Foi o meu filme de sábado à noite. O argumento é leve, ideal para descontrair ao fim-de-semana. O que se pretendia, portanto. A novata, que ganhou a estatueta para Melhor Argumento Original, conseguiu a proeza de transformar a gravidez de uma adolescente numa espécie de comédia. Uma odisseia acompanhada de uma banda sonora inspiradora. O argumento em si não é nada de extraordinário, mas ganha com o desempenho de Ellen Page, no papel de Juno, grávida aos 16 anos, e do freak lá da escola, Paul Bleeker, de fraca figura, por quem ela se apaixona. Já para não falar do pai de Juno, um pai com um sentido de humor que todos gostaríamos de ter. Poderia ser uma história comum, não fosse a ideia de dar a criança para adopção a um casal escolhido a dedo. Um pequeno reparo. Jovens deste Portugal, não fiquem com ideias de seguir este exemplo. Mais depressa têm a criança (ou não) do que alguém a adopta.
Descontraída, Juno encontra no futuro pai adoptivo (que afinal não vai ser) uma espécie de "guru" da música, com quem partilha uma série de afinidades musicais e descobre outras tantas. Pensei até que se apaixonassem. Afinal, que melhor motivo para uma paixão se não a própria paixão partilhada pela música? Não se concretizou. Ainda bem, seria demasiado previsível. Assim como seria previsível se Juno decidisse ficar com a criança.
Quero eu com isto dizer que Juno vale a pena ver, aliás, ouvir, pela BSO, com nomes como The Velvet Underground, Cat Power, Belle & Sebastian, e a própria Ellen Page e o seu Paul Bleeker (não me lembro do nome do rapaz e agora não me apetece interromper a escrita para pesquisar na net).
Vale também a pena por estas "tiradas" magníficas (não transcritas tal e qual mas muito parecidas com o original):
- Porque é que perguntam se somos sexualmente activa? Isso quer dizer o quê? Que depois carregam num botão para nos desactivarmos?
- A pessoa que amas vai achar que tudo em ti é bonito. Até achar que tudo o que sai do teu cu é um raio de Sol a brilhar.
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