Há várias coisas que me incomodam, que me fazem confusão e por isso, que me irritam. Falo de pequenas coisas que por vezes até causam dor, daquelas ligeiras mas persistentes, que fazem moínha. Cortar-me numa folha de papel, arde c'umó caraças. Entalar, ainda que seja muito rapidamente, um dedito na porta do armário. Dar uma palmada mal dada no Bono e ficar com a sensação de que bati contra uma parede. Levar um choque, ao fechar a porta do carro ou ao cumprimentar outra pessoa. Ficar com um fio de cabelo preso no fecho do casaco ou ficar com o brinco preso na camisola de malha e não conseguir tirá-lo. Morder a língua. Andar no meio da rua e sentir-me desconfortável e já irritada com as cuecas que decidiram enfiar-se onde não deviam, apetecer-me tirá-las mas não o poder fazer porque parece mal. Sentir uma pedrita nas botas que fica lá todo o dia, tal a preguiça de as descalçar.
Mas de todas estas, nada se compara à sensação de queimar a língua com arroz e de andar uma semana ou mais, com aquele ardor de cada vez que bebemos ou comemos. Esta sensação é tanto pior se a ponta da língua ficar vermelha e não cor-de-rosa, o que significa que nos falta ali um pedaço de carne!
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