Eu até gosto de cozinhar, mas não consigo seguir uma receita
à risca. Se olhar para algumas receitas, mais parecem ensaios de culinária,
mais de 20 ingredientes, 500 caracteres de preparação… Fico intimidada. Porque
sei que não vou cumprir a receita à risca, o resultado não vai ser aquele e
falho no objetivo… Que é conseguir fazer bonito, como na fotografia que
acompanha a receita. Tenho o livro de Pantagruel na minha cozinha, deitado em
cima do frigorífico… Está ali… À espera que pegue nele sem ser na hora de
limpar o pó… Também pode dar jeito como arma de defesa… just in case.
Eu gosto de improvisar. Quantidades à minha medida, pitadas
disto e daquilo, normalmente, do que tenho ali à mão e na despensa. Sem tempo
pré-definido, a não ser “o cheiro a queimado é o limite”. E até faço umas
coisas jeitosas. Nada digno de um book
culinário, mas agradável na boca.
Regra geral, as coisas correm bem com os cozinhados normais.
Carne, peixe, massas, saladas… Estas então, é dar largas à imaginação e
misturar tudo dentro da taça. Alguém precisa de receita? A sério?
O problema ocorre quando passamos ao capítulo dos doces,
bolos e afins… O meu preferido, by the
way, mas quando é para os comer. É que estes demandam o cumprimento
integral da receita se quisermos ter uma coisa igual à da fotografia. Os olhos
também comem, e os meus comem bastante… Mas fico por aqui. Saboreio o bom
aspeto daquele bolo de merengue e creme de chocolate, e é só… Tenho pena, a
sério. Gostava de ser daquelas mulheres que todas as semanas fazem um bolo
diferente ou uma sobremesa em camadas… Por acaso, não tenho pena, porque sou
preguiçosa e lá está, cumprir receitas não é para mim. Mesmo sem grandes dotes
culinários, sei que improvisar numa receita de bolos ou sobremesas dá asneira.
Já agora, aproveito para informar que nunca levo sobremesas nos jantares em
casa de amigos. Ou arriscam-se a comer Carte D’Or ou Magnum Mini…
E se a esta altura estão a pensar: “Então porque não compra
ela uma bimby?”, esclareço já. Além do preço obsceno, tenho de seguir receitas
à risca, então com esta nova versão em que a máquina “dita” a receita, já estou
mesmo a ver o filme. “200 gr de açúcar mascavado”… “Colocou açúcar branco, por
favor, retifique”… “Faltam 100 gr de açúcar”… “Voltou a colocar açúcar
branco…”.
Aproveito para referir aqui o blogue da Neuza Gomes com receitas simples, fáceis e que até eu consigo fazer. Afinal, há esperança para mim!
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