I
Viajar em trabalho pode ser um grande pesadelo quando se tem de tomar conta de 21 adolescentes. Ou então não... É difícil estar numa posição que exige respeito, criar aquela distância que nos permite ter alguma autoridade. É mesmo difícil. Além disso, não gosto dessa postura. Prefiro entrar na onda deles. E deu resultado. qualquer coisinha "Ó Andrea, agora vamos onde? E amanhã vamos fotografar onde? E onde é que vamos comer?". Alguns insistem em tratar-me por "você". Os 12 anos de diferença falam mais alto!
II
Roma é barulhenta. Vozes em volume exagerado, carros, sirenes dos carabinieri (polícia municipal), indianos que nos impingem miniaturas do Coliseu, Piazza S. Pietro, bustos do Papa. Do novo, que de João Paulo II pouca coisa se vê.
A responsabilidade de estar em trabalho e o cansaço não me deixam ver o muito que há para ver. E descobrir. A sensação de caminhar pelas ruas de Roma é tal e qual isto: depois de "resgatar" um grupinho que tinha ficado para trás, aliciado por um indiano que vendia cintos D&G, chego a uma praça e do lado direito estava a Fontana di Trevi, uma verdadeira nascente. Perfeita, alva, limpa. Uma surpresa, portanto. Aproveito a pausa para entrar numa sapataria e dou uso à carteira. Afinal, estou em Roma, sei lá quando cá volto.
Mais uma caminhada por entre as ruas estreitas até ao Panteão. Mais do que as contrafacções Prada, Gucci e Louis Vuitton, que prometo comprar no último dia, com calma para negociar, desvio o olhar para os posters de cenas de filmes: La Dolce Vita, Ben Hur, James Bond, Bucha e Estica, Um Eléctrico Chamado Desejo. Há um em particular que me chama a atenção e que penso em comprar para lhe oferecer.
III
O bom (ou mau) de Roma é que convida insistentemente para pararmos num café para degustar, sem pressas e sem pensar nas calorias, um gelado ou uma sanduíche deliciosa com tomate e mozzarella.
Dos ex-libris, vi apenas dois com atenção. A missa de domingo do Papa não conta, para quem não é dada a essas coisas. Vê-se ao longe a cabecita branca. Do que diz, não percebo niente.
Na mesma Piazza di S. Pietro, o destaque vai para a Basílica. A energia positiva que concentra assusta-me, não por sentir qualquer proximidade com o que representa, mas pela perfeição imaculada. As cúpulas são minuciosamente pintadas, milimetricamente graciosas. A acústica dos passos... Reparo num grupo de turistas japoneses que faz fila para passar a mão no pé da estátua de um Papa, e benzem-se de seguida. Confesso que não tentei saber o porquê daquele gesto. E continuo sem saber.
Sigo para o Coliseu de táxi. Está um calor primaveril intenso e a caminhada a pé ainda é custosa. No entanto, o meu conselho é que escolham o táxi apenas em caso de extrema necessidade. Se há coisa que os italianos não são é bom condutores. Atravessar nas passadeiras também não é aconselhável!
Chegada ao Coliseu, mais uma fila. Pensei em desistir e aproveitar para passear pela Via Del Corso, comprar uma daquelas Prada que vendem nas ruas, às escondidas da polícia. Má sorte de um que não conseguiu fugir a tempo e foi de braço preso com a mercadoria.
A entrada custa 11 euros. Aqui, a sensação é outra. Dentro das ruínas do Coliseu, sente-se uma carga negativa que se respira logo a partir do primeiro segundo em que nos demoramos a olhar para o que já foi o grande Coliseu romano. A arena está aberta e deixa ver as catacumbas. Muros de pedra, labirintos, jaulas. Não optei pela visita guiada e por isso, a tentativa de reconstruir na minha cabeça cada pedra foi bem difícil.
O cansaço acumulado dos dias anteriores leva-me a apanhar outro táxi. Paragem seguinte: gelataria na Piazza Veneza. Como, regaladamente, uma concha com 3 sabores. O último gelado que como em Roma não é dos melhores, nem tão pouco dos mais baratos.A entrada custa 11 euros. Aqui, a sensação é outra. Dentro das ruínas do Coliseu, sente-se uma carga negativa que se respira logo a partir do primeiro segundo em que nos demoramos a olhar para o que já foi o grande Coliseu romano. A arena está aberta e deixa ver as catacumbas. Muros de pedra, labirintos, jaulas. Não optei pela visita guiada e por isso, a tentativa de reconstruir na minha cabeça cada pedra foi bem difícil.
IV
Na viagem até ao aeroporto Leonardo Da Vinci, é altura dos "Adorámos", "vou ter saudades tuas" e das tradicionais lágrimas de despedida entre os miúdos. Claro, as perguntas: "quando é que as fotos estão prontas? E o book?"
Hora de aterrar. Acho que o sentimento comum a todos os que viajam, a lazer ou em trabalho, é a tranquilidade de chegar a Portugal e ver as luzinhas da cidade de Lisboa. No meu caso, acrescentem-se as saudades da minha querida almofada.
Na viagem até ao aeroporto Leonardo Da Vinci, é altura dos "Adorámos", "vou ter saudades tuas" e das tradicionais lágrimas de despedida entre os miúdos. Claro, as perguntas: "quando é que as fotos estão prontas? E o book?"
Hora de aterrar. Acho que o sentimento comum a todos os que viajam, a lazer ou em trabalho, é a tranquilidade de chegar a Portugal e ver as luzinhas da cidade de Lisboa. No meu caso, acrescentem-se as saudades da minha querida almofada.
5 comentários:
Eu li!!! E não custou!!!!
Roma é tudo isso mesmo... resumiste bem a coisa! E são todos esses excessos, misturas e séculos de hirtória que fazem dela "a" cidade. Irritantemente irresistível!
Eh pá, obrigada!! Ainda bem que decidiste visitar o meu cantinho. Um beijo grande. Tenho saudades, pá!
Já cá andei e até postei, mas tu não me ligaste puto! Ora vai lá às tuas fotos com os BIP's...
Beijos
Mil desculpas, xô dona simoneta!! Não tinha lido!!!
Por falar nisso, o teu blog está um pouco desactualizado, não? Essa Impala não te larga, é?
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