Tenho uma admiração e fascínio pelo Nick Cave que roçam os meandros do exagero. Gosto de tudo. Da sensualidade em palco, do corpo magro, das calças justas nas pernas e à boca de sino, dos sapatos bicudos, da camisa justa desabotoada, do fio ao pescoço, do cachucho na mão direita, dos gestos com as mãos, do bigode, do cabelo escorrido e para trás da orelha, do movimento de ancas e pernas. Da voz, sobretudo, da voz. Grave. Dito assim, parece que estou a falar de um chulo qualquer. Até pode ser. O Nick Cave tem ar disso. Mas tem também muito estilo em cima. Para alguns, é uma figurinha, com todo o sentido depreciativo que isto comporta. Para mim, é arrebatador.
Gosto do que as músicas dele me dão. Ontem, deram-me muita coisa. Principalmente, em que pensar. É o que eu gosto nos concertos. A música ao vivo dá-me que pensar. E a do Nick Cave, mais ainda.
Vi-o chegar de carro, com o seu look impecável. Do camarote, vi um coliseu cheio. E um Nick Cave por inteiro. Uns queriam o Nick Cave das baladas, outros o Nick Cave das músicas pesadas. Tiveram os dois. Como ele próprio disse, ouvem "a loud or a soft song. We can´t do anything between".
"Into my arms" foi a que mais me chegou aos olhos. E a que ouvi na rádio a caminho de casa. Do meu lado direito, parado nos semáforos, um rapaz de Beetle trauteava a mesma canção que eu.
Dois encores. Muito à vontade em palco, pesem também os anos de rodagem. Talvez regresse. Para mim, faltou uma. A minha. Porque todos nós temos uma canção que tomamos como nossa. "Babe, you turn me on".
7 comentários:
Ele esteve cá? Opá não sabia...
Tens que avisar essas coisas cunhadinha!
Olha ouviste a prova oral ontem?
Eu não oiço esse programa.
Olha, será mais fácil tu dizeres-me se queres ir, porque eu vou a todas.
Não foste ver SOL...eu fui!
O que é isso?
(S)hout (O)ut (L)ouds
Ahhhh! E tu não foste ver Nick Cave!
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