A vida é feita de opções. E eu optei por fazer uma queixa electrónica em vez de ir a um qualquer posto da PSP ou GNR fazê-la presencialmente. Fiz mal... Não porque o site para o efeito (qualquer coisa como http://queixaselectronicas.mai.gov.pt) seja complicado ou pouco claro. É chato, confesso, ter de escrever pormenorizadamente a dita queixa, que poderá ser de violência doméstica (será que aquela palmadinha na outra noite se enquadra?), burla, burla no trabalho, e etc. Feita a queixa, e na falta de um certo aparelhómetro para introduzir o CU e do próprio CU, restou-me optar pela identificação presencial num qualquer posto da GNR ou PSP. E aqui fiz bem, ainda que ao início me parecesse uma má escolha. Dirigi-me ao posto da GNR da Malveira, um edifício de arquitectura moderna, de linhas rectas e ar clean. Lá dentro, e debaixo do olhar atento dos dois guardas, digo esta frase, que lhes caiu no goto como um golo de aguardente caseira: "Bom dia (e um rasgado sorriso), apresentei uma queixa electrónica e venho fazer a identificação presencial obrigatória." Reacção: olhos esbugalhados, boca semi-aberta, coçar a cabeça... "Ó menina... queixa electrónica...?", "Sim, pela internet, através do site do MAI e depois dizem-nos que podemos fazer a identificação presencial em qualquer posto." (Silêncio, com os olhos bem abertos) "Sabe, nós aqui não sabemos nada disso, nem internet temos, sabe? Talvez venhamos a ter intranet daqui a uns tempos, mas não temos nada disso."
Seguiram-se uma série de telefonemas para o comando regional, depois para o comando distrital e até para o comando nacional, isto, claro, depois de uma conversa com o responsável do posto. A mesma justificação: "Sabe, nós aqui nem temos internet, talvez intranet daqui a uns tempos..."
Telefonemas, questões, coçadelas de cabeça e minutos depois, alguém se lembra que recebeu um fax com qualquer coisa disso das queixas electrónicas. E lá foi buscar. Voilá!!!!! Fez-se luz. O dito fax explicava todo o procedimento a tomar perante uma utente com uma queixa electrónica. Afixaram-no para conhecimento geral. E abriram a caixa de Pandora... O guarda mais novo, com ar de pastor e faces ruborizadas, deu a dica ao guarda mais velho, daqueles com ar de velha guarda, pequenino, velhaco e que não perdoa uma multa.
"Já viu aquilo das queixas electrónicas, através da Internet..."
"Hein?? Eu na quero cá saber de nada disso, agora queixas pela internet..."
2 comentários:
teve que ser o pastor a descodificar, porque estes, os doutores é só treta? são como os políticos só falam nada dizem menos escrevem, por isso tiveram que inventar esta máquina, para enganar toda a gente.E quando não sabem dizem não temos sistema.Atribuem sistemas noutros locais, aos pastores nada ensinam não há formação não conhecem tais máquinas, apenas sabem que o cordeiro é filho da ovelha, mas a maior parte destes intelectuais e políticos nem isso sabem.
Ahahahah!!! Lindo.
Este post é uma pérola nacional.
Obrigado por partilhares, Espalha.
Bjão
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