticos coloridos brilha mais em mim do que um Omega dourado… Mas se for aquele Michael Kors que me fez babar na montra no outro dia, também fico muito contente.

Se calhar estes exemplos não foram muito bons… Mas a verdade é mesmo esta. Sou uma mulher simples e delicio-me com pequenas coisas. Uma tábua de queijos e um copo de tinto, ou mesmo uma imperial a acompanhar um pires de caracóis, fazem mais por mim do que um bacalhau XPTO com um molho de redução X e batatinhas Y. Less is more, em tudo! E no meu estômago então, é mesmo! Quem me conhece, sabe que um prato de Nestum ou uma taça de Chocapic e Estrelitas (sim, os dois misturados) fazem parte do meu top 5 gourmet. 

Mas quem me conhece mesmo muito bem, sabe isto (e sabe também que o digo sem exageros): os meus olhos brilham mais do que a iluminação de Natal da Baixa se me puserem à frente uma colher (pode ser de plástico) e um frasco de Nutella… Só isto! Nutella a sério, nada de imitações… Posso não distinguir uma Louis Vuitton verdadeira de uma imitação mas Nutella… reconheço-a só pelo cheiro! 


quinta-feira, 19 de março de 2015

As Quatro Sombras



Fomos as quatro ao cinema. Sim, fomos ver as Sombras. Não tenho (ou temos) problemas em dizê-lo. Gostámos e muito!! E por que é que gostámos? É um filme sugestivo que conta, no fundo, uma história de amor que não é assim tão impossível de acontecer. E porque o Mr. Grey é, em si, bastante sugestivo… Ficámos malucas porque já o eramos antes de ver o filme e sempre que nos juntamos, é assim, por isso, as Sombras só deram o mote ao resto da maluquice que se seguiu (também gostámos muito de ver o trailer do Magic Mike…).
Jamie Dornan foi muito bem escolhido e eu li a trilogia a pensar nele, a fantasiar o Mr. Grey com british accent… 

As cenas de sexo não são explícitas mas são sugestivas, intensificadas pela banda sonora, que agora ouvimos em repeat todo o santo dia! Cada uma das quatro ficou a imaginar o que bem quis naqueles momentos. Que já foi amarrada à cama mas não lhe deram vinho à boca… Ou onde é que lá em casa dá para ficar com os braços amarrados e suspensos… Que a pena de pavão deve fazer cócegas e aquela chibatada por baixo da maminha deve doer um bocadinho… Mas que também adoram ser atiradas para a cama e possuídas à força, e não foi preciso ler ou ver as Sombras para ficar a saber ou assumir isso, nem para saber que uma bela palmada calha sempre bem… Ou a recordar aquela vez no elevador, que por sinal, foi bem melhor do que esta do filme… No fundo, ficámos a pensar no que faríamos com aquele Mr. Grey ou com os nossos… e sim, ficámos com picos no pipi. Como sempre!

Saímos da sala de cinema a tagarelar… Uma ficou zonza com os abdominais do homem e com o passeio de helicóptero… A outra ficou a pensar naquele V na zona da púbis… Ao que uma delas confirmou, “As cristas ilíacas, sim... E aquele maxilar…”. Credo, pá, isso dito assim nem parece a mesma coisa. E para quem estava sem expectativas em relação ao filme, até suou das mãos!!! Gostámos de tudo! Como gostamos sempre de tudo o que fazemos quando estamos juntas.

Dito isto… Os livros não são uma obra literária nem um ensaio sobre BDSM, longe disso… O problema foi pensarem que assim teria de ser, porque temos o velho hábito de comparar coisas que são incomparáveis… Mas não, são aquilo que são, como outros do tipo Nicholas Sparks (que uns amam e outros odeiam), mas com menos drama e mais sexo, e que também chegaram ao cinema.
Se os diálogos são básicos, se as cenas de sexo são ridículas, se a história em si é ridícula… Podem ser para uns, para outros não serão. 

Para mim, e para nós, é um filme para se ir ver no nosso típico jantar mensal, sempre rodeado da loucura habitual.Venham de lá as sequelas, com este Mr. Grey, por favor!

terça-feira, 10 de março de 2015

Mãe é mãe... e não só.



Leio alguns blogues e artigos sobre as aventuras da maternidade, os sentimentos associados, as dúvidas, o dia-a-dia… Muitos são totalmente dedicados a este tema, tão vasto que permite isto mesmo, blogues de mães para mães, posts sobre tudo e mais alguma coisa… Tudo mesmo. Desde a qualidade das fraldas, que não prestam e deixam escapar o xixi, por conseguinte tem de se trocar a roupa de cama todos os dias que agora no Inverno demora imenso a secar e dá uma trabalheira desgraçada e exige um stock de lençóis considerável, já para não falar dos pijamas. Até às dúvidas sobre o comportamento do bebé, que aos 2 meses chora dia e noite, só adormece ao colo, passa o tempo todo a mamar e não interage com os pais… Há de tudo. E eu não estou a criticar, até porque eu própria tenho dúvidas que não lembram ao Diabo quando algo se passa com a miúda.

Em todos eles, o denominador comum é o amor de mãe infinito e incondicional, 24h por dia, 365 dias por ano, que nasce desde que vemos um pontinho cinzento num ecrã preto, ou a partir do momento em que nos colocam 3 quilos de gente nas mãos, acabadinhos de nascer.
Não é bem assim. Pelo menos comigo, não foi. Eu não nasci para ser mãe. Eu nunca senti o tal apelo da maternidade, nem me deliciava com os bebés dos outros. A decisão de engravidar foi um processo natural, pensado q.b., na altura em que eu achei que me apetecia, e não na altura em que me sentia preparada, porque isso, na verdade, não existe.

Quando me colocaram a MR em cima, toda engelhada, eu chorei de alegria, depois de lhe contar os dedos das mãos e dos pés… Não senti nada parecido com “agora sou mãe” e tudo o que outras mães escrevem sobre isso, que regra geral, se traduz em amor ilimitado e sentimento arrebatador. Lembro-me de ir para o quarto e de olhar para ela ali ao lado e pensar “Aconteceu mesmo. O que é que eu faço agora?”, que é como quem diz, estou em pânico e agora?????
Não me sentia mãe, pelo menos, não sentia aquilo que era suposto e que me tinham dito que ia acontecer… Os primeiros dois meses foram alucinantes. Culpa das hormonas, da privação de sono, do meu corpo ser um biberão com braços e pernas, o que fosse. Mas aquilo para mim… “Isto é que é ser mãe???? Eu não fui feita para isto!!”. Posso afirmar com toda a certeza que a primeira vez que me senti mãe, foi quando a MR me chamou… Olhei-a nos olhos, sorri e respondi que sim, a mãe estava ali. E isto aconteceu perto dos 6 meses de vida dela…

Também se escreve muito sobre os pequenos prazeres das mães… como o tal duche de 3 minutos parece um dia no spa, ou comer os restos que deixam no prato é a única refeição gourmet dos últimos meses… Acontece, mas isso não define o nosso dia-a-dia. Continuo a fazer refeições normais, às horas normais e sentada à mesa acompanhada de um copo de vinho, ou dois... Os meus banhos (diários) demoram pouco mais de 4 ou 5 minutos, é verdade, mas sempre foram assim.
Quando estão doentes, sentimo-nos pequeninas porque desejaríamos estar no lugar deles e evitar todo aquele sofrimento. Mas também me salta a tampa quando ela faz manha porque sabe que tem dói-dói e abusa dos limites!
Não durmo até às tantas, afinal o dia é para se aproveitar, mas ela herdou de mim o gosto pela ronha de manhã e sabe tão bem.

E o meu carro não é uma bandalheira!

Deliro com as descobertas dela, com o sorriso que vai da boca aos olhos, com o toque daquelas mini mãos a fazerem-me um rabo-de-cavalo e a dizer eu estou muita gira, a sério, mãe! E sempre que me chama mãe, eu sinto-me mãe. Mas quando ela não está, nessas alturas, sou só eu, e não a eu-mãe. E gosto muito!