... fomos a Barcelona não como dois turistas ávidos por descobrir a cidade, os seus monumentos, as marcas de Gaudí, mas sim como duas pessoas que regressam a uma cidade que os deixou impressionados, bem impressionados.
Regressámos a Barcelona quatro anos volvidos. E comprovámos porque dizem que quem lá vai uma vez, volta sempre uma segunda.
Desta vez, e como tinhamos muito tempo livre para relaxar e desfrutar da cidade como bem quisessemos, sem olhar para o roteiro, sem ficarmos em filas de espera para entrar nos pontos de interesse turístico, como La Pedrera, a Sagrada Família, o Palau Guell, o castelo de Montjuic, sem pressas, portanto, detivemo-nos nas pessoas. Na movida dos catalães. No melting pot que é aquela cidade. Paquistaneses, turcos, indianos, marroquinos, que se misturam com os catalães e com os turistas oriundos de várias origens: Canadá, States, França, Alemanha, China, Japão, Roménia, Itália, Portugal, Espanha... Sim, Espanha. Porque a Catalunha não é Espanha. Porque platja é bem diferente de playa, con é muito diferente de amb, creme catalan não é a mesma coisa que creme català e la ciudad é diferente de la ciutat. É esta diferença que faz com que a selecção espanhola não seja motivo de orgulho e euforia para os catalães. Só os turistas é que ligavam ao Euro e faziam o favor de encher os cafés. Nós incluídos.
II
As Ramblas e suas as ruelas e travessas parecem-se com um Martim Moniz a uma escala 20 ou 30 vezes superior. Naquelas ruelas e travessas abandona-se a confusão dos turistas e entra-se na essência da cidade, nos bairros, na vida das pessoas de lá. Não sei bem o que são. Catalães? Não, a maioria é imigrante. Nestes bairros da baixa, Raval e Ciutat Vella, há lojas, cafés, cabeleireiros, supermercados, restaurantes, pastelarias de e para a miscelânia de gente que ali se fixou. Apesar de ficarem longe das artérias principais, algumas destas ruelas dão acesso a alguns monumentos e, por isso, passeiam-se por lá turistas. Bem-vindos, aliás. Digo mais. Nestes bairros não se sente a segregação que se sente em Lisboa, em relação aos bairros da baixa. Aqueles fazem parte de Barcelona, da mesma forma que Barcelona não seria o que é sem aqueles.
Depois, há o L'Eixample, a Catalunya, a Plaza d'Espanya, o Passeig de Grácia, as zonas nobres, os Restelos lá do sítio, mas sem as prostitutas e as embaixadas.
III
Assim de repente, apetece-me dizer que Barcelona combina com "desenrasca".
São desenrascados nos transportes. Os bus estão articulados com o metro (8 linhas), que por sua vez está articulado com o comboio. Mesmo durante a noite, os táxis trabalham pouco. Tome-se este exemplo. À chegada ao aeroporto de Barcelona, podemos apanhar o comboio para o centro da cidade ou o autocarro que parte a cada 10 minutos. No sentido inverso, a mesma coisa. Onde é que em Lisboa se chega ao aeroporto ou ao centro sem ser de táxi ou de carro?
As lojas estão abertas até à meia-noite. Há um café, um restaurante, um supermercado, a cada 3 passos. Há um mercado aberto de segunda a sábado, até às 22h, 23h.
Há vida em Barcelona. Há vontade em aproveitar cada minuto do dia. Há, mesmo, um mundo inteiro em Barcelona.
Há, também, um custo de vida muito elevado, que faz com que umas mini-férias de quatro dias se transformem no equivalente a sete dias no Algarve.
2 comentários:
Que inveja que isto me faz. É uma das minhas viagens de sonho. Pois, sou pobrezinha a pedir mas o que queres??? São manias minhas!!
Beijo
esta modela e a sua vontade de escrever e esquecer este emprego la la la ...
EU QUERO É VIAGENS PAH!!! E NAO SAO PARA UMA MODA PORTO!!!
=D
Enviar um comentário