Por vezes (muitas, até), as bandas que actuam nos palcos secundários ou que fazem a primeira parte de um grande concerto, revelam-se verdadeiras pérolas, que me despertam o bichinho de ir à net e pesquisar umas coisas sobre aqueles, até então, desconhecidos. Os The Magic Numbers começaram a tocar quando eu estava ainda sentada nas mesas, a acabar de beber a segunda cervejola. As duas primeiras músicas já me eram familiares da Radar, ouvi-as sem olhar para o palco. 1.ª surpresa: a voz não tinha nada a ver com as pessoas que eu tinha idealizado (isto acontece-me frequentemente). 2.ª surpresa: eles surgem em palco extremamente simples e muito bem-dispostos, contagiam de imediato o público. 3.ª surpresa: a voz de uma das vocalistas, Angela Gannon, é angelical e faz com que todas as pessoas que ainda não estivessem a olhar para o palco, o fizessem. 4.ª surpresa: as canções inundam o público de boa-disposição, criam uma verdadeira boa onda antes dos dois últimos concertos. "Sof, isto é muito fixe". Têm ar de canadianos (não são, vêm de Londres). Os irmãos Romeo e Michelle são filhos de mãe portuguesa. 5.ª surpresa: existem há 5 anos e contam com 2 álbuns editados, o terceiro, disseram, será lançado dentro de algumas semanas. Os The Magic Numbers estão muito na onda dos Broken Social Scene (canadianos), Arcade Fire (também canadianos), misturado com um estilo country nada foleiro. Arrisco ao afirmar que, em algumas partes do concerto, lembraram-me os Sigur Rós (!!!!!!!), pelo xilofone e pela voz de Angela Gannon. Pequenos flashes, apenas.
Então e os Bloc Party e os Arcade? Estes não me surpreenderam. Fizeram o favor de ir ao encontro das minhas expectativas. Kele Okereke tem um sorriso fantástico, irreverente. Puxa pelo público, que sabe as músicas de cor. São putos com sucesso garantido (quase de certeza) para os álbuns que hão-de vir. Sinto-me bastante satisfeita. Só falta Arcade... Começam com a projecção de um vídeo de uma criança brasileira a pregar perante uma plateia. Black Mirror abre o último concerto às 00h15. Eu e as milhares de pessoas que me rodeiam estão ao rubro. Eles tocam freneticamente, com paixão. Começa a chover... Só podia. E é por isso que eu digo que sim, que os Arcade Fire são isso tudo e mais alguma coisa.
2 comentários:
Subjectivo, mesmo muito subjectivo!
Chamar-lhe-ia folk se tivessem túnicas e calças de linho. Em vez disso, tinham uma camisa de xadrez bordeux e azul. Por isso, é country.
Enviar um comentário