quarta-feira, 4 de março de 2015

Ensaio entre tachos



Eu até gosto de cozinhar, mas não consigo seguir uma receita à risca. Se olhar para algumas receitas, mais parecem ensaios de culinária, mais de 20 ingredientes, 500 caracteres de preparação… Fico intimidada. Porque sei que não vou cumprir a receita à risca, o resultado não vai ser aquele e falho no objetivo… Que é conseguir fazer bonito, como na fotografia que acompanha a receita. Tenho o livro de Pantagruel na minha cozinha, deitado em cima do frigorífico… Está ali… À espera que pegue nele sem ser na hora de limpar o pó… Também pode dar jeito como arma de defesa… just in case.

Eu gosto de improvisar. Quantidades à minha medida, pitadas disto e daquilo, normalmente, do que tenho ali à mão e na despensa. Sem tempo pré-definido, a não ser “o cheiro a queimado é o limite”. E até faço umas coisas jeitosas. Nada digno de um book culinário, mas agradável na boca.
Regra geral, as coisas correm bem com os cozinhados normais. Carne, peixe, massas, saladas… Estas então, é dar largas à imaginação e misturar tudo dentro da taça. Alguém precisa de receita? A sério? 

O problema ocorre quando passamos ao capítulo dos doces, bolos e afins… O meu preferido, by the way, mas quando é para os comer. É que estes demandam o cumprimento integral da receita se quisermos ter uma coisa igual à da fotografia. Os olhos também comem, e os meus comem bastante… Mas fico por aqui. Saboreio o bom aspeto daquele bolo de merengue e creme de chocolate, e é só… Tenho pena, a sério. Gostava de ser daquelas mulheres que todas as semanas fazem um bolo diferente ou uma sobremesa em camadas… Por acaso, não tenho pena, porque sou preguiçosa e lá está, cumprir receitas não é para mim. Mesmo sem grandes dotes culinários, sei que improvisar numa receita de bolos ou sobremesas dá asneira. Já agora, aproveito para informar que nunca levo sobremesas nos jantares em casa de amigos. Ou arriscam-se a comer Carte D’Or ou Magnum Mini… 

E se a esta altura estão a pensar: “Então porque não compra ela uma bimby?”, esclareço já. Além do preço obsceno, tenho de seguir receitas à risca, então com esta nova versão em que a máquina “dita” a receita, já estou mesmo a ver o filme. “200 gr de açúcar mascavado”… “Colocou açúcar branco, por favor, retifique”… “Faltam 100 gr de açúcar”… “Voltou a colocar açúcar branco…”.

Aproveito para referir aqui o blogue da Neuza Gomes com receitas simples, fáceis e que até eu consigo fazer. Afinal, há esperança para mim!

Sem comentários: