Chamem-lhe o que quiserem. Eu estou cansada de ainda ouvir falar neste episódio e de ver o vídeo. De repente, o país ficou em choque com tamanha audácia da aluna que enfrentou a professora. Já não há respeito. É verdade. Foi indecente a atitude da aluna e da própria professora. É verdade. Se eu fosse a professora, e se soubesse que estava a ser filmada, nunca, em tempo algum, andava à roda feita parva. Mas também é verdade que estes casos de abuso não são de agora. Lembro-me que no meu tempo, havia sempre um espertinho na turma que enfrentava o/a professor/a, fisica e psicologicamente. Lembro-me, por exemplo, de um aluno armado em esperto com cara de santo "não fui eu", encher a bola de futebol com pedras e chamar o Terry, um professor novo com pêlo na venta e ar de maluco, para dar um chuto. Lembro-me que a expressão do Terry passou de alegria por os alunos terem sido porreiros com ele, para uma expressão de dor contida. O típico gozar é também, uma espécie de violência. Outro exemplo. Na minha turma, um dos alunos mais velhos, já com algum andamento e por quem eu tinha fascínio especial e ele por mim também, mais como se ele fosse o meu irmão mais velho que me protegia lá na escola, atirou uma cadeira à professora de inglês. Foi para a rua? Sim, mas porque ele próprio saiu sem ela ter tempo de fazer nada. Lembro-me ainda da discussão das notas no final do ano com a professora de Técnicas de Tradução de Inglês. As aulas já eram a rebaldaria, quanto mais a avaliação. Resultado: carro da prof com pneus furados.
Na altura, ninguém ficava escandalizado nem faziam notícia destes episódios durante 15 dias seguidos. Tão pouco os alunos eram levados a julgamento.
Outros tempos!
2 comentários:
Que pena tenho eu de não existirem na minha altura, estas máquinas fantásticas que são os telemóveis, com câmara de filmar incorporadas e com a possibilidade de divulgar as imagens para todo o mundo!
Garanto-te que nesta altura estava rico graças à minha turma do 9ºano que por coincidência era o 9ºC
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