quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O lado negro do varão

Quando se fala em pole dance ou dança do varão, a primeira coisa que nos vem à cabeça é mulheres a fazer striptease e a dançar agarradas ao ferro. Esta imagem não é falsa mas pensar assim, é tão redutor como achar que para se ser modelo, basta fazer beicinho para as fotos com o cabelo despenteado...
Sou curiosa por natureza e quando me lançaram o desafio de fazer uma aula experimental, aceitei. Alguma pesquisa na net e percebi que há várias academias de dança com esta modalidade e que até se fazem campeonatos mundiais de pole dance... 
Primeiro impacto quando lá cheguei... Há homens a fazer isto... e não são gays.
Segundo impacto... As alunas não são todas boazonas nem magras, o que me fez sentir um bocadinho mais à vontade. Mais tarde percebi que é importante ter alguma "carne" nas pernas para conseguir segurar o varão.
E lá estava eu, de frente para a parede espelhada e com o varão na mão... Terceiro impacto... Ahhh, isto (o varão) roda... O que me levou de imediato ao quarto impacto... Wow, alguém que pare isto, please??? A primeira vez que rodei no varão, tive a sensação de andar num carrossel e fiquei tonta. Tudo normal, explicaram-me. Foi aí que eu tive noção que para se fazer umas coisas giras no varão, é preciso treino. Prender a perna ao varão, rodar e cair de joelhos num movimento de dança não é só isto... É ficar com os joelhos negros (disseram-me depois que é essencial levar joelheiras), as pernas com marcas e até, em alguns casos, calos nas mãos.
Olhei para o lado e os alunos mais avançados estavam de cabeça para baixo e a gritar enquanto ficavam suspensos. Mas aquilo dói assim tanto? Oh se dói!!! Aqueles movimentos artísticos em que as meninas ficam só com as pernas no varão e largam as mãos para tirar o soutien... São precisas algumas assaduras na pele e dores nas costelas para os conseguirem fazer. 
À medida que a aula avançava, eu só pensava... mas como é que elas conseguem fazer aquilo tudo? É que parece relativamente fácil mas está longe de o ser. Terminei a experiência a conseguir fazer alguns movimentos básicos mas sem aquele glamour que imaginava
No dia seguinte, acordei colada à cama... Dores por todo o lado, em músculos que eu desconhecia ter até então. Quando finalmente consegui sentar-me, tinha os joelhos negros... e as canelas numa lástima... E eu só pensava... Como?
Verdade seja dita... depois daquela aula, passei a dar mais valor às meninas que dançam no varão para ganhar a vida... Muitas (é um facto) não fazem quase nada a não ser esfregar o rabinho no varão e dar uma voltinha de perna no ar... Mas ainda assim... é de valor... 


domingo, 23 de agosto de 2015

Os teus três e a vida toda pela frente

Faltam-me as palavras. Não é que não tenha nada para dizer mas as palavras não chegam para o tudo que és. Para mim e para o mundo que tens à tua frente.
És linda. As mães dizem sempre isso dos filhos mas tu és mesmo. Quando sorris, quando choras... Às vezes fico a olhar para ti enquanto dormes...
Os teus olhos falam. Tu ainda não sabes disso. Falas tudo mas por vezes, só o teu olhar é suficiente. Um dia alguém, para além da tua mãe, vai dizer-te que tens o olhar mais bonito de sempre. E vai apaixonar-se.
Já queres fazer tudo sozinha. Escolhes a tua roupa, ainda sem saberes o que combina mas eu garanto-te que tudo te fica bem.
Adoras ir às compras!
És teimosa. Oh se és! No fundo eu gosto que sejas, mesmo quando isso me tira do sério.
Amo-te, ainda que isto me pareça redutor para tudo o que sinto. Pode parecer impossivel mas eu sinto mais. Ainda não sabes mas fazes-me tanta companhia... Nestes últimos tempos foste tu que me deste a mão, e estiveste sempre ao meu lado.
Também não sabes mas és a minha pessoa...
Queres ser a mãe quando fores grande, já mo disseste. Isso deixa-me feliz e assustada. Eu quero que tu sejas tu... Com todos os teus defeitos e qualidades.
Estarei sempre aqui, para te dar a mão quando tiveres medo, quando estiveres triste ou só porque sim. É este o nosso pacto...
Parabéns minha filha.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Não é só a Sia que tem um "Elastic Heart"

Nós, mães, temos um coração elástico. Estica cheio de alegria, de orgulho, de sorrisos, de descobertas. Encolhe com o choro, com o dói-dói e com aquela sensação de não os podermos proteger de tudo. Mas não se parte, não se desfaz em pedacinhos porque o coração de mãe é assim mesmo, elástico.
Por estes dias, o meu coração tem andado encolhido, apertado... Quando a MR fica doente, eu percebo o quanto prefiro as birras e o mau feitio (que até tem a sua piada), a vê-la assim, murchinha. Os olhos pedem colinho... Sim, porque os seus olhos falam, sorriem e choram. Dizem tudo o que eu preciso de saber. O que sei é que basta um sorriso, um "olha mãe, já passou o dói-dói, vamos comprar o Mickey?", o brilho de volta nos olhos, para o meu coração voltar a esticar.
E voltar a encolher, quando chego a casa sem o furacão... Quando arrumo os brinquedos e ela não está lá para os desarrumar novamente... Quando não tenho que me sentar no chão sem almofada e aguentar o desconforto...
Depois ouço a voz dela, à distância de um telefonema, e o meu coração estica e encolhe, estica e encolhe... Por saber que está bem e feliz, apesar de não ser comigo...

Ai coração de mãe, é bom que dures muitos anos neste estica e encolhe!


quarta-feira, 8 de julho de 2015

Os avós... essa espécie...

Tenho uma pontinha de inveja dos avós. Com eles, corre tudo bem e é sempre tudo bom.
A sopa da avó é sempre saborosa, cheira bem e eles comem-na sem reclamar. Aliás, toda a comida das avós é saborosa, até o peixe cozido... E não há birras à hora da refeição.
Não há roupas difíceis de passar a ferro ou nódoas impossíveis de lavar. Em cinco minutos, o branco fica imaculado e os vincos dos vestidos desaparecem...
Os avós não ralham. Não dão palmadas. Não dizem "não". Têm toda a paciência do mundo.
E tempo, de qualidade, para estar com os netos.

Por isso, tenho uma pontinha de inveja. 
A minha comida nunca vai ser igual à da avó, que ela repete com satisfação (e eu, também...). 
Por mais que tente, as nódoas persistem lavagem após lavagem, até que a avó trata do assunto. E o saco de roupa que levo para passar a ferro vem sempre impecavelmente sem vincos. 
A minha paciência tem limites... E não tenho travão na mão... Levo com as birras todas. E o tempo não chega para tudo...

Infelizmente, os meus avós não fizeram nada disto comigo. Mas não é por isso que tenho esta pontinha de inveja. Não... eu invejo o que os avós são para os netos e que não foram para os filhos. Estão sempre lá para eles, com todo o tempo do mundo e paciência, a fazer coisas que não fizeram com os filhos, por falta de oportunidade, por falta de tempo... Tempo que agora lhes sobeja e que preenchem com brincadeiras e gargalhadas sempre que podem. Agora percebo quando se diz que os avós não educam... Estragam-nos com mimos. É esta a sua função. 

De cada vez que digo "vamos à avó", é um brilho naqueles olhos e uma felicidade tão grande que fico... com um bocadinho de inveja. Mas é uma inveja boa. Porque sei que há coisas que só os avós podem dar, e ainda bem que a MR as pode receber.




quinta-feira, 2 de julho de 2015

Take II

Há remakes e sequelas de filmes que deveriam ser proibidos por vários motivos que, para mim, se resumem ao simples facto de não fazerem sentido. Certos filmes foram feitos para ficarem intactos na nossa memória com aqueles actores, aquele enredo, aqueles cenários, naquele tempo. Ponto. Ainda para mais, quando fazem parte da minha infância/adolescência!
Li que vão fazer uma sequela do "Top Gun", uma espécie de duelo dos tempos modernos entre pilotos e drones. E Maverick vai fazer parte disto. Não pode. Não deve. Não sou fã do Tom Cruise mas recordo-me que ele tinha um sorriso bonito no filme, mesmo com o dente torto e agora já não tem. É um pormenor que faz toda a diferença. Vai ter também uma história de amor com uma loura de permanente? Vai entrar o Val Kilmer, gordo que nem um pote? 

"Point Break II" vai estrear no final deste ano. O surf dá lugar a desportos radicais dos tempos modernos com imensos efeitos especiais... E, obviamente, Patrick Swayze não fará parte do filme, mas quase que aposto que não vê isto com bons olhos, onde quer que esteja... A imagem dele a desaparecer naquela onda gigante é de cortar a respiração. 

Espero que não se lembrem de fazer um "Pretty Woman II" adaptado aos dias de hoje... Um administrador de um banco ou de uma grande empresa com dificuldades em conduzir o seu Jaguar, a parar junto ao Técnico e ser prontamente ajudado por uma rapariga que percebe mais de carros do que aquilo que lê nos livros da faculdade. Ah, claro, e aquela cena em que a Julia Roberts é "apanhada" com o fio dentário... Alguma das raparigas que passeia no Técnico sabe o que isso é?
Mas em relação ao "Pretty Woman", deixo aqui este texto delicioso...

Por favor, parem de mexer com as minhas recordações...



terça-feira, 16 de junho de 2015

As giletes estão em promoção!

A pergunta é: "Vai nesta tendência?", e eu respondo ainda antes de acabar de ler a pergunta,"Não, não, no way!!!"
Para lá da moda, do que se vai e não vai usar na estação, há movimentos que criam também tendências e ficam, desculpem a repetição, na moda. E tal como na roupa, nos cabelos, nos acessórios, na música, até na alimentação, há modas parvas, inusitadas e sem sentido. Mais parvo ainda é quem as segue só porque quer estar in, o que revela não só a parvoíce da pessoa como a falta de cabecinha...
Não sou de modas nem vou atrás do rebanho. Já lá vai o tempo em que rasgava as calças nos joelhos e pintava os lábios de preto porque estava na fase punk... Ou que usava os lencinhos com cornucópias ao pescoço ou na cabeça e calçava uns Keds porque estava na fase betinha... Passei ainda pela fase surf style dos Vans, Redley, Quicksilver... Por aí. Seguia o rebanho.

Claro que a idade tem destas coisas, uma pessoa cresce, desenvolve a sua personalidade (regra geral, é isto que acontece mas há excepções), cria o seu próprio estilo e ganha o discernimento de saber o que lhe fica e não fica bem (lá está, há excepções).

Isto tudo porque anda aí uma certa tendência que acena a bandeira do feminismo e afirmação das mulheres perante a ditadura da beleza e do socialmente aceite, que é deixar crescer os pêlos nas axilas. Eu não tenho grandes problemas com pêlos, na medida em que não sou peluda, mas tenho alguns problemas com os pêlos dos outros. Tudo bem, ter pêlos é normal. Um homem com pêlos nas pernas, nos braços, no peito, é normal... O Tony Ramos não é normal... Também aceito que uma mulher fique umas semanitas sem fazer a depilação, principalmente, naqueles meses em que faz um frio do caraças e alguns pelitos até aquecem a pele... Mas as axilas são, para mim, a zona do corpo que pior fica com pêlos! É também a zona que mais nos aproxima dos homens se estiver cheia de pêlos. Coloquemos uma perna de homem e de mulher lado a lado, com pêlos, e conseguiremos distinguir. Coloquemos um braço, até a virilha (só mesmo a virilha, né, porque se não, vê-se logo a diferença...). Agora uma axila cheia de pêlos é igual! Em última instância e no limite, é o que nos distingue de um homem. Sim, estou a exagerar mas pêlos nas axilas, porra???? Exibi-los em selfies???

E digo mais... Fazer disto uma afirmação de ser mulher livre e fazer o que bem quiser... É parvo! Dizer que temos pêlos por qualquer intervenção divina e por isso, é contra natura tirá-los... É parvo!  E mais parvo é quem se deixa ir nestas modas parvas!

quinta-feira, 4 de junho de 2015

As bolas nem sempre são redondas

Nestes meus 35 anos de vida, o Benfica foi campeão onze vezes. Onze! Festejei, efusivamente, as últimas cinco vitórias... Pré-adolescência com Toni (és grande!!)... O fim da ressaca com Trapa e muitas, muitas lágrimas de alegria... Recordo de me dizerem, "vá, já podes festejar à vontade", e eu continuava agarrada à almofada a chorar (isto faz-me lembrar aquelas alturas em que eu não conseguia parar de rir...). E a ida ao Marquês com o JJ... Sou fã assumida do senhor, desde o cabelo, ao mascar das pastilhas, as caretas, as calinadas... Mas é um gajo sem complexos, simples e que assume o que é. Já o Toni era e é assim.
Por isso, estou triste. Não o critico. Não o acho um traidor. Em qualquer profissão, há que analisar as opções que nos são dadas, mudar e partir para outra, mesmo que seja para a "concorrência". Que vá. Pode ser que não consiga fazer o que fez no Benfica nos últimos anos. As vitórias não são fruto apenas e só dos treinadores. Li algures que também os jogadores e os adeptos fazem um campeão. Concordo.

Fiquei mais chateada com a saída do Mourinho para o Porto. Por vários motivos, mas principalmente, porque o gajo ficou mais interessante com a mudança... Ou com a saída do Quique Flores. Bem sei que o senhor foi um flop mas era um regalo ver os jogos... Acho até que nessa temporada não perdi um único jogo...

De maneira que é isto... Venha o Verão, a silly season, a Super Taça e os jogos de preparação... A nova temporada começa, para mim, lá para Outubro... Com Vitória no banco ou outro qualquer, a Vitória continuará a fazer o seu vôo e as vitórias acontecerão...

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Verde, ar puro e piu pius

Nota 1: Morar na aldeia tem muitas, mas mesmo muitas vantagens.
Nota 2: Não julgar os vizinhos (ou qualquer outra pessoa) pelas aparências.

Gosto do conceito de bairro, num sítio onde as pessoas dizem bom dia, mesmo sem me conhecerem, só porque nos cruzamos na rua... Onde encontro café, e do bom, a 50 cêntimos e onde ao fim de duas visitas, já me conhecem como se aqui morasse desde sempre. Onde posso ir a pé comprar pão. Ou ter o som do sino da igreja a dar as horas de deitar a pequena.
Sempre gostei de morar em sítios pequenos, em prédios pequenos e tratar os vizinhos por tu. Os meus antigos vizinhos eram (e são) uns porreiros. Não só pediamos açúcar quando faltava, como batatas, natas, ovos, ou levávamos uma fatia de bolo acabado de fazer (neste caso, levavam-me, porque eu a fazer bolos é irreal)... Fazíamos parte das festas de aniversário uns dos outros, churrascos, minis... Tomávamos conta dos bichos uns dos outros... Enfim.
Agora, o cenário é diferente, o que me leva à nota dois. Sendo curta e grossa, os meus actuais vizinhos não primam pela boa aparência mas isso nunca nos impediu de trocar os típicos bom dia e boa tarde... Não julgo ninguém pelo aspecto mas não me venham dizer que não é essa a primeira impressão que têm das pessoas... E os meus vizinhos não têm bom aspecto. Mas são simpáticos. De vez em quando, lá nos encontramos, as mulheres, a estender roupa e a falar do tempo que está bom para secar a roupa e que temos de aproveitar. À minha vizinha de baixo, peço desculpa pelo barulho que fazemos em cima, não só a miúda mas eu também... E ela sorri, não tem um sorriso bonito, mas sorri e diz que não faz mal, que é normal. Preocupo-me com a bebé de baixo, eu também a ouço cá em cima, mas fazer o quê?
Hoje fui surpreendida, pela positiva. Cheguei a casa e tinha novamente o raio da caixa do correio aberta. Estou a abrir a porta de casa quando ouço uma vizinha, outra que também não tem um sorriso bonito, a chamar-me, para me avisar do sucedido e que era perigoso porque às vezes andam uns gandins a ver se sacam os vales da Segurança Social, que eu, por acaso, não recebo... E logo o marido se prontificou a mudar-me a fechadura já amanhã, para eu ficar descansada. Seguiu-se uma surpreendente conversa sobre filhos e um resumo amargo da vida da senhora e do filho que afinal é neto e que ela salvou das mãos da ex-nora, mas que a trata por mãe e não sabe que na verdade é avó, a que se seguiu toda uma série de acontecimentos trágicos. "Mas olhe, para a frente é que é o caminho e fique descansada que amanhã tratamos da caixa do correio".

Nota 3: É isto e ir à janela e ver um casalinho a namorar na rua, ela de mini saia a roçar-se no rapaz e ele de mãos nos bolsos... Pobre rapariga...

domingo, 24 de maio de 2015

Fim-de-semana todo meu!!!

Para começar, sou o Anticristo das mães. Assumo-o sem pudores. Sei que há mais como eu mas não se assumem por vergonha perante terceiros.
Tive(mos) uma semana do inferno. Ela doente, com febre tão alta que me parava o coração. Eu, doente por a ver naquele estado e sem dormir noites seguidas em estado de vigília constante.
Até aqui tudo bem, o papel de mãe stressada estava a ser cumprido na íntegra. Mas a minha cabeça pensava noutra coisa... Na chegada do fim-de-semana em que ela iria para o pai e eu teria todo o tempo do mundo para fazer o que bem me apetecesse. Pois... No fundo eu queria que a miúda melhorasse, não só porque fico em modo down quando ela está assim, mas porque eu queria e precisava desesperadamente o meu fim-de-semana!!
Chocados? Não vale a pena... Já o disse anteriormente que além de mãe, sou mulher, eu, gaja, que gosto de sair, estar com amigos e ter conversas normais sobre tudo menos filhos, de ficar em casa sozinha a ouvir música, seja o que for.
E por isso, eu queria o meu fim-de-semana. E tive-o!

Ir para uma praia fora do meu circuito habitual, estender-me a torrar ao sol, sem pensar nas horas impróprias para ir à praia. Aborrecer-me com os miúdos a correrem na areia e a sujarem-me a toalha. Ir ao bar buscar uma imperial e sentar-me no areal sozinha, a bebê-la, descontraída, a observar os que estão à minha volta e a escutar as conversas... Soube tão bem!!!
E porque o dia de calor era para aproveitar ao máximo, meti-me depois a caminho do Chiado, um dos meus locais de eleição em Lisboa. Lojas cheias, filas para a Santini, gente e gente com sacos a passear nas ruas, para cima e para baixo, uma feira de alfarrabistas numa esquina...
Mas a minha visita ao Chiado tinha um objectivo... Nuttelaria!!!! A fila não me demoveu, como a alguns, eu tinha todo o tempo do mundo só para mim. E satisfiz a gula com um belo crepe com Nutella, que devorei numas escadinhas lá fora...
Para terminar, e porque já eram seis da tarde, sentei-me numa tasquinha no Bairro Alto a beber imperiais, a comer tremoços e a ver o meu Benfica, claro está.
Se pode haver programa de sábado melhor do que este? Pode... Mas para mim, este foi o melhor sábado que eu poderia ter. E tive!

P.S.: Então e o domingo? Pois, ontem foi dia de ramboia, hoje é dia de limpar a casa, né?

quarta-feira, 13 de maio de 2015

O desafio...

Numa ida ao parque perto de casa, a MR andava, como sempre, a correr os baloiços, o escorrega, os cavalinhos, com a alegria habitual de uma criança que não pensa em mais nada se não em divertir-se.
Nesse mesmo parque, há um tapete com vários brinquedos, livros, que todos podem usufruir. A certa altura, ela senta-se junto dos outros meninos mais velhos e começa, claro, a brincar... Mas nem todos aceitam a presença da miúda... Primeiro, porque é mais pequena... Segundo, porque começa a mexer nos brinquedos que os outros, de repente, também querem. Pega num carrinho, e vem um miúdo que o tira a dizer "é meu". Vai buscar um pónei, e outra miúda diz "eu estou a brincar com isso" (por acaso não estava...).
A MR ainda não percebe... E fica com aquela cara... de quem não percebe, mesmo, o que se passa... Olha para mim e eu digo para brincar com outros bonecos, com a bola, disfarçando tudo aquilo que me passa pela cabeça naquele preciso momento... Infelizmente, a MR vai desiludir-se, vai sentir-se triste, vai perceber que há crianças parvas, que mais tarde se tornarão, na sua maioria, em adultos parvos.

Felizmente, a sua tenra idade e inocência fazem com que ela vire as costas para voltar ao escorrega, aos baloiços, e esqueça em segundos aqueles miúdos parvos. Mas eu fico a olhar para ela, com os olhos em lágrimas e um aperto no coração com o que tinha acabado de assistir... A minha filha a ser colocada de parte por pares só porque queria brincar com eles.

Eu sei que tudo isto adquire uma maior dimensão porque se trata da minha miúda e por isso mesmo, deu-me vontade de arrancar aqueles brinquedos aos miúdos parvos e dá-los à MR... Controlei a minha raiva de "momzilla" e ao dizer-lhe para brincar com outras coisas, estava também de alguma forma a ensiná-la a desvalorizar aquela triste cena...  Que ela ainda não sabe que é triste... Também não sabe o que é desvalorizar. Um dia, eu explico-lhe... Tal como lhe vou explicar que não há nada nem ninguém melhor do que ela... Obviamente, não posso protegê-la de tudo, nem impedir que alguma criança parva lhe diga coisas parvas, ou mesmo que uma miúda com inveja lhe dê uma estalada... Só quero que ela saiba o que fazer... Mesmo que seja responder com outra estalada... Mas nunca, nunca, sentir-se menos do que o tudo que ela é!

sábado, 25 de abril de 2015

Por falar em liberdade

A felicidade não é um estado permanente, não é ininterrupta. Pensar o contrário ou viver em busca do contrário é o que nos faz infeliz.
Percebi isto quando não há muito tempo e com os olhos cheios de água, me perguntaram se era feliz. Respondi: "Hoje não. Amanhã não sei."
É um cliché mas a verdade é tao simples quanto esta. A felicidade é feita de momentos e cabe-nos desfrutá-los ao máximo, mesmo que durem apenas cinco minutos.
Remediada? Conformista? Medíocre? Não. Simplesmente, aprendi que não vale a pena perder tempo a procurar algo que não existe. Por isso, é aproveitar o que me é dado, todos os dias. Sim... Porque todos os dias sou feliz, nem que seja quando ela sorri e faz olhos de chinês!
Sou feliz a comer um prego acompanhado de batatas fritas e as minhas miúdas. Sou feliz quando me surpreendem com um vinho que, naquele momento, me sabe pela vida. E sorrio.
Sou feliz por chegar à praia e deslumbrar-me com o dia de sol. E sorrio.
Sou feliz quando, de repente, toca aquela música no rádio do carro. E sorrio.
Sou feliz quando os amigos me telefonam a dar boas notícias ou mesmo quando me procuram para desabafar. Sou feliz por poder fazê-lo.
Sou feliz quando ela me telefona com aquela voz tão dela, para me dizer que não chora há três dias.
Sou feliz quando, numa loja de roupa, agarro numas calças ao calhas, experimento e não é que me ficam mesmo bem? E sorrio.
Sou feliz por abrir o frigorífico e poder escolher o que quero comer e beber.
Sou feliz porque vivo num país livre, sem guerras, onde posso sair livremente à rua com a minha filha sem medo. Num país onde, em duas horas, estou na outra ponta com uma paisagem totalmente diferente.
Sou feliz quando me dizem que estou bonita. Mais ainda quando ela me diz que estou tão gira!
Sou feliz quando me beijam e me fazem sorrir.
Sou feliz quando consigo fazer alguém sorrir e sentir-se feliz durante aqueles minutos.
Sou feliz porque não vivo de aparências a tentar agradar outros. Sou feliz com o meu carro, com a minha casa. Sou feliz com a minha cama.
Sou feliz porque tenho o roupeiro cheio de roupa e mesmo assim, acho que não tenho nada para vestir. Sou feliz com o meu telemóvel obsoleto mas que tira as melhores fotos dos nossos momentos felizes.

Posto isto... Nos outros dias, nos outros momentos, serei infeliz? Não. Estou apenas à espera que a felicidade aconteça a qualquer momento.

terça-feira, 24 de março de 2015

Always look on the Nutella side of life



Sou uma mulher simples, pouco dada a extravagâncias e fácil de agradar.

Sorrio mais se me oferecerem uma flor tosca do que um ramo enorme de túlipas… Exceto se estas forem roxas. Não resisto! Ou se me derem umas havaianas básicas para chinelar à vontade em vez de uns stilettos, apesar de estes combinarem tão bem com os meus skinny jeans… Ok, podem oferecer os dois… Uma pulseira de elásticos coloridos brilha mais em mim do que um Omega dourado… Mas se for aquele Michael Kors que me fez babar na montra no outro dia, também fico muito contente.

Se calhar estes exemplos não foram muito bons… Mas a verdade é mesmo esta. Sou uma mulher simples e delicio-me com pequenas coisas. Uma tábua de queijos e um copo de tinto, ou mesmo uma imperial a acompanhar um pires de caracóis, fazem mais por mim do que um bacalhau XPTO com um molho de redução X e batatinhas Y. Less is more, em tudo! E no meu estômago então, é mesmo! Quem me conhece, sabe que um prato de Nestum ou uma taça de Chocapic e Estrelitas (sim, os dois misturados) fazem parte do meu top 5 gourmet. 

Mas quem me conhece mesmo muito bem, sabe isto (e sabe também que o digo sem exageros): os meus olhos brilham mais do que a iluminação de Natal da Baixa se me puserem à frente uma colher (pode ser de plástico) e um frasco de Nutella… Só isto! Nutella a sério, nada de imitações… Posso não distinguir uma Louis Vuitton verdadeira de uma imitação mas Nutella… reconheço-a só pelo cheiro! 


quinta-feira, 19 de março de 2015

As Quatro Sombras



Fomos as quatro ao cinema. Sim, fomos ver as Sombras. Não tenho (ou temos) problemas em dizê-lo. Gostámos e muito!! E por que é que gostámos? É um filme sugestivo que conta, no fundo, uma história de amor que não é assim tão impossível de acontecer. E porque o Mr. Grey é, em si, bastante sugestivo… Ficámos malucas porque já o eramos antes de ver o filme e sempre que nos juntamos, é assim, por isso, as Sombras só deram o mote ao resto da maluquice que se seguiu (também gostámos muito de ver o trailer do Magic Mike…).
Jamie Dornan foi muito bem escolhido e eu li a trilogia a pensar nele, a fantasiar o Mr. Grey com british accent… 

As cenas de sexo não são explícitas mas são sugestivas, intensificadas pela banda sonora, que agora ouvimos em repeat todo o santo dia! Cada uma das quatro ficou a imaginar o que bem quis naqueles momentos. Que já foi amarrada à cama mas não lhe deram vinho à boca… Ou onde é que lá em casa dá para ficar com os braços amarrados e suspensos… Que a pena de pavão deve fazer cócegas e aquela chibatada por baixo da maminha deve doer um bocadinho… Mas que também adoram ser atiradas para a cama e possuídas à força, e não foi preciso ler ou ver as Sombras para ficar a saber ou assumir isso, nem para saber que uma bela palmada calha sempre bem… Ou a recordar aquela vez no elevador, que por sinal, foi bem melhor do que esta do filme… No fundo, ficámos a pensar no que faríamos com aquele Mr. Grey ou com os nossos… e sim, ficámos com picos no pipi. Como sempre!

Saímos da sala de cinema a tagarelar… Uma ficou zonza com os abdominais do homem e com o passeio de helicóptero… A outra ficou a pensar naquele V na zona da púbis… Ao que uma delas confirmou, “As cristas ilíacas, sim... E aquele maxilar…”. Credo, pá, isso dito assim nem parece a mesma coisa. E para quem estava sem expectativas em relação ao filme, até suou das mãos!!! Gostámos de tudo! Como gostamos sempre de tudo o que fazemos quando estamos juntas.

Dito isto… Os livros não são uma obra literária nem um ensaio sobre BDSM, longe disso… O problema foi pensarem que assim teria de ser, porque temos o velho hábito de comparar coisas que são incomparáveis… Mas não, são aquilo que são, como outros do tipo Nicholas Sparks (que uns amam e outros odeiam), mas com menos drama e mais sexo, e que também chegaram ao cinema.
Se os diálogos são básicos, se as cenas de sexo são ridículas, se a história em si é ridícula… Podem ser para uns, para outros não serão. 

Para mim, e para nós, é um filme para se ir ver no nosso típico jantar mensal, sempre rodeado da loucura habitual.Venham de lá as sequelas, com este Mr. Grey, por favor!