Quando todas as crianças, pais, mães, até o cão e o gato, deliram com a Floribela e as suas roupitas e pronúncia de guarda Abel, eu descobri a Lilibela. Quer dizer, uma dessas revistas do social para quem eu já trabalhei, descobriu-a primeiro e até fez uma entrevista com ela. Mas eu descobri os talentos da menina e tornei-me (fogo, isto há coisas do diabo. Não é que acabei de receber um telefonema dela?) no seu anjo protector. Passo a explicar.
Nesta minha última viagem ao Porto (gosto sempre de ir ao Porto, por mil e uma razões) cruzei-me com a irmã mais velha da Floribela, quer dizer, da Luciana. Quis o destino que ela estivesse agenciada na agência onde estou a trabalhar. Nada como conhecer pessoalmente as pessoas para deitar por terra todas as ideias pré-concebidas, quando o que temos apenas para opinar são fotos. Tudo bem, a moça surge em poses algo duvidosas, mas quando se é ingénua, as coisas nunca são feitas com maldade. Puxei conversa (já no final da tarde, com alguns copos de champagne) e disse-lhe que tinha trabalhado na tal revista. Diz-me ela "Ah, a jornalista foi super simpática, ainda hoje me telefona para saber de mim e soube que eu vou dar uma entrevista amanhã ao CM e avisou-me para não contar nada". Pobre coitada. Minha querida, os jornalistas não são teus amigos, querem explorar a tua ingenuidade para sacarem tudo o que puderem sobre a tua irmã - claro que lhe disse isto com jeitinho. E quem é que te vai entrevistar amanhã? "Uma rapariga que se chama HM". F.... Cuidado com essa senhora. Num acesso de bondade (ou talvez de champagne) eu disse-lhe que não só estaria com ela a fazer a entrevista como gravaria a conversa. "Ai, obrigada, Deus te abençoe, obrigada. Ai, estou tão nervosa. Ai, ai...". No dia seguinte, a tal jornalista vem toda empertigada com a certeza de que vai conseguir sacar tudo e fica com um melão quando a vou receber. "Por aqui? Então, já não estás na Impala?" - eu nunca falei com esta senhora, no entanto, ela sabia onde eu tinha trabalhado. Ao olhar para a dita cuja e no decorrer da entrevista, facilmente percebi o porquê da fama dela. A Lilibela estava visivelmente nervosa e se eu não estivesse lá, a gaja tinha conseguido dar a volta à miúda. Repetia as mesmas perguntas mas de forma diferente, fazia perguntas dúbias. Tive que intervir três vezes: "Desculpa, mas ela já respondeu a isso", "atenção que o sentido da resposta foi este", "se isso foi a Luciana que disse, então vais ter de fazer essa pergunta a ela e não à irmã". No final, o cínico "Se quiseres contar-me mais alguma coisa, podes ligar-me à vontade".
A pequena Lilibela ficou super feliz por ter estado com ela, agradeceu-me, perguntou-me se podia ligar-me sempre que tivesse dúvidas ou quando lhe telefonassem para dar entrevistas. Sim, podes (acho que vou arrepender-me). "Deus te abençoe, vai com Deus", e beija-me a mão repetidas vezes. Então, não é preciso. A miúda (que já tem 24 anos) é igual à irmã, a maneira de falar, de ser, os traços físicos, a ingenuidade. Sim, elas são mesmo ingénuas, um bocadinho parvinhas, sim, mas são genuínas. A Lili também quer ser actriz e modelo, não canta mas sabe dançar. Eu, se fosse o director de uma estação concorrente da SIC, tratava já de fazer uma série com a Lilibela. Era tiro certeiro nas audiências. Uma na SIC, a outra irmã na TVI.
No fim disto tudo, soube-me tão bem lixar aquela gaja! Acho que fiz a boa acção do ano!
2 comentários:
Estou um pouco confusa...
Então a Floribela tem uma mana que também é muito boazinha?
Sim, e ainda tem uma mais nova que também é boazinha. Enfim, são as manas Floriseca!
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