domingo, 23 de agosto de 2015

Os teus três e a vida toda pela frente

Faltam-me as palavras. Não é que não tenha nada para dizer mas as palavras não chegam para o tudo que és. Para mim e para o mundo que tens à tua frente.
És linda. As mães dizem sempre isso dos filhos mas tu és mesmo. Quando sorris, quando choras... Às vezes fico a olhar para ti enquanto dormes...
Os teus olhos falam. Tu ainda não sabes disso. Falas tudo mas por vezes, só o teu olhar é suficiente. Um dia alguém, para além da tua mãe, vai dizer-te que tens o olhar mais bonito de sempre. E vai apaixonar-se.
Já queres fazer tudo sozinha. Escolhes a tua roupa, ainda sem saberes o que combina mas eu garanto-te que tudo te fica bem.
Adoras ir às compras!
És teimosa. Oh se és! No fundo eu gosto que sejas, mesmo quando isso me tira do sério.
Amo-te, ainda que isto me pareça redutor para tudo o que sinto. Pode parecer impossivel mas eu sinto mais. Ainda não sabes mas fazes-me tanta companhia... Nestes últimos tempos foste tu que me deste a mão, e estiveste sempre ao meu lado.
Também não sabes mas és a minha pessoa...
Queres ser a mãe quando fores grande, já mo disseste. Isso deixa-me feliz e assustada. Eu quero que tu sejas tu... Com todos os teus defeitos e qualidades.
Estarei sempre aqui, para te dar a mão quando tiveres medo, quando estiveres triste ou só porque sim. É este o nosso pacto...
Parabéns minha filha.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Não é só a Sia que tem um "Elastic Heart"

Nós, mães, temos um coração elástico. Estica cheio de alegria, de orgulho, de sorrisos, de descobertas. Encolhe com o choro, com o dói-dói e com aquela sensação de não os podermos proteger de tudo. Mas não se parte, não se desfaz em pedacinhos porque o coração de mãe é assim mesmo, elástico.
Por estes dias, o meu coração tem andado encolhido, apertado... Quando a MR fica doente, eu percebo o quanto prefiro as birras e o mau feitio (que até tem a sua piada), a vê-la assim, murchinha. Os olhos pedem colinho... Sim, porque os seus olhos falam, sorriem e choram. Dizem tudo o que eu preciso de saber. O que sei é que basta um sorriso, um "olha mãe, já passou o dói-dói, vamos comprar o Mickey?", o brilho de volta nos olhos, para o meu coração voltar a esticar.
E voltar a encolher, quando chego a casa sem o furacão... Quando arrumo os brinquedos e ela não está lá para os desarrumar novamente... Quando não tenho que me sentar no chão sem almofada e aguentar o desconforto...
Depois ouço a voz dela, à distância de um telefonema, e o meu coração estica e encolhe, estica e encolhe... Por saber que está bem e feliz, apesar de não ser comigo...

Ai coração de mãe, é bom que dures muitos anos neste estica e encolhe!