sexta-feira, 30 de maio de 2008

Afinal, parece que não evoluímos assim tanto

Da próxima vez que ouvir alguém dizer que a mulher já tem os mesmos direitos que o homem e que já se venceram grandes batalhas para conquistar a dita merecida igualdade de direitos, atiro-me à pancada. Não vou falar de filhos, do trabalho, das tarefas domésticas. Vou referir apenas o simples facto de uma mulher ser adjectivada de "maluca", "tarada", "leviana", entre outros do género, ser olhada de lado e alvo de comentários, por decidir expressar por escrito alguma criatividade que tenha em matéria de sexo. Mesmo que o decida fazer no seu próprio blogue. É quase a mesma coisa quando uma mulher afirma perante uma plateia feminina que gosta de levar no cu. Por momentos, senti-me a viver em plena época da censura, o que não me espanta, sinceramente. Basta pensar que temos a ASAE.
Eu pergunto: se fosse o blogue de um gajo, alguém queria saber?

terça-feira, 27 de maio de 2008

Da Vida

Sabemos que estamos melhor agora do que há 10 anos, quando encontramos uma amiga que está com pior cara do que nós. E sabemos que somos alvo de inveja quando nos apercebemos que ela sabe disso e que nos come com os olhos.
Sabemos que nos tornámos mulheres quando alguém que nos conhece desde criança, diz, sem qualquer segunda intenção, que somos uma mulher bonita.
Sabemos que somos responsáveis pelo que ensinamos àquela criança quando, ao nosso gesto, ela nos lança os braços para vir ao nosso colo.
Sabemos que estamos fartos de pessoas quando damos por nós a desabafar com o cão, com uma cerveja numa mão e uns cajús na outra.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Quique Flores...


Acho que vou comprar um lugar cativo na Luz...


O Rei que reinava eternamente... até um dia

Ele gostava da borga diária. Sob pretextos misturados com mentiras, a necessidade de estar com os amigos era maior que qualquer imposição da condição de "união de facto". Ele gostava de beber, muito, de se embebedar, de perder o tino. Ele gostava de fumar ganzas, de tomar tudo o que houvesse para se abstrair da realidade, da triste, dele, de saber que em casa não teria mais se não uma solidão partilhada a dois. Ele gostava de chegar a casa tarde, no silêncio da noite e ligar a televisão num canal de sexo. Ele gostava de dormir pouco mais de 4 horas. Ele gostava de fazer sempre qualquer coisa. Qualquer coisa sem ela. Ele não era o tipo de homem de ficar enroscado no sofá a ver filmes, seja de noite ou numa daquelas tardes de chuva. Ele gostava de sair. Ele gostava de se mostrar aos outros. E às outras. Ele gostava de andar bem vestido e chateava-se sempre que ela não lhe vincava bem as mangas das camisas pretas e brancas, as únicas cores que usava. E ficavam-lhe bem. Ele gostava de ter o cabelo grisalho e olhar-se ao espelho. Ele gostava de realçar o verde acastanhado dos olhos com colírio.
Ela gostava de ficar em casa. Ela gostava de fumar o único cigarro do dia, depois de jantar, na varanda com vista para a via rápida, onde por baixo permanecia uma pequena horta dos velhotes lá do sítio. Ela gostava de sair de casa de manhã com o cabelo ainda molhado, mesmo que ele resmungasse com a sua falta de cuidado na aparência. Ela gostava de fazer a depilação de 15 em 15 dias. Ela gostava de chegar a casa e de não ter ninguém que lhe perguntasse "Então querida, como foi o teu dia?". Ela gostava de despir e vestir roupa em frente ao espelho, acreditando que tinha um corpo bonito. Ela gostava de se fotografar em poses artísticas e de, um dia, enviar-lhas por email. Mesmo que ele a desprezasse. Ela gostava que ele um dia chegasse a casa e lhe desse um beijo de boa noite. Ela gostava que ele lhe fizesse o jantar uma vez por outra. Ela gostava de ir no metro e de fixar os olhos no homem que estava sentado à frente, um homem, qualquer um. Ela gostava de se masturbar em frente ao espelho.
Um dia, ela fartou-se de lhe vincar as mangas das camisas que vinham sujas das noites. E ele... ficou sem reino onde reinar.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Mais um sinal

Depois da exclusão por idade de alguns anúncios de emprego, seguiu-se a irritabilidade constante (agravada, portanto) e a falta de paciência para aturar pessoas (igualmente agravada).
Agora, são as olheiras e papos nos olhos permanentes.

Será isto a chegada aos 30?

Questão de lógica

Eu não penso.
Logo não existo.

Penso eu...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Lição de geografia

A caminho de casa, quase à saída da A8 para Mafra/Malveira, vejo umas letras garrafais estilo Hollywood a dizer Charneca. Um pouco mais à frente, uma placa a indicar Almada. Sigo e vejo mais uma, Seixal. E se continuar pelas estradas regionais, encontro ainda mais uma... Bairro Alto.

Estou confusa...



quarta-feira, 14 de maio de 2008

Este nosso Mundo

1) Mais uma subida dos combustíveis, o que me leva a equacionar a hipótese de tirar o carro todos os dias da garagem e de fazer a visita àquela amiga que mora mais longe, ou de dar aquele passeio ao fim-de-semana.
2) Imagens que mostram a dimensão da estupidez humana numa peregrinação que juntou um milhão de pessoas para ver uma santa. Cotoveladas, pontapés, crianças atiradas ao molhe para tocar na santa, nem que fosse com a ponta do cabelo. Às vezes, a fé das pessoas não é mais do que uma manifestação de loucura.
3) Sócrates foi apanhado a fumar num avião. Chiiii, Ehhhhh, Ohhhhhh! Temos assunto de importância de Estado e vital para o desenvolvimento do país para a próxima semana, no mínimo. Isto se a Fátima Campos Ferreira não quiser debater isto no Prós & Contras.
4) Astronautas precisam-se. Eu vou. Onde é que assino?

terça-feira, 13 de maio de 2008

The National - Notes of a concert (agora que já estou mais calma e consigo expressar a histeria)

Muito nervosismo em palco, com vista para uma plateia cheia. Um violino influente. Uma voz personificada numa figura que povoa as mentes femininas. Calor humano que suava por todos os poros.

Eu... fiz os trabalhos de casa.

I
I've been draggin around from the end of you coat for two weeks
And now I'm sorry I missed you
I had a secret meeting in the basement of my brain
Didn't anybody tell you how to gracefull disappear in a room
You get mistaken for strangers by your own friends
Another uninnocent elegant fall into the unmagnificient lives of adults

II
Baby, come over, I need entertaining
I had a stilted, pretending day
Lay me down and say something pretty
Lay me back down where I wanted to stay
Just say something perfect, something I can steal
Say, look at me
Baby, we'll be fine
I wanna hurry home to you
Put on a slow, dumb show for you and crack you up
This isn't working, you, my middlebrow fuck-up
My mind's not right
My mind's not right
My mind's not right

III
You're all humming live wires under your killing clothes
Get over here, I wanna kiss your skinny throat
You're a wasp nest
Sometimes you get up and bake a cake or something
Sometimes you stay in bed
Leave it all up in the air
Let them all have your neck
So worry not
All things are well
We'll be alright
We have our looks and perfume
Stay inside till somebody find us
I have your dreams and your teeth marks
And all my fingernails are painted
Break my arms around the one I love
And be forgiven by the time my lover comes
Turn the light out say goodnight
No thinking for a little while
Lets not try to figure out everything it wants
Whatever went away I'll get it over again, I'll get money, I'll get funny again
Walk away now and you're gonna start a war

IV
Falling out of touch with all my friends are something getting waisted
I wish that I believed in fate
I wish I didn't sleep so late
Let me come over I can waist your time, I'm bored
You just walked away and I just watched you
What could I say
How close am I to losing you?

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Night sessions

Facto n.º 1: adoro estar com o meu amigo Pedro. Adoro conversar com ele, ouvi-lo e, principalmente, adoro a boa disposição, as tiradas hilariantes que me fazem rir até me doerem os músculos, o equivalente a ter feito 100 abdominais.
Facto n.º 2: adoro a minha amiga Mártam. A capacidade de análise que ela consegue ter mesmo quando tem a vida de pernas para o ar.
Facto n .º 3: irrita-me quando quero muito ir a um concerto e ele está esgotado com pessoas que vão, não por gostarem e conhecerem, mas porque lhes disseram que aquilo estava na berra.
Facto n.º 4: Soulwax estava esgotado. E isso chateou-me. Quanto muito, teria que esperar pelas 3h para ver 2 Many Dj's.