Não gosto de dormir em conchinha.
Não gosto de sentir a respiração quente de outro na minha cara.
Não durmo de mão dada, nem adormeço a fazer carinhos.
Se há coisa que abomino, é acordar com as voltas que outro dá na cama.
E depois, não conseguir adormecer porque ressona e tenho de partir para
a violência…
Gosto de ter o meu espaço no colchão, mesmo dormindo sempre do mesmo
lado.
Acordar e não me levantar de imediato, ficar na ronha.
E de repente…
Passei a ter o teu corpo enviesado e o rabo na minha cara.
Passei a adormecer virada para ti, de mão dada e a fazer-te carinhos na
bochecha.
Viras-te tantas vezes, a cama parece um trampolim, que acabas por
encostar a tua cara à minha… e eu respiro-te, sem queixas.
Já para não falar de quando começas a ressonar, e eu dou por mim a
dar-te beijinhos no nariz…
Como se tudo isto não bastasse, anseio pelo nosso despertar,
devagarinho, a olhar uma para a outra, de mãos dadas e, se for preciso,
voltarmos a adormecer, porque nos apetece.
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